PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Salesianos
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Discurso na Câmara dos Vereadores da Cidade do Recife, ao receber a Medalha do Mérito José Mariano


Exmo. Sr. Josenildo Sinésio, presidente desta Sessão.
Exmo. e Revmo. Dom Edvaldo Gonçalves do Amaral, arcebispo emérito de Maceió.
Exmo. Sr. Múcio Magalhães, proponente da comenda em pauta.
Senhoras e Senhores.

Honra-me sobremaneira comparecer hoje a essa Casa Legislativa, para acolher com gratidão a comenda que os nobres vereadores deliberaram outorgar-me, por iniciativa do Vereador Múcio Magalhães, a quem desejo externar um particular agradecimento. Aqui já estive em 2007 para receber o título de Cidadão da Cidade do Recife, de iniciativa do então vereador Severino Gabriel, uma homenagem que me obriga a servir melhor à cidade e à sua gente.

Movido a sonho

Aquele menino teve um sonho. E sonho de menino de 9 anos ninguém pode levar a sério. Mas, no fim da vida, ele olhou para trás, e viu que o sonho tinha se realizado. E chorou, como criança.

Via Sacra da fraternidade

A Via Sacra da Quarta-feira Santa no centro do Recife é um grande momento de oração. É uma iniciativa da Associação Missionária Amanhecer-AMA. Vamos realizá-la pela 12ª vez, amanhã, com muita chuva ou com pouca. Mas, será, tenho certeza, com muita gente. Gente que vai para o centro da cidade rezar e mostrar sua fé.

 

A via-sacra nasceu no Evangelho. Na narração da paixão e morte do Redentor. É uma ação de caminhada: o nome está dizendo, é via, é o caminho sagrado. Nas Igrejas, os quadros da via-sacra estão dispostos ao longo de toda a Igreja, de forma que fazer a via-sacra é realizar o percurso das estações. E são 14 estações, que vão desde a condenação de Jesus ao seu sepultamento. Tenho a impressão que a via-sacra mobiliza muita gente em primeiro lugar porque é oração. E também porque é caminhada. E claro, por ser uma proclamação plástica do Evangelho de Jesus.

 

E a via-sacra da quarta-feira santa é um grande encontro de oração. Muita gente cantando e rezando, a uma só voz. Um grande momento de oração popular, que inclui cantos, gestos, audição da palavra, caminhada. E tudo, feito comunitariamente, coletivamente. E não é só os que estão participando na caminhada que rezam pra valer: por onde vamos passando, o comércio se irmana conosco, acompanhando cada passo.

 

Oração, sim, mas oração integrada com a vida da gente. Vamos rezar sobre a Campanha da Fraternidade. Vamos ligar cada estação das dores de Cristo com as nossas dores. A violência das ruas, os assaltos, o pouco dinheiro no bolso, as mortes, a discriminação dos pobres, os meninos de rua, as doenças... tudo lembrado em prece. A grande cruz vai ser carregada por diversos grupos: desempregados, aposentados, mulheres, homens, crianças, estudantes, viúvas. A oração de contemplação dos sofrimentos de Cristo integra também nossos sofrimentos e nossas lutas. Os gestos de solidariedade que Jesus recebeu no caminho do calvário serão comparados com os gestos de solidariedade de hoje. 

 

A campanha da fraternidade deste ano é muito importante para todos, para os que têm fé e para qualquer cidadão desse planeta. Trata da vida no planeta. Das condições de vida que precisamos preservar. A campanha nos faz refletir sobre o aquecimento global, as mudanças climáticas e sobre nossa responsabilidade pessoal e coletiva no cuidado com o ar, a água, a terra, o lixo, a natureza. Denuncia a devastação das florestas, a destruição dos ecossistemas, a emissão de gases de efeito estufa, a intoxicação dos alimentos, o destastre ecológico que nós estamos produzindo. É hora de uma nova consciência planetária e ecológica. É o parto de um cidadão consumidor consciente e mais responsável. E a fé tem um lugar especial nessa luta.

