PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: expulsa os vendedores do templo
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PURIFICANDO A CASA DE DEUS

20 de setembro de 2020

EVANGELHO

Lc 19,45-48


Naquele tempo, 45Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 47Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

MEDITAÇÃO

Jesus disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’ (Lc 19, 46)

Jesus expulsou os vendedores. Mas, os vendedores eram apenas funcionários de quem comandava o Templo. No evangelho de hoje são nomeados os que queriam matar Jesus: os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo (os anciãos). Eram esses que controlavam o Templo; eles é que eram os donos do comércio de animais para o sacrifício e do câmbio de moedas. Eram esses que se beneficiavam daquele dito “sacro comércio”.
E porque se fazia aquele comércio no Templo? Bom, os animais – bois, ovelhas e aves – serviam para os sacrifícios em honra de Deus. E o câmbio era porque o Templo tinha a própria moeda. E, quem chegasse com “dinheiro do mundo”, deveria trocá-lo pela moeda do Templo, para poder fazer sua oferta e comprar os animais para o sacrifício. Assim, na mentalidade deles, as coisas santas não seriam contaminadas com coisas impuras, com dinheiro estrangeiro.
Olha o que Jesus disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vocês fizeram dela um antro de ladrões”. Por que Jesus disse isso? Quem eram os ladrões: os vendedores ou os donos daquele comércio? Bem, aquele grupo que estava na liderança do Templo estava mais interessado na busca dos seus próprios interesses do que na glória de Deus. O Templo de Deus devia ser a casa do povo de Deus. Mas, se tornara coisa deles. Digamos assim, que, em certa medida, eles sequestraram a casa do povo de Deus, fazendo dela uma propriedade sua, um modo de ganhar dinheiro e de manter o seu poder. Aquele estilo de religião tinha roubado o Templo do seu povo.
Mas, há ainda outra razão pela qual Jesus disse que eles tinham transformado o Templo num antro de ladrões. A vocação daquele grande Templo da nação judaica era ser casa de oração, casa de encontro com Deus. Pela oração, os filhos se reuniam com o seu pai, recordavam as grandes obras de Deus em seu favor, a começar pela libertação do poder do faraó, da entrada na terra da promessa vencendo os reis cananeus... A casa era um testemunho de todo a história da salvação desse povo. Uma casa de oração, de memória, de exaltação da glória do Deus fiel. Mas, Jesus disse que o transformaram num antro de ladrões. E o que será que esses ladrões estavam roubando? Eles transformaram o relacionamento do povo com Deus numa relação comercial. Parecia que os fiéis, com suas oferendas e sacrifícios, estavam comprando a benevolência de Deus, o seu perdão, a sua bênção. Aquele estilo de religião tinha roubado Deus do seu povo.
Guardando a mensagem
Os dirigentes do Templo eram representantes de grupos muito poderosos e influentes no país. Jesus denunciou que eles tinham feito da Casa de Deus um antro de ladrões. Ladrões eram eles, porque estavam tirando o Templo do próprio povo de Deus; e estavam transformando o relacionamento com Deus num balcão de negócios, tirando Deus do seu povo. Que coisa preciosa é a religião! Que coisa santa é um Templo! Mas, todo cuidado é pouco para que não se transforme a religião em mais uma fonte de exploração e de opressão, e, o pior, em nome de Deus.
Jesus disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’ (Lc 19, 46)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tua ação no Templo de Jerusalém, expulsando os vendedores e denunciando os ladrões, valeu como uma purificação da religião de Israel e de toda religião. Temos que tomar cuidado para que a religião não se torne uma fonte de exploração, de enriquecimento e de controle das pessoas por gente poderosa e interesseira. Contigo aprendemos que a religião que praticamos em nossos Templos deve nos ajudar a viver em fraternidade, na comunhão com o Senhor nosso Deus e Pai. Sendo hoje o Dia da Consciência Negra, nós te pedimos, Senhor, que purifiques o nosso coração e a nossa cultura de tudo o que expressa desvalorização, discriminação e violência contra a grande maioria do povo brasileiro de descendência africana. Que a fé cristã fermente a nossa história, construindo um tempo de fraternidade, justiça e paz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Todo mundo tem a sua paróquia, uma comunidade eclesial à qual pertence e onde vive e celebra a fé. Em geral, é a que está mais perto da própria casa. No seu caderno espiritual, escreva o nome de sua paróquia, o nome do seu padroeiro ou padroeira e o nome do pároco e reze por sua comunidade paroquial. 
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

