PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: minhas mãos e meus pés
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NÓS SOMOS TESTEMUNHAS!




18 de abril de 2021
Terceiro Domingo da Páscoa

EVANGELHO


Lc 24,35-48

Naquele tempo, 35os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.
40E, dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés.
41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles.
44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e lhes disse: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

MEDITAÇÃO


Vocês serão testemunhas de tudo isso (Lc 24, 48)

Estamos no terceiro Domingo da Páscoa. A vida cristã está permanentemente sob o impacto da morte e ressurreição de Jesus. Ele viveu entre nós, padeceu, morreu e ressuscitou. Ele está vivo e presente entre nós. Nesse mistério, estamos mergulhados desde o batismo. Morremos com ele. Ressuscitamos com ele. Na Santa Missa, é também esse mistério que celebramos: sua morte e ressurreição. 

Depois da ressurreição, Jesus continuou a se encontrar com os seus discípulos, por algum tempo, ajudando-os a assimilar essa nova realidade. Por sua ressurreição, ele elevou a nossa humanidade à condição de plenitude. Não só ressuscitou, mas abriu o caminho de nossa completa realização em Deus. Como primogênito da criação, disse São Paulo, ele vai à nossa frente. 

As leituras bíblicas deste período querem nos ajudar a contemplar também o mistério de nossa participação na ressurreição de Cristo. A  sua ressurreição não é apenas a sua glorificação, na vitória sobre a morte, o pecado e o mal. É também comunicação da vida de Deus a nós, de sua graça, de seu perdão. Então, vale a pergunta: Onde nós podemos experimentar a ressurreição de Jesus? As leituras de hoje, me parece, nos dão a resposta em sete pontos.

1. Experimentamos a ressurreição de Jesus na fé que vence o medo. Jesus se apresentou no meio deles, e eles, cheios de medo, pensaram que era um fantasma. Jesus insistiu: sou eu mesmo. Vejam minhas mãos e meus pés. 

2. Experimentamos a ressurreição de Jesus na conversão, recebendo o perdão dos nossos pecados. Ele se fez vítima de expiação pelos nossos pecados. O perdão que Deus nos dá nos faz viver uma vida nova, ser conduzidos pelo Espírito Santo. 

3. Experimentamos a ressurreição de Jesus na prática dos seus mandamentos. Escreveu São João em sua primeira carta: “Naquele que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado”. 

4. Experimentamos a ressurreição de Jesus na participação na comunidade que se reúne em nome de Cristo. Os dois discípulos de Emaús reintegraram-se à comunidade, em Jerusalém, onde estavam reunidos os Onze e os outros discípulos e discípulas. Na assembleia reunida, Jesus se apresentou no meio deles.

5. Experimentamos a ressurreição de Jesus na meditação das Escrituras, percebendo como o propósito de Deus se realizou em seu filho e acolhendo o que ele nos revela sobre nossa condição de seus filhos amados. 

6. Experimentamos a ressurreição de Jesus na celebração da Eucaristia. Os discípulos de Emaús contaram como encontraram Jesus no caminho e na fração do pão. O próprio Jesus, no meio da comunidade ainda perplexa, perguntou se não tinham algo para comer. E comeu peixe assado à vista de todos. Na Eucaristia, encontramos Jesus vivo e ressuscitado.

7. Experimentamos a ressurreição de Jesus no compromisso com a missão. Em seu nome, anunciamos a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações. Somos testemunhas de tudo isso (At 3,15. Lc 24,48). 

Guardando a mensagem

Neste tempo pascal, a liturgia vai nos ajudando a contemplar o mistério da ressurreição de Cristo e da nossa ressurreição com ele. A ressurreição do Senhor não é só uma verdade a ser contemplada, mas também uma experiência a ser vivida. As leituras bíblicas deste terceiro domingo da páscoa podem nos ajudar a responder a esta pergunta: “Como podemos experimentar a ressurreição de Jesus em nossa vida?”. A resposta pode ser captada em sete pontos: na fé que vence o medo, no perdão dos pecados que recebemos em nossa conversão, na prática dos seus mandamentos, na participação na comunidade cristã, na meditação das Escrituras, na celebração da Ceia Eucarística e no compromisso com a missão. Em tudo isso, age Jesus ressuscitado, por meio do seu Santo Espírito, nos unindo ao Pai.