 

A Via Sacra da fraternidade de amanhã terá sua concentração no pátio de São Pedro, a partir das 6 da manhã. Às 8 horas, começamos o percurso com uma grande cruz e muita fé: Pátio de são Pedro, Pátio do Carmo, Camboa do Carmo, Frei Caneca, Concórdia, Rua Nova, Praça da Independência, Rosário dos Pretos, Duque de Caxias, Pátio do Livramento. Das 8 às 11horas.

 

Mais informações: (81) 3224.9284.

 

Pe. João Carlos – 19.04.2011

Amigo da verdade

Nós vivemos em um mundo marcado pela aparência. É a cultura do simulacro. Aparência é o que conta. Fachada bonita, propaganda de primeira...  às vezes escondendo uma instituição falida. É a cultura da aparência. Sorriso escancarado, carro do ano, roupa de grife... e muito débito, muita conta protestada, e por aí vai. É o mundo da aparência. O mundo em que vivemos.

 

Da aparência para a mentira, o pulo é muito pequeno. A mentira é a arte de esconder, de mascarar, de camuflar a realidade. Paradoxalmente, hoje há também uma maior cobrança pela transparência: balanço real, avaliação institucional, prestação de contas da gestão. A transparência é também induzida pelos meios de comunicação social. A facilidade da comunicação, a rapidez e a contemporaneidade das redes sociais ajudam na difusão dos fatos reais. Jogam a favor da transparência, são inimigas potenciais do engodo, da enrolada, da mentira.

 

E Jesus falou claro: A verdade vos libertará. Essa palavra veio numa expressão mais ampla: Quem guarda minhas palavras é verdadeiramente meu discípulo, e conhecerá a verdade e a verdade o libertará. O discípulo de Jesus anda com a verdade, conhece a verdade, pois a encontra na meditação da Palavra de Deus. E por que a Palavra põe o discípulo do lado da verdade? Porque ela revela a intenção amorosa de Deus e põe à luz as nossas intenções. Diante da luz de Deus, aparecem nossas meias-verdades, revelam-se nossas verdadeiras intenções.

 

Discípulo de Jesus é quem guarda suas palavras, palavras que o libertam. Pedro respondeu a Jesus em nome dos discípulos: A quem nós iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna. É dessa Palavra que todo ser humano verdadeiramente tem fome e sede. Tem fome e sede de sua própria verdade, da verdade do universo, da verdade de Deus. A mentira, a aparência, o simulacro deixam-nos vazios, em desordem interior. Elas arrancam as nossas raízes, largando-nos como um barco à deriva na tempestade. Terra firme mesmo é a Palavra de Deus. Coisa boa é a verdade.

 

Diz o salmo: A palavra de Deus é a verdade; sua lei, liberdade. E o cristão é o cara da verdade. Seu sim, seja sim. Seu não, seja não, foi o conselho de Jesus. Gente da verdade: é o que o mundo está precisando. Gente que não se deixa enganar, que ama o que é certo e luta pelo que é justo. Não se esconde atrás de mentiras e histórias mal contatadas. Afinal, mentira tem pernas curtas.

 

Escrevi uma música para o meu novo Cd que diz: "O mundo necessita de profetas; de gente que rejeita a falsidade, de gente que acredita na verdade, de gente que tem sua opinião. E eu sou amigo da verdade, meu sim é sim. Meu não é não. E eu não posso mais ficar calado, eu sou profeta, eu sou cristão".

 

 Pe. João Carlos – 14.04.2011

Meu batismo foi na páscoa

Quando eu fui batizado, recebi uma vela acesa. Meus pais e meus padrinhos sustentaram comigo aquela luz. E o padre disse: Jesus Cristo é a sua luz. Aquela luz acesa era uma representação do que tinha acontecido comigo no batismo: eu renasci como uma nova criatura. Fui lavado nas águas da morte de Jesus. Renasci com ele. Recebi o dom do seu Espírito, para viver em comunhão com Deus como um filho. Que grande graça foi o meu batismo!

