PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: cego de nascença
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O 26º passo de nossa caminhada quaresmal é recordar, com gratidão, o seu batismo.




19 de março de 2023

4º Domingo da Quaresma

26º passo de nosso caminho quaresmal



EVANGELHO


Jo 9,1-41

Naquele tempo: 1ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. 2Os discípulos perguntaram a Jesus: 'Mestre, quem pecou para que nascesse cego: ele ou os seus pais?' 3Jesus respondeu: 'Nem ele nem seus pais pecaram, mas isso serve para que as obras de Deus se manifestem nele. 4É necessário que nós realizemos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, em que ninguém pode trabalhar. 5Enquanto estou no mudo, eu sou a luz do mundo.' 6Dito isto, Jesus cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. 7E disse-lhe: 'Vai lavar-te na piscina de Siloé' (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando.
8Os vizinhos e os que costumavam ver o cego — pois ele era mendigo — diziam: 'Não é aquele que ficava pedindo esmola?' 9Uns diziam: 'Sim, é ele!' Outros afirmavam: 'Não é ele, mas alguém parecido com ele.' Ele, porém, dizia: 'Sou eu mesmo!'
10Então lhe perguntaram: 'Como é que se abriram os teus olhos?' 11Ele respondeu: 'Aquele homem chamado Jesus fez lama, colocou-a nos meus olhos e disse-me: 'Vai a Siloé e lava-te'. Então fui, lavei-me e comecei a ver.' 12Perguntaram-lhe: 'Onde está ele?' Respondeu: 'Não sei.'
13Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. 14Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. 15Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: 'Colocou lama sobre meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!'
16Disseram, então, alguns dos fariseus: 'Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado.' Mas outros diziam: 'Como pode um pecador fazer tais sinais?'
17E havia divergência entre eles. Perguntaram outra vez ao cego: 'E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?' Respondeu: 'É um profeta.'
18Então, os judeus não acreditaram que ele tinha sido cego e que tinha recuperado a vista.
Chamaram os pais dele 19e perguntaram-lhes: 'Este é o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que ele agora está enxergando?' 20Os seus pais disseram: 'Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego. 21Como agora está enxergando, isso não sabemos. E quem lhe abriu os olhos também não sabemos. Interrogai-o, ele é maior de idade, ele pode falar por si mesmo.' 22Os seus pais disseram isso, porque tinham medo das autoridades judaicas. De fato, os judeus já tinham combinado expulsar da comunidade quem declarasse que Jesus era o Messias.
23Foi por isso que seus pais disseram: 'É maior de idade. Interrogai-o a ele.' 24Então, os judeus chamaram de novo o homem que tinha sido cego. Disseram-lhe: 'Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador.' 25Então ele respondeu: 'Se ele é pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo.' 26Perguntaram-lhe então: 'Que é que ele te fez? Como te abriu os olhos?' 27Respondeu ele: 'Eu já vos disse, e não escutastes. Por que quereis ouvir de novo? Por acaso quereis tornar-vos discípulos dele?' 28Então insultaram-no, dizendo: 'Tu, sim, és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés. 29Nós sabemos que Deus falou a Moisés, mas esse, não sabemos de onde é.' 30Respondeu-lhes o homem: 'Espantoso! Vós não sabeis de onde ele é? No entanto, ele abriu-me os olhos! 31Sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aquele que é piedoso e que faz a sua vontade. 32Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33Se este homem não viesse de Deus, não poderia fazer nada'.
34Os fariseus disseram-lhe: 'Tu nasceste todo em pecado e estás nos ensinando?' E expulsaram-no da comunidade.
35Jesus soube que o tinham expulsado. Encontrando-o, perguntou-lhe: 'Acreditas no Filho do Homem?' 36Respondeu ele: 'Quem é, Senhor, para que eu creia nele?' 37Jesus disse: 'Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo.' Exclamou ele: 38'Eu creio, Senhor'! E prostrou-se diante de Jesus.
39Então, Jesus disse: 'Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem, vejam, e os que veem se tornem cegos.' 40Alguns fariseus, que estavam com ele, ouviram isto e lhe disseram: 'Porventura, também nós somos cegos?' 41Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: 'Nós vemos', o vosso pecado permanece.'



MEDITAÇÃO


Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7)

E chegamos ao quarto domingo da Quaresma. Cada domingo é um patamar a que vamos chegando em nossa subida diária em direção à páscoa. É um caminho de revelação de quem é Jesus e de sua obra redentora que continua em nossas vidas e na história. É uma caminhada em que vamos renovando nossa condição de discípulos e nossa adesão à pessoa do Salvador. Estamos em comunhão com ele, caminhamos com ele desde o nosso batismo.

O evangelho de hoje conta a história do cego de nascença que foi curado de sua cegueira. E esse texto é tão interessante que eu vou pedir a você, para o seu bem espiritual, que leia o evangelho de hoje completinho em sua Bíblia. João capítulo 9, de 1 a 41. 

