PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: mestres da lei
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SABER PARA VIVER E AJUDAR


Ai de vocês, mestres da Lei, porque tomaram a chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e ainda impediram os que queriam entrar (Lc 11, 52)
Uma acusação muito forte, esta, feita por Jesus. Uma acusação contra os mestres da Lei. Quem eram os mestres da lei do tempo de Jesus? Gente que tinha estudado muito as Escrituras Sagradas. Pessoas que tinham frequentado grandes mestres, como Paulo que estudou com um professor muito famoso, Gamaliel. No meio daquela grande confraria que eram os fariseus e também entre os saduceus (duas alas religiosas muito influentes), um grupo tinha muito conhecimento das Escrituras e as explicavam ao povo. Eram os mestres da Lei. Eles tinham muita influência sobre as pessoas, pois conheciam bem os textos sagrados e instruíam o povo sobre como se devia praticar as tradições religiosas.
Jesus logo percebeu que aquela sabedoria toda daqueles homens era usada em vantagem própria: era fonte de muito prestígio para eles e de muito poder sobre o povo. Por isso, teceu muitas críticas sobre eles. Denunciou que eles exibiam santidade, mas por dentro eram violentos e interesseiros. Mais de uma vez, Jesus os chamou de sepulcros caiados. Jesus igualmente chamou a atenção dos seus discípulos para a vaidade e o exibicionismo de suas esmolas, de suas orações em público, de seus jejuns. Eles impunham um grande peso nas costas do povo, com tantas normas a serem cumpridas. Mas, eles mesmos nem de longe as praticavam.
Tanto conhecimento, tanta ciência.... mas, não em vantagem do Reino de Deus, do crescimento do povo, mas, sim, utilizados para manterem-se como uma elite, desfrutando privilégios e desclassificando os mais pobres de iletrados e ignorantes.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Jesus bateu de frente com os mestres da Lei do seu tempo. Denunciou que, com o seu grande saber religioso, eles estavam não só se esquivando do anúncio do Reino de Deus, mas também obstruindo a adesão do povo. É necessário que os nossos ministros estudem e estudem muito para servir ao povo de Deus, com qualidade, com conhecimento, com a segurança da doutrina e a pedagogia de mestres de espírito. Mas, há sempre o perigo desse muito estudo acabar por constituir uma elite apartada da comunidade, disputando privilégios e fazendo desse conhecimento uma fonte de opressão sobre as pessoas. Pior ainda se, pelos títulos acadêmicos conseguidos, o evangelizador chegar a desprezar a fé dos simples e suas expressões religiosas. Aí realmente fica valendo esse “ai de vós” profético de Jesus.
Ai de vocês, mestres da Lei, porque tomaram a chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e ainda impediram os que queriam entrar (Lc 11, 52)
Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece
Senhor Jesus,
O teu compromisso com a boa notícia do amor de Deus e com os destinatários dessa boa nova te levaram a anunciar o Reino de Deus especialmente pela proximidade das pessoas. Esse é o mistério da tua encarnação. Tu és o verbo de Deus que se abaixou para nos encontrar em nossa condição frágil e pecadora. Por isso, não querias que os teus missionários confiassem mais nas estratégias do que na força da mensagem. E denunciaste os pregadores que usavam de sua ciência e de seus muitos conhecimentos para reforçarem seus privilégios e destituírem o povo de sua condição de povo amado de Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.  
Vamos procurar praticar a palavra de hoje
O conhecimento da fé é um direito sagrado de todo cristão, não é só competência de um pequeno grupo.  Para vencer uma certa passividade em relação ao conhecimento da fé, deixo-lhe aqui uma sugestão: procure hoje ler ou ouvir alguma coisa a mais sobre a fé cristã.

Pe. João Carlos Ribeiro – 16.10.2016/19.10.2017

GUIAS CEGOS


Ai de vocês, guias cegos! (Mt 23, 16)
Os antigos profetas, como Isaías e Jeremias, tinham denunciado a má conduta das lideranças do seu povo. Era comum, nessas ocasiões, usarem a expressão: “Ai de vocês...”. Jesus assume o modo de falar dos profetas diante das lideranças do seu tempo, particularmente em confronto com o grupo de maior influência sobre o dia-a-dia do seu povo, o grupo dos fariseus.
Eu já expliquei a vocês o papel que tinham os fariseus, como grande confraria de homens praticantes da Lei de Moisés. Eles marcavam o ritmo da vida do seu povo, com sua forte influência nas sinagogas, nas praças, nas peregrinações, nas rodas de discussão no Templo de Jerusalém. A elite dos fariseus era formada pelos doutores da Lei, os mais estudados, chamados mestres e tidos como guias do povo. Eles interpretavam a Lei escrita e oral, sufocando o povo com centenas de mandamentos e normas e discriminando os mais pobres, doentes e sofredores.
O evangelho de hoje traz três AIS de Jesus contra os fariseus e os seus mestres. “Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus hipócritas”. E as reclamações são três: Fecham o acesso do Reino de Deus ao povo, não entram nem deixam entrar; Quando conseguem converter alguém, fazem dele um ser pior do que eles mesmos; E no fundo, ensinam que os bens materiais têm mais valor do que as coisas de Deus.
 Informe seu nome, bairro e cidade

No terceiro ‘Ai’, Jesus  os chama de GUIAS CEGOS. Aliás, a palavra ‘cego’ se repete também três vezes. “Ai de vocês, guias cegos!”; “Insensatos e cegos!”;  e, noutro ponto,“cegos!”. A cegueira era uma doença muito comum em Israel e em todo o Oriente. Dizem que uma das causas dessa cegueira era o clima. Jesus mesmo curou vários cegos: o de Betesda, o de Jericó e o de Jerusalém. A cegueira é tomada no evangelho como uma representação espiritual da falta da luz de Deus ou da obstinação em não se ver. Assim, comparativamente, quem não tem a luz de Deus, quem não tem a fé, está se conduzindo nesse mundo como cego. Houve até aquele episódio da cura do cego, em que ele tirou a conclusão: “Cego mesmo é quem vê, mas não enxerga”. Pois bem, nessa denúncia, Jesus está chamando os fariseus de cegos. Não querem enxergar o Reino de Deus que chegou com ele, não querem reconhecer a obra de Deus que está se realizando com a presença do Messias.  E o problema não é só estarem cegos. O pior é que, como cegos, estão conduzido o povo. São líderes cegos. São guias cegos.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Jesus assume a atitude dos antigos profetas, denunciando abertamente a conduta de um influente grupo religioso, os fariseus. Ele tinha dito ao povo que fizesse o que eles ensinavam, mas não imitasse as suas ações.  E, corajosamente, colocou-se frente a frente com os mestres e fariseus, reprovando sua conduta, com a linguagem dos “ais” dos antigos profetas. Ele os chamou de guias cegos. Além de cegos (sem a luz de Deus, fechados à manifestação do Reino de Deus), são guias cegos (arvorando-se em líderes, pastores do rebanho de Deus).  A aplicação desse texto, nos dias de hoje, não é difícil. Há muito cego fazendo-se de guia, por interesses materiais e políticos. Fique alerta!
Ai de vocês, guias cegos! (Mt 23, 16)

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