 

O batismo marcou o começo de minha caminhada. Foi um dom para toda a minha vida: eu sou uma pessoa em comunhão com Deus, integrada na comunidade dos seguidores de Jesus. Fui crescendo nessa convicção. Minha mãe me lembrava sempre: você foi batizado, você tem parte com Deus, ele o adotou por filho. E eu não posso me esquecer nunca disso. Eu sou filho de Deus. E isso foi obra de Jesus que morreu na cruz oferecendo sua vida ao Pai por mim. E por você, também. No batismo, eu morri com ele e ressuscitei com ele. Foi o que São Paulo explicou. Não posso esquecer disso, nunca.

 

E para viver com maior consciência esse imenso dom da comunhão com Deus, da filiação divina, a grande comunidade dos batizados está sempre programando tempos de avivamento e celebração. É assim que todo ano tem a Quaresma. Um tempo forte para me ajudar a reavivar em mim a consciência desse dom do batismo, a graça de viver em comunhão com o Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo. E eu tenho que crescer ainda mais nessa fé, renovando, confirmando o meu compromisso de seguidor de Jesus. Então, a quaresma é a grande oportunidade que eu não posso perder.

 

Na Quaresma, a Igreja fica falando que a gente precisa rezar mais, esforçar-se mais e ser mais caridoso com os outros. Vejo mesmo que esses 40 dias são como um treinamento, pra que eu fique mais forte, com mais força pra vencer a tentação e o mal, pra que eu viva na fé. Esse caminho de 40 dias me leva à celebração da Páscoa de Jesus. E esse é o tempo mais importante para um cristão: a semana santa, o tríduo pascal, a festa da páscoa.

 

Outro dia ouvi o papa dizendo uma coisa: a quaresma leva a gente para a noite da vigília da páscoa, pra gente renovar as promessas do batismo. É o sábado de aleluia. Faz sentido, eu fui batizado na morte e na ressurreição de Jesus. E isso é a páscoa. Então a páscoa é o dia do meu batismo. O dia em que eu renasci como nova criatura, em Cristo. Então é por isso que a gente acende de novo a vela e renova o compromisso de caminhar iluminado por Cristo.

 

Pe. João Carlos Ribeiro – 12.03.2011

 

 

"Assim como acolheste o Cristo Jesus, o Senhor, continua caminhando com ele. Continua enraizado nele, edificado sobre ele, firme na fé tal qual te foi ensinada, transbordando em ação de graças" (Col 2,6-7)

 

O sonho que deu certo

A família salesiana começou com Dom Bosco. Ele, menino pobre do norte da Itália, enfrentando toda sorte de dificuldades para estudar, sonhou em ser padre para ajudar os meninos a crescerem sadios e viverem mais perto de Deus. E foi partilhando o seu sonho com outros educadores que surgiu a família salesiana, um grupo comprometido com a educação e a evangelização dos jovens.

Sua primeira casa de educação, modelo para todas as outras, foi a de Valdocco, que todos chamavam “Oratório”. No Oratório de Valdocco (periferia de Turim, na Itália), floresceu uma comunidade educativa muito dinâmica. Nela, meninos, educadores, pais e colaboradores sentiam-se em casa, formando uma grande família animada por Dom Bosco.

A educação no Oratório era mais do que se podia esperar de uma escola da época. A Obra era antes de mais nada uma casa, lugar de muita amizade e convivência, em clima de festa. Nesta grande família, os educandos freqüentavam salas de aula, oficinas, teatro, igreja, refeitório, banda musical. Praticavam muito esporte e recreação coletiva. O clima era intensamente religioso, com oração diária, Missas e as festas religiosas. Não faltavam passeios, nem mesmo campanhas de apoio a pessoas em situações difícil. No Oratório, se aprendia a enfrentar a vida com entusiasmo, responsabilidade e espírito de iniciativa. Não faltavam os grupos, as famosas “companhias” lideradas pelos jovens.

