PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: blasfêmia
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Largue as pedras que você tem na mão!


22 de março de 2024

Sexta-feira da 5a. Semana da Quaresma


   Evangelho.   


Jo 10,31-42

Naquele tempo, 31os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?”
33Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!” 34Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?
35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.
39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. 40Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade”. 42E muitos, ali, acreditaram nele.

   Meditação.   


Por ordem do Pai, mostrei a vocês muitas obras boas. Por qual delas vocês querem me apedrejar? (Jo 10, 32)

Domingo já é o Domingo de Ramos. E o que celebramos na Semana Santa? Claro, o imenso amor de Deus que se manifestou na morte redentora de Jesus, pela qual nos reconciliou e nos uniu a si e ao Pai. Mas, no drama da paixão, não aparece só o amor fiel de Deus e a fidelidade do seu filho Jesus. Aparece também o pecado do ser humano, sua maldade, sua rejeição ao projeto de Deus. Foi isso precisamente que levou Jesus à cruz.

Olha o evangelho de hoje. Eles acham que Jesus está pecando gravemente, blasfemando, ao equiparar-se a Deus, ao revelar sua identidade de Filho de Deus. É só mais uma forma de expressar a sua rejeição profunda e total a Jesus. Já o tinham censurado sobre o seu comportamento com relação ao sábado. Já o tinham condenado por sua convivência com os marginalizados, os publicanos, as pessoas mal vistas por sua lei religiosa. Eles realmente não suportavam Jesus. A perseguição vinha crescendo lentamente. Só estava faltando uma oportunidade para darem cabo dele. Na cena de hoje, já estão de pedras na mão para apedrejá-lo.

Mas, você me diga uma coisa: por que esse ódio, essa violência toda? O que é isso no coração dessa gente que os cega à ação de Deus, tão clara na pessoa de Jesus? Na verdade, esses opositores são os dirigentes, as lideranças do povo, segundo o evangelho de São João. Eles têm interesses a defender. Vêem Jesus como uma ameaça. O que os incomoda? Incomoda a sua pregação, porque anuncia o Reino de Deus que chegou como novo tempo de reconciliação e fraternidade. Incomodam suas atitudes de atenção e defesa dos marginalizados e sofredores. Incomoda sua denúncia sobre a comercialização da fé no Templo. Incomodam suas curas, seus milagres, as histórias que contam sobre ele. Em cada história dessas, Jesus está libertando pessoas da cegueira, da exclusão, da paralisia, da morte. É, é o pecado que os cega. Embora, falem em nome de Deus, estão agindo contra Deus, negando-se a acolher a Palavra de Deus proclamada por Jesus e a própria Palavra feita carne que é Jesus.

Estão armados de pedras. Querem apedrejá-lo. Mas, Jesus continua dialogando, explicando, revelando-se. Algum ali há de entender, há de abrir o coração. Às pedras deles, Jesus opõe as suas obras. Não crêem em sua palavra, tudo bem. Então, creiam nas obras que faz. Elas são ações em continuidade com a obra do Deus criador. Lembra que ele disse: “Meu pai trabalha e eu também trabalho”? As obras manifestam que o Pai está com ele, que age nele.

Longe de Deus, a humanidade produz violência, morte. Vivemos num mundo violento: desigualdade social, desemprego, tráfico de drogas, atuação de milícias, guerras... É o mundo longe de Deus. Mergulhados nesse mundo violento, assimilamos um modo grosseiro de reagir, impaciente com os outros, vulgar no linguajar, impiedoso dentro de casa com as crianças e as mulheres, intolerante, discriminador... Como os que rejeitaram Jesus, muita gente está de pedras na mão contra o inocente ou o diferente.