TEMPLO VERDADEIRO É O PRÓPRIO JESUS

Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19)
Hoje, a Igreja está celebrando o aniversário de dedicação da Catedral de Roma, a Basílica do Latrão. A dedicação de uma Igreja é sempre uma festa. Unge-se o altar com óleo e as paredes da Igreja também. A igreja-de-pedra é uma representação da igreja-comunidade, templo de Deus. De fato, na carta de São Pedro, está escrito: “quais outras pedras vivas, vocês também se tornam os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1 Pr 2, 5). Os fieis em Cristo são pedras vivas desse Templo espiritual, um sacerdócio santo para oferecer sacrifícios do agrado de Deus. A igreja é o templo vivo de Deus.
Jesus estava chegando para celebrar a páscoa em Jerusalém. Nesta páscoa, ele seria imolado em sacrifício, na cruz. Ele entrou no Templo. E viu um bocado de coisa errada. O Templo de Deus, o único templo erguido em Israel, foi construído para ser um sinal da presença de Deus no meio do seu povo e para ser um local de encontro do povo fiel com o seu Deus. No Templo, o povo, em sinal de gratidão e adoração, oferecia sacrifícios e louvores. Aquele povo tinha uma história com Deus. Tinha sido libertado por ele do cativeiro do Egito, celebrado uma aliança com o Senhor, caminhado por 40 anos no deserto sob sua proteção e tomado posse da terra que ele prometera aos pais. O Templo era o testemunho de tudo isso. E a páscoa era a grande festa para lembrar aquele gesto maravilhoso que Deus tinha realizado em favor daquele povo: tirá-lo da escravidão e constituí-lo um povo livre, naquela terra.
E o que Jesus viu no Templo? Jesus viu o Templo entregue aos interesses de uma elite manipuladora, que instrumentaliza o Templo em favor dos seus interesses econômicos e políticos. A sede do Sinédrio que o condenou era lá. Lá, mandavam os saduceus, beneficiados pela dominação romana em seus negócios e em sua liderança. Jesus viu um Templo que perdeu a razão para a qual existia: ser um lugar de encontro da comunidade de Israel com o Deus dos seus pais, o Deus de sua história.
Como Jesus reagiu? Primeiro, ele expulsou os comerciantes que vendiam animais para os sacrifícios ou faziam o câmbio das moedas, no interior do Templo. Foi uma forma de reagir à má utilização que os líderes estavam fazendo do Templo. Segundo, ele disse, com todas as letras que ele é quem era o Templo de verdade. De fato, em Jesus encontramos e honramos o Pai que o enviou. É no seu corpo entregue e no seu sangue derramado, o único sacrifício que agora conta, que somos reconciliados com Deus. É só por meio dele que chegamos ao Pai. Ele é o Templo de verdade. Foi assim que ele disse: “Destruam esse Templo e eu o construirei em três dias”. De fato, foi isso que aconteceu. Eles destruíram o templo do seu corpo, pela cruel morte de cruz, mas Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Mas, isto, claro, ninguém ali na hora entendeu.
Guardando a mensagem
Celebramos hoje o aniversário de dedicação da Catedral de Roma. Como é o Templo que representa todos os outros templos do cristianismo, todos nos alegramos nessa festa. E recordamos que o verdadeiro templo é a comunidade dos fieis, o povo batizado, a Igreja. O templo-de-pedra representa a comunidade-povo-de-Deus. E nos lembramos de Jesus que, no tempo da páscoa, entrou no grande Templo de Jerusalém e, depois de ter expulsado os vendedores de animais e os cambistas, apresentou-se como o verdadeiro Templo. Ele é o sacerdote que oferece o sacrifício de sua própria vida, sacrifício que, de verdade, agrada a Deus e com ele nos reconcilia. Jesus é o templo de verdade.
Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Gostamos muito de nossas igrejas, de nossos templos. Nem sempre nos lembramos que mais importante do que as paredes de pedra são as pessoas que formam a igreja viva, a comunidade santa, o povo de Deus. Claro, Senhor, precisamos zelar por nossas igrejas-templo, para que elas estejam sempre limpas, bonitas, acolhedoras. Mas, mais amor e maior cuidado precisamos ter com a comunidade dos cristãos que ali se reúne. E somos templo porque estamos unidos a ti, Templo vivo de Deus, pedra que os construtores rejeitaram, mas que tornou-se a pedra angular. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Se você tiver oportunidade hoje de passar por uma igreja, seja uma capelinha ou uma matriz, entre e sente um minutinho. E pense no evangelho de hoje... Você também é uma pedra viva do maravilhoso templo que é Cristo e sua Igreja.

Pe. João Carlos Ribeiro – 09.11.2017

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