Dom Bosco e os educadores de Valdocco (padres, seminaristas, professores leigos, equipe de mães, colaboradores) conheciam o segredo da educação salesiana. Dom Bosco resumia sua pedagogia em três pontos: diálogo e participação dos jovens (razão), amor a Deus e integração na vida da Igreja (religião), amizade verdadeira entre educandos e educadores (amorevolezza).

O Oratório de Valdocco espalhou-se pelo mundo. Implantou-se aqui no Recife, no final do século XIX, no Casarão do Mondego, com o nome de Salesiano Sagrado Coração. Para aqui foi transplantada também a semente do Oratório de Valdocco. O sonho que deu certo.

P João Carlos Ribeiro

SUPERIOR GERAL DOS SALESIANOS NO BRASIL

Divulgada programação da visita do nono sucessor de Dom Bosco ao Brasil
O superior geral dos salesianos, padre Pascual Chávez Villanueva, também chamado de “Reitor-mor”, estará, entre os dias 26 e 30 de agosto, no Brasil. Ele vem a convite do arcebispo de Brasília-DF, Dom João Braz de Aviz, para a celebração dos 50 anos da Arquidiocese da capital federal. Durante os cinco dias que ficará no Brasil, padre Pascual participará de várias atividades na Inspetoria São João Bosco, sediada em Belo Horizonte-MG. O atual Reitor-mor é o nono sucessor de Dom Bosco, santo que fundou a Família Salesiana no século XIX, em Turim, Itália.

Jesus não é levado a sério


Por que as pessoas não levam Jesus a sério? Uma boa pergunta. É certo que há quem o leve a sério, quem tenha Jesus como uma referência decisiva para sua vida. Há quem assumiu Jesus como ideal de vida, como um exemplo para sua existência, como modelo. E até como alguém a quem se deve a própria vida e o próprio futuro. Mas, é possível que muitas pessoas que conhecemos não levem Jesus tão a sério.

É verdade que todo mundo gosta de Jesus. É difícil encontrar alguém que admita que não lhe dá importância. Mas, tomá-lo como referência para a própria vida, assumi-lo como um amigo de todas as horas, manter com ele uma relação de íntima amizade,... isso é, infelizmente, para poucos. Todo mundo gosta de Jesus, mas poucos o levam a sério.

Mas, Jesus não é qualquer um, que se possa passar sem ele. Ou é? Gandhi é um grande homem, um sujeito admirável, mas se pode passar muito bem sem conhecê-lo, sem querer-lhe bem, sem fazer referência a ele. Tereza de Calcutá é uma figura humana encantadora, maravilhosa, surpreendente. Mas, a gente vive bem mesmo se não a conhecer ou estimar. Che Guevara bem que é querido por muita gente e até exaltado por algumas ideologias. Mas, sem o Che é possível viver bem e pensar o futuro sem ele. Sem Jesus, a coisa é diferente. Ele é fundamental para a pessoa humana se acertar, ele é a pessoa humana acabada. E não é só um exemplo a ser seguido. É também a porta que nos é aberta para a vida. A vida plena e verdadeira que aqui apenas começa. O que vale dizer, sem passar por essa porta, não se chega a lugar algum.

E por que Jesus é tão especial? Porque ele é o ser humano vitorioso. Porque ele superou todos os nossos limites: a tentação do egoísmo que exclui os outros, da relação de dominação que quer submeter a si os semelhantes, da atração da posse das coisas que nos arrasta para o passageiro e efêmero. E porque ele é tão especial?! Porque rompeu com os limites que nossa humanidade criou afastando-nos do Criador e do projeto de plenitude para o qual ele nos criou: ele venceu o pecado. Reconciliou-nos com o Criador, reabriu-nos as portas da casa do Pai. Colocou-nos de novo em amizade com Deus. Fez-nos filhos de Deus, em santa harmonia com ele.

