PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: cachorrinhos
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FÉ, PERSEVERANÇA, HUMILDADE – A HISTÓRIA DA MULHER CANANEIA.


MEDITAÇÃO PARA A QUINTA-FEIRA, DIA 08 DE FEVEREIRO DE 2018.
Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha (Mc 7, 29)
No tempo de Jesus, as fronteiras do país não eram muito definidas. Mas, os judeus sabiam bem onde começavam os territórios pagãos. Desde a entrada na terra prometida, o povo tinha sido instruído a afastar-se das populações pagãs que moravam na própria terra de Canaã. Nenhuma consideração para com os cananeus e seus cultos idolátricos.
No texto de hoje, o evangelista Marcos nos dá notícia que Jesus está em territórios pagãos, na região de Tiro e Sidônia. Talvez quisesse se afastar um pouco daquela correria toda do seu trabalho missionário, com tanta gente atrás dele. Mas logo chega alguém pedindo ajuda. É uma mulher pagã, cananeia, suplicando que expulsasse o demônio de sua filha. Jesus se fez de difícil. “Deixa que primeiro os filhos fiquem saciados. Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”.
Chamar os pagãos de cachorros ou de porcos era comum por parte do povo hebreu. Essa atitude agressiva para com os gentios, os pagãos, resultava da decisão de manterem distância dos seus cultos e de sua cultura. Jesus, enquanto humano, nasceu judeu, aprendeu o modo judeu de pensar o mundo e a religião. Portanto, certamente, ao menos até certa altura do seu apostolado, podia ter essa mesma atitude frente aos pagãos. Ele mesmo tinha dito: “Eu vim para as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
Naturalmente, contando a história de Jesus, a comunidade de Marcos refletia a própria história. As comunidades de Marcos eram comunidades fora da Palestina, em ambiente pagão. Nessas comunidades, havia judeus convertidos, mas, sobretudo, muitos pagãos que aderiam à fé em Jesus Cristo. E a Igreja, que nasceu no ambiente judeu, no início teve muita dificuldade para incluir os pagãos na comunidade. Isso só começou a ser bem resolvido numa grande reunião dos apóstolos e lideranças, em Jerusalém, com a presença de São Paulo.
Então, é claro que Marcos, ao escrever a história de Jesus, sublinhava os problemas e a situação de suas comunidades. Defendeu, claramente,  que os pagãos também tinham direito de fazer parte das comunidades e que não lhes cabia a pecha de cachorros, porque a salvação em Cristo também era para eles.
Voltemos ao texto. Jesus disse que o pão era em primeiro lugar para os filhos e que não estava certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos. Quem seriam os filhos? Claro, os judeus. E quem eram os cachorrinhos? Os pagãos, gente como aquele cananeia. Esse era o pensamento de qualquer judeu do seu tempo.
E qual foi a reação da mulher? Aquela coitada tinha vindo incomodar Jesus, suplicando que ele libertasse sua filha que estava possuída por um demônio. Tinha “caído aos seus pés”, quer dizer prostrou-se reconhecendo a grandeza de Jesus. E diante da negativa, ela insistiu com grande humildade: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”.
Vamos guardara a mensagem
Como era grande a fé daquela mulher! Foi procurar Jesus, prostrando-se aos seus pés. Isso é um sinal de sua fé, de sua acolhida de Jesus, como Messias. Não se intimidou com a aparente negativa dele, antes insistiu, perseverou no seu pedido... reconhecendo a sua pequenez (que era a situação dos pagãos).  E, claro, mostrou uma grande humildade. Fé, perseverança, humildade. Diante disso, Jesus mudou sua posição... Concedeu o que ela estava pedindo com tanta fé, perseverança e humildade. A mudança de atitude de Jesus, incluindo os pagãos na salvação, será a atitude mais tarde das comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.
Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha (Mc 7, 29)

Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Os teus seguidores deram o grande passo de construírem comunidades onde também os pagãos eram acolhidos. Foi um parto doloroso essa passagem. Não foi fácil passar de comunidades formadas exclusivamente de cristãos vindos do judaísmo para comunidades que integravam também convertidos vindos do paganismo. Por isso, essa história da mulher cananeia ficou na mente dessas comunidades. Tu deste o primeiro passo. Partilhaste o pão dos filhos, os judeus, com os pagãos. Ou melhor, reconheceste que também os pagãos são filhos de Deus. Que a nossa oração, Senhor, seja como a da mulher cananeia, que, mesmo se sentindo relegada, foi firme em sua fé, mostrou-se humilde e perseverante no seu pedido. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Estamos na semana mundial do enfermo. Faça alguma coisa por um doente. O quê? Uma visita, uma mensagem ou uma prece.

Pe. João Carlos Ribeiro – 07.02.2018

FÉ A TODA PROVA

A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos! (Mt 15, 27)
Uma senhora pagã veio ao encontro de Jesus com um pedido de socorro: a filha estava possuída pelo demônio. A resposta de Jesus foi estranha. Ficou calado. Ela continuou implorando, pelo caminho. Ele comentou com os discípulos que fora enviado somente para o povo de Deus. A mulher insistia, implorava... E a resposta dele foi dura: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. Ele, como bom judeu, entendia que devia socorrer primeiro o povo da aliança, o seu povo. Será que essa era mesmo a compreensão de Jesus ou ele estava colocando a mulher à prova? De toda forma, ele foi muito duro, negando-se a ajudar aquela senhora pagã que implorava socorro para libertar a filha do domínio do demônio.
Agora, essa aparente rejeição não conteve aquela senhora em busca de uma solução para sua filha. O que uma mãe não faz pelos seus filhos? O que um pai não faz para salvar um filho? Ela insistiu, com muita humildade: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” (Mt 15, 27). Uma fé a toda prova. Sim, ela até se conformava com a pecha de “cachorrinhos” com que os judeus rotulavam os pagãos. Na verdade, os chamavam de cães, porcos... uma triste atitude de discriminação, para nossos padrões de hoje. Pois bem, ela aceitava essa condição humilhante, que não lhe dava direito de receber os benefícios do Messias do povo eleito. Mas, dizia ela, “os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos”.
Essa fé tão grande, essa humildade tão forte, convenceram Jesus. Pode ser que até o tenha feito mudar de ideia, se de fato ele pensava daquele jeito.  Olha a resposta dele: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!”. Uma grande lição para todos nós. Cultivar uma fé que não se deixe vencer pelos preconceitos, que passe na prova da humildade.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Pode ser que Jesus tenha querido por à prova a fé daquela mulher pagã, ao fazer dificuldade em atender o seu pedido. Ou pode ser que ele tenha agido na lógica da cultura judaica que excluía as pessoas de outras religiões da bênção de Deus. Se foi para pô-la à prova, ela passou no teste, demonstrando a grandeza de sua fé e de sua humildade. Se ele agiu por preconceito, foi humilde ao modificar sua posição, reconhecendo a preciosidade de sua fé e concedendo-lhe a libertação de sua filha.
A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos! (Mt 15, 27)

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