PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: nova aliança
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QUARENTENA, TEMPO DE PERDÃO


Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério (Jo 8, 4)


30 de março de 2020

Para a meditação do evangelho de hoje, vamos começar com uma pergunta. Não se espante. O que é adultério? Ih, o padre começou pesado. Tranquilo. Adultério é quando alguém é infiel no seu casamento. Certo? Adultério tem a ver com infidelidade.

Estando de acordo, vamos a um segundo ponto. Deus fez aliança com o povo que ele tirou da escravidão do Egito. Você se lembra disso? No monte Sinai, Deus deu uma Lei ao seu povo, através de Moisés, uma Lei que ele mesmo escreveu com o dedo. Escreveu a lei nas tábuas de pedra. Com o dedo, diz o livro santo. Baseado nessa Lei, o povo celebrou uma aliança com Deus. A fórmula da aliança foi assim: “Eu serei o seu Deus. Vocês serão o meu povo”. A aliança é como um casamento. No casamento, um diz ao outro: “Ela: Eu te recebo como meu marido – Ele: Eu te recebo como minha mulher”. E juram amor e fidelidade, não é assim? Então, a aliança de Deus com o seu povo é como um casamento. Um promete ser para o outro e viver no amor e na fidelidade.


Então, adultério é a infidelidade no casamento. Bom, no caso da aliança de Deus com o seu povo, Deus nunca foi infiel. Mas, a comunidade do povo de Deus, muitas vezes, traiu a aliança. Os profetas reclamaram muito da infidelidade de Israel ao seu Deus. Mas, Deus foi sempre paciente. O Profeta Oseias chegou a fazer uma comparação: Deus seria como o marido traído que levou a mulher para o deserto para dar-lhe uma nova chance.


Mais uma coisa. É bom a gente se perguntar sobre o que Jesus veio fazer: qual foi a sua missão? Se olharmos por esse lado da aliança, podemos dizer que Jesus veio para reconciliar a comunidade pecadora com Deus. Veio para restaurar a aliança rompida pela infidelidade de Israel.

Bom, essas são bases para o entendimento do evangelho de hoje. Jesus estava no Templo, ensinando ao povo. Havia uma enorme roda de gente ouvindo-o. Nisso, chegaram os mestres da lei e os fariseus arrastando uma mulher e a jogaram aos pés de Jesus. Um metido a brabo foi logo dizendo: ‘Moisés manda apedrejar a mulher que for pega em adultério. E pegamos essa sujeita cometendo adultério. O que o senhor diz? É para cumprir a lei ou não?”. Era uma armadilha. Queriam incriminar Jesus. Dizendo que não, estaria contra a Lei. Dizendo que sim, negaria o seu ensinamento sobre o amor e o perdão. Jesus ficou calado. Abaixou-se e começou a escrever no chão, com o dedo. Ficou todo mundo calado, aguardando. Um deles perdeu a paciência e cobrou a resposta. Jesus se levantou com calma: “Quem de vocês não tiver pecado, atire a primeira pedra”. E abaixou-se de novo e continuou a escrever no chão. Um saiu, outro saiu... a começar pelos mais velhos, foram-se embora, um a um. Jesus ficou sozinho com a mulher, ali no meio do povo. Jesus lhe disse que ia condená-la, que ela podia ir embora, mas não pecasse mais. 

Diante desse texto, eu fico com três perguntas na cabeça: 1. Quem é essa mulher? 2. Onde está o marido traído? 3. Por que Jesus fica escrevendo no chão, com o dedo? Vamos tentar reponder. Essa mulher pode muito bem estar representando a comunidade de Israel. Israel é como essa mulher pecadora. E o pecado de Israel é, no final das contas, sua infidelidade à aliança, representada no adultério. E quem é o marido traído? Essa você responde. Quem é o marido traído? Respondeu ‘Deus’? Acertou. Deus é quem foi traído pelo povo infiel à aliança. E Jesus o representa. E por que Jesus está escrevendo com o dedo, no chão? Deixa que essa eu respondo. Você se lembra da lei da Aliança que Deus deu a Moisés? Deus a escreveu com o próprio dedo nas tábuas de pedra. Com esse gesto, Jesus está chamando atenção para a aliança, aliança que foi rompida e que precisa ser restaurada. 

Guardando a mensagem

A cena da mulher adúltera nos diz como estava sendo vivida a aliança que Israel fez com Deus. Israel estava vivendo em grande infidelidade, em adultério. Adultério é a infidelidade no casamento. A aliança é como um casamento. E o documento do casamento, o contrato, é a lei da aliança, que Deus pessoalmente entregou a Moisés, depois de tê-la escrito com o dedo, em tábuas de pedra. A mulher está representando todo aquele povo pecador, que se afastou da aliança com Deus. Os homens não puderam apedrejar a mulher, pois eles eram pecadores também. Aliás, a mulher está ali diante de Jesus representado toda a comunidade pecadora. Deus é o marido traído. Em vez de aniquilar a mulher (ou seja o povo infiel), Jesus quer restaurar a aliança, pela conversão e pelo perdão.

Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério (Jo 8, 4)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Essa história da mulher adúltera nos fala da tua missão entre nós. Vieste para restaurar a aliança rompida pela nossa infidelidade. Na tua cruz, nos reconciliaste com Deus. No teu sangue, restauraste a nossa aliança com ele. Na Missa, ao renovarmos o teu sacrifício redentor, ouvimos as tuas palavras: “Este é o meu sangue. O sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados”. A mulher não foi condenada à morte, como parecia merecer pela lei. Tu, o justo, sem pecado, morreste no seu lugar. Obrigado, Senhor. Essa aliança com Deus cada um de nós a celebrou, com vestes brancas, como em núpcias, no batismo. No batismo, mergulhamos na tua morte e participamos de tua ressurreição. Somos a Igreja, a comunidade da nova aliança. Por isso o apóstolo Paulo falou da Igreja como tua esposa, santificada na tua páscoa. Ajuda-nos, Senhor, a responder com a conversão de nossas vidas, para vivermos esse tempo novo da reconciliação que nos alcançaste. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você não pode deixar de ler, na sua Bíblia, o evangelho de hoje: João 8, 1-11.

Lembre de rezar a novena de Nossa Senhora Auxiliadora, para proteção de sua família. 

A gente se encontra, às 10 da noite, no facebook.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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