Esse Jesus talvez muita gente não conheça. Provavelmente muita gente nunca se encontrou com esse Jesus salvador. E a quem não se conhece, não se pode amar. Sem amizade, não há intimidade, nem confiança. Por isso, talvez por isso, muita gente não leve Jesus a sério. É que nunca teve um encontro sério com Jesus, é que não o conhece verdadeiramente. Assim não pode amá-lo, nem permitir que sua vida seja marcada por suas palavras, por suas atitudes, por sua presença.

A fé dos cristãos nos leva a uma grande descoberta: esse Jesus, ser humano vitorioso, vencedor do mal e da morte, reconciliador da humanidade com o Criador, é Deus. Participa da mesma divindade do Pai criador e do Espírito santificador. Esse Jesus é Deus com o Pai e o Espírito Santo. Homem verdadeiro, Deus verdadeiro. Deus na nossa humanidade. É assim que nossa amizade com ele, se torna adoração. Nosso amor se faz comunhão com ele. É aí que a gente começa a levá-lo a sério. É assim a vida da gente começa a ser marcada por sua presença, por seu amor.


 

A igreja conta com vocês!

SALESIANOS EM AUDIÊNCIA COM O PAPA


Em 05 ônibus, deixamos a Pisana, dirijindo-nos ao Vaticano para um audiência com o Papa. Pisana é a Casa Geral, onde estamos realizando o 26º Capítulo Geral da Congregação Salesiana. Os 233 capitulares, representando os quase 16 mil salesianos presentes em 129 nações, entramos na Basílica de São Pedro e fomos direto ao lugar onde está a imagem de Dom Bosco, para uma breve oração. Em seguida, rezamos o Credo diante do altar da confissão, o altar central construído sobre o túmulo de Pedro. Meia hora depois estávamos na Sala Clementina, aguardando o Papa para a audiência.

Acolhemos Bento XVI com muitas palmas e a saudação do Reitor Mor apresentando o novo Conselho Geral recentemente eleito e acentuando o sentimento de comunhão com a Igreja que anima os salesianos, à imitação de Dom Bosco. Acolhemos a mensagem do Papa como um estímulo ao nosso trabalho no Capítulo, que se propõe a reacender a paixão apostólica de Dom Bosco a serviço dos jovens de hoje.

O Pontífice recordou os desafios do mundo de hoje, acentuando sobretudo o avanço do processo de secularização na cultura contemporânea. Confirmou o grande apreço que a Igreja tem para com a vida consagrada, como seguimento de Jesus. Estimulou-nos à fidelidade à nossa vocação e ao nosso carisma. E pediu: “a vida espiritual deve estar em primeiro lugar na vida de vocês”. Disse ainda que o florescimento da Congregação vai depender da nossa fidelidade ao Evangelho e às nossas Constituições, de um teor de vida austero e simpes, do amor fiel à Igreja e do generoso dom de nós mesmos aos jovens, especialmente os sem oportunidade.

Uma outra frase do Papa não pode ser esquecida: “O salesiano precisa ter o coração aberto para identificar as novas necessidades dos jovens e escutar o seu pedido de ajuda, deixando eventualmente a outros os campos de intervenção pastoral já consolidados”. Estimulou-nos ainda ao empenho na formação de leigos com coração apostólico. E, chamando atenção para a grande urgência da educação nos dias de hoje, insistiu que nos dedicássemos de maneira especial à formação das famílias. “A pastoral juvenil de vocês tem que se abrir decisavamente à pastoral familiar”, disse textualmente.

A formação dos salesianos foi o último ponto tratado pelo Pontífice. “Não se contentar com a mediocridade”, disse ele. E mais: superar as fragilidades vocacionais, favorecer acompanhamento espiritual e garantir qualificação educativa e pastoral a todos os membros.