Guardando a palavra

As pedras representam a violência que produz a morte. Eles estão prontos para o apedrejamento de Jesus, que era inocente. Estão no pecado, afastaram-se de Deus, mesmo invocando o seu nome. Reagem violentamente contra o enviado de Deus. O pecado gera morte. Honram o deus da cabeça deles, mas na verdade, utilizam-se do nome de Deus em favor dos seus interesses. As obras, invocadas por Jesus, são suas ações que geram vida. Elas vêm de Deus, elas manifestam o amor vivificador de Deus. As obras confirmam as suas palavras. Elas manifestam decididamente o projeto de salvação de Deus. O que está nos dizendo o evangelho de hoje? Está nos convidando à conversão. As pedras são sinais da morte que o pecado gera. As obras são sinais da vida plena que Jesus nos trouxe. Passemos da morte para a vida. Acolhamos Jesus. Larguemos as pedras. Convertamo-nos!

Por ordem do Pai, mostrei a vocês muitas obras boas. Por qual delas vocês querem me apedrejar? (Jo 10, 32)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
uma vez, lançaste um desafio. Queriam apedrejar a mulher adúltera. “Quem não tiver pecados, atire a primeira pedra”. Foram soltando as pedras, bem devagar e se retirando, envergonhados. Não ficou um pra contar a história. Somos todos pecadores. E este é o tempo da graça, do perdão. Queres nos conceder a vida nova, que vem pela grande obra de tua morte redentora. Mas, só nos desarmando, reconhecendo nosso pecado, abrindo o coração para a conversão podemos receber a vida nova que nos alcançaste na cruz. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Não as pedras, a violência. Mas, a acolhida amorosa de tuas obras, das tuas ações (a inclusão, o perdão, a atenção aos sofredores, a libertação do mal) e de tua grande obra: a salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

É o caso de você ir se preparando para a Semana Santa com uma inquietação: largar as pedras que você tem na mão. Estamos todos contaminados pelo nível de violência física e verbal do nosso mundo. É hora de assumir o jeito de Jesus: manso (não violento) e fiel (não se deixando tragar pelo mal). Hora de largar as pedras.

O passo de hoje em nossa caminhada quaresmal é renunciar ao estilo violento de falar e agir que o mundo ensina. 

Comunicando

Na manhã desta sexta-feira, em preparação da Semana Santa, a AMA está promovendo uma Manhã de Espiritualidade, em nossa sede, no Recife. Você pode nos acompanhar pelo rádio ou pelo Youtube ou, claro, presencialmente. A programação é a seguinte: Santa Missa (09:00h), Pregação com o cantor e comunicador Antonio Cardoso (10:00h) e Adoração Eucarística (11:30). Acompanhe no meu Canal do Youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