Vocês serão testemunhas de tudo isso (Lc 24, 48)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus, 
Cremos na tua ressurreição. Por ela, elevaste a nossa condição humana ao nível da comunhão com Deus. Pela fé e pelo batismo, mergulhamos em tua morte redentora, emergindo para a vida nova da graça. Estamos ressuscitados contigo, Senhor, embora nossa condição de filhos não esteja ainda plenamente revelada. Mas, já estamos experimentando a força renovadora de tua ressurreição de muitas formas, em nossa vida cristã. Que esta dinâmica divina pela qual estás fazendo novas todas as coisas nos ajude a ser uma força de mudança neste mundo, em favor da justiça, da paz, da liberdade. Não permitas, Senhor, que a nossa inclinação para o egoísmo, para a indiferença, para o ritualismo acabem por imobilizar a tua viória sobre o pecado, o mal e a morte. Que, no mundo, como nos pedes, sejamos testemunhas de tua ressurreição na defesa e promoção da vida e na construção de um mundo renovado pela fraternidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a Palavra

O domingo, o Dia do Senhor, nossa páscoa semanal, é dia de Santa Missa com a sua comunidade. Pode ser que, dadas as restrições deste tempo de pandemia, você tenha que participar remotamente. Em qualquer caso, participe com atenção e piedade. 

Todos os domingos, eu celebro a Santa Missa, às 17 horas, com transmissão pela Rádio Tempo de Paz. Para participar, você só precisa baixar o aplicativo no seu celular. 

Um abençoado domingo. E até amanhã, se Deus quiser!

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB 

SOU EU MESMO!!!

Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! (Lc 24, 39)


16 de abril de 2020

Não foi fácil para os discípulos assimilarem o fato histórico da ressurreição de Jesus. Nem de longe, estavam esperando que isso acontecesse. Mesmo que Jesus tenha falado disto com os doze, explicado várias vezes que ele seria vítima de uma morte dolorosa e ressuscitaria ao terceiro dia, não estava no horizonte deles tudo o que aconteceu. Consideremos também que a ressurreição de Jesus não foi como a de Lázaro, em que o morto ficou vivo de novo e continuou sua vida normal, morrendo no tempo certo. A ressurreição de Jesus foi algo completamente novo e diferente.

O fato de os discípulos estranharem tanto, por um lado, foi bom para alguém não acusar que a ressurreição tenha sido uma saída honrosa que eles arrumaram para o aparente fracasso do seu Mestre. No evangelho lido hoje, vemos Jesus tentando convencê-los de que é ele mesmo. E isso, é claro, está valendo pra nós. Nós também não temos ideia do que seja mesmo a ressurreição de Jesus e a nossa ressurreição com ele.

Quando a comunidade dos discípulos estava reunida, e os discípulos de Emaús estavam contando como eles tinham se encontrado com o Senhor Ressuscitado, ele mesmo apareceu no meio deles e lhes fez a saudação de paz. Eles ficaram assustados, com medo, cheios de dúvida, pensando que era um fantasma. Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Neles, estavam os sinais da crucificação. “Vejam minhas mãos e meus pés. Eu não sou um fantasma. Toquem em mim. Um fantasma não tem carne, nem osso”. Mesmo assim, eles ainda continuavam duvidando. Então, Jesus pediu algo para comer. Deram-lhe um pedaço de peixe assado e ele comeu à vista de todos.

Essa é a primeira lição da ressurreição. Jesus não é um fantasma. Não é alguém que voltou do mundo dos mortos e está perambulando por aí. É ele mesmo, vivo, saudável, com um corpo glorioso, mas numa nova situação, situação difícil de se entender e de se explicar. E é bom a gente tentar captar alguma coisa porque essa é a nova condição que alcançaremos, se estivermos em comunhão com Cristo. Ele foi o primeiro, é o primogênito de muitos irmãos, como diz São Paulo. Nós vamos atrás dele.