A visita ao Papa foi mais um capítulo do nosso Capítulo. Ele é mais do que uma assembléia que vai produzir um bom documento de orientação para a missão salesiana. É também um momento especial de formação para todos nós, lideranças do mundo salesiano.

A audiência aconteceu no dia 31 de março de 2008.
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Porque reelegemos Pe. Pascual Chaves


Porque reelegemos Pe. Pascual Chaves

O mundo tem mudado muito, nas últimas décadas. A Igreja também. Nos últimos anos, com a globalização, assistimos a uma mudança cultural inimaginável. O avanço da ciência, da tecnologia, mudanças no mundo da produção e da economia, formação de blocos econômicos para além de fronteiras nacionais.... um novo mundo que emergiu com a derrocada do mundo socialista soviético e a expansão do capitalismo. Nesta nova situação, a família vive uma grande crise. O mesmo se diga da escola e da igreja. A crise alcança também a vida religiosa. É um momento de mudança de paradigmas, com forte perda de valores humanos e cristãos basilares. Num mundo que vai se secularizando sempre mais, a religião vai se reduzindo à subjetividade e perdendo sua força de iluminação da vida em sociedade.

Tomando consciência do contexto desafiador em que vivemos, procuramos alguém com mente suficientemeFont sizente aguçada para compreender os desafios que a história nos coloca neste momento e coração iluminado pela luz de Deus para guiar a Congregação nesta difícil travessia. Há seis anos vem nos liderando o Pe. Pascual Chavez, um mexicano, que viajou os cinco continentes como superior geral, encontrando e conversando com os salesianos, os educadores e jovens, comunicando-lhes entusiasmo e esperança.

Não se trata de salvar a Congregação, mas de salvar os jovens, nos faz entender o Pe. Chavez. Ele nos faz uma convocação clara: voltar a Dom Bosco, voltar aos jovens. É hora de reeditar o sistema preventivo de Dom Bosco, desenvolvendo suas inspirações originais, com a riqueza das novas contribuições das ciências humanas, sensível às novas realidades juvenis. Voltar aos jovens, isto é concentrarmo-nos na realidade juvenil, mais que na instituição. Dedicarmo-nos mais ao seu crescimento humano e cristão que à gestão de nossas obras. Fazermo-nos presentes em seu mundo e em suas vidas, com o afeto e a dedicação de Dom Bosco.

Não temos uma solução para o mundo, para crise da família e da educação escolar, ou mesmo da vida religiosa. Mas, podemos ver com clareza que podemos estar presentes neste contexto com a grande contribuição de nossa própria identidade: cristãos comprometidos com a vida e a salvação dos jovens, com a riqueza de uma pedagogia e de uma espiritualidade que brotam do evangelho e do coração de Dom Bosco. Acreditamos na educação e fazemos dela o nosso maior serviço aos jovens e à sociedade. Neste momento difícil da travessia da história, não temos grandes planos, nem estamos apenas querendo salvar a própria pele. Colocamo-nos decisivamente ao lado da juventude, especialmente dos jovens com menor oportunidade, os mais pobres, os que estão em situação de risco social. Como seus educadores e pastores. De todo coração. No Pe. Pascual Chavez, identificamos um líder para esta travessia.

Pe. João Carlos

A eleição do novo superior geral foi nesta terça-feira, dia 25 de março de 2008, no 26º Capítulo Geral da Congregação Salesiana que está se realizando em Roma

Aonde vais, Senhor?

O senhor, na ceia, depois do lava-pés, anunciou que estava de partida. Chegara sua hora. Tinha que ir. Foi para esta hora que viera. Os discípulos ficaram confusos. Já estavam confusos com o lava-pés. Como poderiam entender que Jesus sendo o mestre, o chefe, fizesse o papel de criado? E mais: dera-lhes um mandamento. “Amar os outros como eu ele os tinha amado”.