Vamos recordar nosso caminho nessa quaresma. No primeiro domingo, o tema foi o pecado, na cena das tentações. Jesus  é o novo Adão que vence o pecado. No segundo domingo, o tema foi a Lei, na transfiguração. Jesus é o novo Moisés que nos traz a Palavra de Deus. No terceiro domingo, o tema foi a água, na história da Samaritana. É ele que nos comunica a água viva, o dom de sua vida e o Espírito Santo. Neste quarto domingo da quaresma, o tema é a luz e a água, na história do cego de nascença. 
Explicou Paulo na carta aos Efésios: "Outrora, vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz".

A história de hoje é como um teatro em cinco atos e se desenvolve como se fosse um processo, com acusações, interrogatório e sentença final. Não deixe de ler. Em resumo: Jesus mandou o cego de nascença lavar-se na piscina de Siloé. E ele ficou bom. Os vizinhos e conhecidos estranharam não vê-lo mais pedindo esmolas. Os fariseus quiseram saber o que aconteceu. E ficaram com raiva e não acreditaram na conversa dele. Os pais dele foram interrogados. O ex-cego também foi interrogado e expulso da comunidade. Jesus se encontrou de novo com ele e ele proclamou sua fé: “Eu creio Senhor”. Vem a sentença de Jesus: “Quem era cego agora pode ver. Os que vêem agora estão cegos.”

Agora, me diga, onde é que fomos lavados? Pense aí... quando é fomos restaurados? Você pensou no batismo? Então, acertou. Fomos lavados do pecado no batismo. Fomos curados de nossa escuridão no batismo. Esse domingo nos ajuda a perceber a grandeza do nosso batismo. Isso faz parte de nossa preparação para a páscoa. É possível que na noite da páscoa haja batizado de adultos em sua comunidade. E, com certeza, haverá o momento em que todos farão a renovação das promessas do batismo. No batismo, somos lavados de nosso pecado, iluminados em nossa escuridão.


Guardando a mensagem

O batismo é a nova criação. Nele se celebra o que o Senhor faz por nós: ele nos restaura, consertando a obra que foi desfigurada pelo pecado. Veja o que Jesus fez: fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. Fez como o criador do início da Bíblia que, como um oleiro, fez o homem do barro. No batismo, renascemos em Cristo, somos iluminados por ele. Até recebemos uma vela acesa para ilustrar a obra que Jesus faz em nós. Veja o que aconteceu: o cego de nascença passou a enxergar, depois que se lavou na piscina. O que representa essa piscina? ... Isso. Não precisou que eu dissesse. O batismo, a pia batismal. A conclusão é uma atitude: Viver a vida nova que o Senhor nos comunica pelo batismo. Como disse São Paulo: “Vivam como filhos da luz. Desmascarem as obras das trevas. Se estiverem dormindo, despertem”.

Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a riqueza de tua palavra enche o nosso coração de alegria. Diante da maravilha que é tua obra em nosso favor, nós não podemos e não queremos viver como cegos, de jeito nenhum. Já fomos cegos, agora vivemos na tua luz. Já nos lavamos na piscina de Siloé. Fomos restaurados ali como novas criaturas. Não temos mais parte com a escuridão: a desonestidade, a infidelidade, a descrença. Agora é hora de, no confronto com os fariseus de hoje, testemunhar que te reconhecemos como nosso Salvador. Como o cego curado, mesmo expulso da sinagoga, queremos dizer-te hoje: “Eu creio, Senhor”. E viver nessa fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

O 26º passo de nossa caminhada quaresmal é recordar, com gratidão, o seu batismo. Nele, fomos lavados dos nossos pecados, iluminados em nossa escuridão. Anote no seu caderno espiritual o nome dos seus padrinhos de batismo. Será que você ainda tem alguma foto do seu batizado? 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

UM CEGO EM QUARENTENA

Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7)

22 de março de 2020.


Estamos mergulhados numa quarentena, que ainda muitos não estão levando a sério. Uma quarentena em plena quaresma. E está apenas começando.  O clima realmente é de quaresma a nos pedir sacrifício, oração e solidariedade. A realidade está aí: uns querem vê-la, outros se aborrecem com quem tenta mostrá-la e maltrata quem está enxergando.

De quem é a culpa desse homem estar cego, de ter nascido sem a visão? O pecado é dele ou dos pais dele? Foi o que perguntaram a Jesus no evangelho de hoje. No nosso caso, temos certeza de que a humanidade tem culpa sim. Um vírus não nasce do nada. Pode ter nascido do desequilíbrio que a nossa civilização provoca no mundo. Temos sido predadores da natureza, destruidores da obra de Deus. Entre nós, nos comportamos movidos pelo individualismo, pela concentração de bens, pela geração da miséria. Estamos manipulando perigosamente a vida e nos entupindo de substâncias químicas e tóxicas. Todo esse desrespeito à natureza, da qual somos parte, a poluição do planeta, a exaustão dos seus recursos (como a água, as florestas), tudo isso tem um preço. Pomos todo essa afronta às leis naturais e divinas na conta do pecado. E o pecado gera morte. É o que está na carta de São paulo aos Romanos.