Jesus venceu definitivamente a morte. Não levantou-se da morte para continuar vivendo biologicamente a mesma vida. Foi elevado a um novo patamar de existência. É a vida plena em Deus. É a existência em Deus. Não é um espírito vagando por aí, como alguém poderia pensar. Ele tem um corpo. Seu corpo está marcado pelas chagas da crucificação, ele pode ser visto, ouvido, tocado e, nessa passagem, mostrou que também pode se alimentar. Tem um corpo, um corpo glorioso com que ele entrou na sala com as portas fechadas. Agora, sim, ele pode estar conosco até à consumação dos séculos, como nos prometeu. A primeira lição é essa: ele não é um fantasma, nem uma aparição de alguém que voltou do mundo dos mortos.

A segunda lição a ser assimilada está na explicação do próprio Jesus nessa cena. Tudo isso é cumprimento do que está escrito nos livros de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, isto é, nas Escrituras Sagradas. Sua morte e sua ressurreição são a realização das promessas de Deus, como se pode ler nas Escrituras. O que Deus prometeu? Vida plena, a vitória completa do seu servo. Seu servo não conheceria a corrupção da carne, como diz o salmo 16.
A terceira lição a ser assimilada por nós, como o foi para a primeira geração dos discípulos, é que a força da ressurreição nos faz testemunhas e anunciadores de sua obra. A conversão e o perdão dos pecados serão anunciados a todos os povos, em seu nome, por nós.

Guardando a mensagem

Falamos de ressurreição, mas não entendemos ainda bem o que seja. Ela já aconteceu em Jesus. É uma mudança radical no nosso ser biológico e espiritual. Pela ressurreição, entraremos na esfera divina, ultrapassando os limites de espaço e tempo. A nossa alma já foi criada imortal, mas faltava essa plenificação em Deus. Pela ressurreição, teremos também um corpo transformado. Jesus é o primogênito da grande família dos filhos de Deus que vai à nossa frente. Ele não é um fantasma, uma aparição. Ele levou para a esfera de Deus a nossa própria humanidade. Essa novidade que irrompeu na história pela ressurreição ao terceiro dia era já uma promessa na história e nos livros santos do povo de Deus. Nós agora somos testemunhas de tudo isso, levando ao mundo o anúncio da salvação em Cristo, pelo perdão dos pecados que ele alcançou por sua morte e ressurreição.

Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! (Lc 24, 39)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 

queremos compreender um pouco mais da tua ressurreição e da nossa ressurreição contigo. Não se trata de um jogo de palavras, mas de uma realidade que nos ultrapassa, que só pode ser acolhida na fé. Não nascemos para a morte, nascemos para a vida, para a plenitude. É a nossa vocação de seres criados à imagem e semelhança de Deus. Em ti, Senhor Jesus, já vemos a realização plena do ser humano. Sendo Deus, tu te fizeste humano. Estavas já na glória com o Pai e o Santo Espírito. Mas, agora, estás também como humano. Em ti, contemplamos nossa condição humana glorificada, em Deus. Aspiramos a isso. Sonhamos com isso. Estamos vocacionados para a completa realização, como filhos de Deus. Continua, Senhor, a ser para nós, caminho, verdade e vida. E agora, com esta pandemia, quando experimentamos nossa fragilidade e nossa pequenez, aumenta em nosso coração a virtude da esperança. Que em nossos sofrimentos, em nossas pelejas humanas nos sustente a certeza da completa vitória que a tua ressurreição nos assegura. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Recomende, em oração, a Jesus ressuscitado as pessoas suas conhecidas que estejam em situação de aflição e sofrimento, neste momento da ameaça do novo coronavírus.

Nós nos encontramos, às 10 da noite, no facebook e no aplicativo Tempo de Paz. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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