HORA DE LARGAR AS PEDRAS

Por ordem do Pai, mostrei a vocês muitas obras boas. Por qual delas vocês querem me apedrejar? (Jo 10, 32)
12 de abril de 2019.
Estamos já no 38º dia da Quaresma. Domingo já é o Domingo de Ramos. E o que celebramos na Semana Santa? Claro, o imenso amor de Deus que se manifestou na morte redentora de Jesus, pela qual nos reconciliou e nos uniu a si e ao Pai. Mas, no drama da paixão, não aparece só o amor fiel de Deus e a fidelidade do seu filho Jesus. Aparece também o pecado do ser humano, sua maldade, sua rejeição ao projeto de Deus. Foi isso precisamente que levou Jesus à cruz.
Olha o evangelho de hoje. Eles acham que Jesus está pecando gravemente, blasfemando, ao equiparar-se a Deus, ao revelar sua identidade de Filho de Deus. É só mais uma forma de expressar a sua rejeição profunda e total a Jesus. Já o tinham censurado sobre o seu comportamento com relação ao sábado. Já o tinham condenado por sua convivência com os marginalizados, os publicanos, as pessoas mal vistas por sua lei religiosa. Eles realmente não suportavam Jesus. A perseguição vinha crescendo lentamente. Só estava faltando uma oportunidade para darem cabo dele. Na cena de hoje, já estão de pedras na mão para apedrejá-lo.
Mas, você me diga uma coisa: por que esse ódio, essa violência toda? O que é isso no coração dessa gente que os cega à ação de Deus, tão clara na pessoa de Jesus? Na verdade, esses opositores são os dirigentes, as lideranças do povo, segundo o evangelho de São João. Eles têm interesses a defender. Vêem Jesus como uma ameaça. O que os incomoda? Incomoda a sua pregação, porque anuncia o Reino de Deus que chegou como novo tempo de reconciliação e fraternidade. Incomodam suas atitudes de atenção e defesa dos marginalizados e sofredores. Incomoda sua denúncia sobre a comercialização da fé no Templo. Incomodam suas curas, seus milagres, as histórias que contam sobre ele. Em cada história dessas, Jesus está libertando pessoas da cegueira, da exclusão, da paralisia, da morte. É, é o pecado que os cega. Embora, falem em nome de Deus, estão agindo contra Deus, negando-se a acolher a Palavra de Deus proclamada por Jesus e a própria Palavra feita carne que é Jesus.
Estão armados de pedras. Querem apedrejá-lo. Mas, Jesus continua dialogando, explicando, revelando-se. Algum ali há de entender, há de abrir o coração. Às pedras deles, Jesus opõe as suas obras. Não crêem em sua palavra, tudo bem. Então, creiam nas obras que faz. Elas são ações em continuidade com a obra do Deus criador. Lembra que ele disse: “Meu pai trabalha e eu também trabalho”?  As obras manifestam que o Pai está com ele, que age nele.
Estamos vivendo dias de muita violência. Além da violência da injustiça, da desigualdade social, do desemprego, temos a violência das armas, com elevado número de mortes causadas por armas de fogo e um discurso que justifica armar o cidadão. Mergulhados neste mundo violento, estamos assimilando um modo grosseiro de reagir, impaciente com os outros, violento no linguajar. Já estamos de pedras na mão.
Guardando a palavra
As pedras representam a violência que produz a morte. Eles estão prontos para o apedrejamento de Jesus, que era inocente. Estão no pecado, afastaram-se de Deus, mesmo invocando o seu nome. Reagem violentamente contra o enviado de Deus. O pecado gera morte. Honram o deus da cabeça deles, mas na verdade, utilizam-se do nome de Deus em favor dos seus interesses. As obras, invocadas por Jesus, são suas ações que geram vida. Elas vêm de Deus, elas manifestam o amor vivificador de Deus. As obras confirmam as suas palavras. Elas manifestam decididamente o projeto de salvação de Deus. O que está nos dizendo o evangelho de hoje? Está nos convidando à conversão. As pedras são sinais da morte que o pecado gera. As obras são sinais da vida plena que Jesus nos trouxe. Passemos da morte para a vida. Acolhamos Jesus. Larguemos as pedras. Convertamo-nos!
Por ordem do Pai, mostrei a vocês muitas obras boas. Por qual delas vocês querem me apedrejar? (Jo 10, 32)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Uma vez, lançaste um desafio. Queriam apedrejar a mulher adúltera. “Quem não tiver pecados, atire a primeira pedra”. Foram soltando as pedras, bem devagar e se retirando, envergonhados. Não ficou um pra contar a história. Somos todos pecadores. E este é o tempo da graça, do perdão. Queres nos conceder a vida nova, que vem pela grande obra de tua morte redentora. Mas, só nos desarmando, reconhecendo nosso pecado, abrindo o coração para a conversão podemos receber a vida nova que nos alcançaste na cruz. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Não as pedras, a violência. Mas, a acolhida amorosa de tuas obras, das tuas ações (a inclusão, o perdão, a atenção aos sofredores, a libertação do mal) e de tua grande obra: a salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
É o caso de você ir se preparando para a Semana Santa com uma inquietação:  largar as pedras que você tem na mão. Estamos todos contaminados pelo nível de violência física e verbal do nosso mundo. É hora de assumir o jeito de Jesus: manso (não violento) e fiel (não se deixando tragar pelo mal). Hora de largar as pedras.

Pe. João Carlos Ribeiro – 12.04.2019

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