A pandemia é um sinal da desordem que criamos no mundo. É a própria natureza se rebelando contra nós. Não é apenas uma epidemia, localizada. É uma pandemia, uma ameaça à toda humanidade. Depois do H1N1, deste Covid-19, virão outros, quem sabe ainda mais devastadores, Deus nos livre. Como uma vez disse Jesus, a respeito de tragédias e desastres do seu tempo: “Se vocês não se converterem, perecerão todos”.

O tom, reconheço, é um pouco pessimista. Mas, isto precisa ser dito, ou não? Andássemos no respeito à natureza e na fraternidade humana, não haveria pandemia nesses termos. Mas, calma, o evangelho de hoje pode levantar o nosso moral. Jesus encontrou um cego mendigando (é a nossa cara). Um cego mendigando – é o estado da humanidade hoje. Jesus molhou o barro com a saliva e o colocou nos olhos do cego. E o mandou lavar-se na piscina de Siloé. E ele foi e voltou enxergando. Uma cena um pouco estranha, não acha? Se o problema era curar o cego, bastava dizer “enxergue”. Vamos entender os gestos de Jesus.

Por que será que Jesus molhou o barro e o colocou nos olhos do cego? E por que o mandou lavar-se na piscina ou no tanque? Simples. A obra de Jesus é a restauração do ser humano. No primeiro livro da Bíblia, conta-se como o homem foi criado. Deus fez o homem do barro, modelou-o como um oleiro. Jesus não está só curando os olhos do homem. Ele está restaurando a obra prima de Deus, consertando o que foi estragado, deteriorado pelo pecado. Por isso, usa o barro molhado, como o oleiro do livro do Gênesis. E por que o mandou lavar-se na piscina? Por que é no banho do batismo, na piscina batismal, que Cristo nos restaura. É no batismo que somos lavados, perdoados dos nossos pecados. Na fé, somos mergulhados no mistério da morte e ressurreição de Jesus, renascendo com ele. Isto é o batismo, o banho restaurador. O batismo é a nossa participação na páscoa de Jesus. A história do cego de nascença é uma catequese sobre o batismo.    

Guardando a mensagem

É verdade que estamos na condição daquele cego mendigo. Somos esta humanidade pecadora, cega, colhendo de nossas más ações: a exaustão da criação, os grandes desequilíbrios produzidos na natureza (basta lembrar do aquecimento do planeta), a concentração de riqueza e a geração da miséria. Uma humanidade que vem se afastando cada vez mais de Deus e do seu projeto de fraternidade. Mas, Jesus vem ao nosso encontro para nos restaurar, para nos abrir os olhos. Crendo nele, acolhendo o seu Evangelho, convertendo-nos, podemos renascer, lavar nossos pecados na sua paixão e morte. Ele morreu para tirar o pecado do mundo. Assim, depois dessa quarentena de privações e de luto pela morte de irmãos e irmãs, poderemos emergir renovados, em páscoa. É a nossa grande chance.

Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Nessa passagem da cura do cego de nascença, as comunidades cristãs meditam sobre o batismo, que celebra a tua obra de restauração de cada ser humano marcado pelo pecado. Em nossa condição de quarentena por causa da disseminação desse vírus, nos damos conta que este cego representa, hoje, a nossa humanidade decaída no pecado. Esta quarentena, vivida em clima de quaresma, é um convite à conversão. Somos filhos de uma civilização que agride a natureza e sacrifica os seus próprios semelhantes, movidos pela ambição, pela descrença e pelo stresse. Tua obra entre nós é a restauração. Na tua morte redentora, encontramos o perdão e a paz. Dá-nos Senhor viver essa quaresma como tempo de conversão. E renovarmos nossa vida pessoal e social na tua santa páscoa. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Uma coisa importante. Mesmo não podendo participar presencialmente da Santa Missa, participe através do rádio, da televisão ou de uma rede social. Na hora sagrada de sua Missa, pare tudo, recolha-se com atenção e piedade. Eu já lhe enviei ontem o folheto litúrgico do quarto domingo da Quaresma. Se não encontrar, solicite.

Outra coisa. Para proteção de sua família, faça a novena extraordinária a Nossa Senhora Auxiliadora, cujo link estou lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb  

Ele me abriu os olhos

E Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé.”  O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7).


E chegamos ao quarto domingo da quaresma. Cada domingo é um degrau que vamos subindo em direção à páscoa. É um caminho de revelação de quem é Jesus e de sua obra redentora que continua em nossas vidas e na história. É uma caminhada em que vamos renovando nossa condição de discípulos e nossa adesão à pessoa do Salvador. Estamos em comunhão com ele, caminhamos com ele desde o nosso batismo.

O evangelho de hoje conta a história do cego de nascença que foi curado de sua cegueira.  E esse texto é tão interessante que eu vou pedir a você, para o seu bem espiritual, que leia o evangelho de hoje completinho em sua Bíblia. João capítulo 9, de 1 a 41. Leia e faça uma conta: quantas vezes está escrito a expressão “abrir os olhos”?

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