“Aonde vais, Senhor?” perguntou Pedro. Ele sabia: Jesus estava indo para um lugar perigoso. Desde o começo da ceia o Mestre estava sob forte emoção. Com certeza, estava indo para um lugar perigoso. Talvez o Templo. Ou uma praça. Quem sabe não seria algum encontro decisivo com os chefes de Jerusalém. Ah, ele não deixaria o Mestre ir sozinho. Quis saber: “Aonde vais, Senhor?”. Está partindo pra onde? Aonde o senhor for, eu vou também. Se for preciso, eu dou a minha vida pra lhe defender.

“Ah, Simão, onde eu vou tu não podes ir”. Tu não tens condição de ir, queria dizer Jesus. Irás depois. Mas, agora não tens condição. Não vais enfrentar o que eu vou enfrentar. Não estais em condições de fazer o caminho que eu vou fazer. Quem sabe, depois... ao contrário, Simão, tomarás o caminho contrário. Recuarás. Negarás até me conhecer. Tu não vais comigo.

“Aonde vais, Senhor?” é a pergunta de todo discípulo ou discípula de Jesus nesta semana santa. E sempre. Aonde vai o Senhor? Ele leva sua missão até o fim. Ele vai dar a sua vida pelos seus. Ele vai se oferecer a si mesmo como sacrifício por nossos pecados. Ele vai para a cruz. Ele vai fazer o caminho do calvário, até sua entrega difinitiva.

Simão Pedro recuou, negou Jesus, traiu o Mestre. Não queria se arriscar como ele, não queria se entregar completamente, como ele. Mas, depois caiu em si, chorou amargamente sua falta, sua traição. E foi perdoado. A seu tempo, seguiu Jesus no caminho da entrega generosa e total pelos outros, como o Mestre. Fez isto com sua vida de animador da comunidade, da igreja nascente. Fez isso com a entrega da própria vida na cruz, em Roma. “Irás depois”, Jesus tinha dito.

Pedro é um espelho para você. E para mim. Você não sabe bem para onde Jesus vai. Não está entendendo bem o que está acontecendo nestes dias da semana santa. Ele está indo para a cruz... está pronto para segui-lo? Vai tomar o caminho contrário, como Pedro? Se fracassar, o galo avisa. É a hora da conversão e do perdão. Importante é que sua vida não tome o rumo contrário do caminho de Jesus. O caminho da cruz é o caminho do amor total. Amar como ele amou. Esta é a convocação destes dias santos.

“Aonde vais, Senhor?”

P. João Carlos – semana santa 2008

Maria e Judas: dois discípulos a um passo da paixão


”Ela derramou o perfume nos pés de Jesus
e os enxugou com os seus cabelos;
e toda a casa ficou perfumada” (Jo 12, 3)

Seis dias antes da Páscoa, Jesus hospeda-se na casa de Marta, Maria e Lázaro, seus amigos e discípulos. Prepararam um bom jantar para receber Jesus e o seu grupo. Durante o jantar, Maria lavou os pés de Jesus com um perfume muito caro. A casa ficou cheia do perfume de Maria. Foi um gesto de amor, de gratuidade, de serviço. O perfume é coisa que fala de amor, de carinho. Lavar os pés do visitante era um gesto de serviço, trabalho de criados. Com certeza, ela empregou um bom dinheiro para comprar aquele perfume e o derramou sem pena nos pés do Mestre. Foi um gesto de gratuidade, de um amor generoso que não faz as contas de quanto está gastando, quanto está empenhando, quanto está colocando de si. Amor gratuito, como o de Jesus que estava para dar a própria vida, sem reserva, sem fazer contas. Dar a própria vida: ninguém tem maior amor. Judas representa quem não é capaz de amar como Jesus. Judas é quem não aprendeu a amar como Jesus. Ou quem não quer acolher o amor de Jesus, assim tão generoso e gratuito como é. Por isso, ele reclama do disperdício que seria derramar aquele perfume todo ou mesmo o dinheiro que podia ter sido econimzado para ajudar os pobres. Judas não entendeu: não se trata apenas de ajudar os pobres. Trata-se de amar os pobres. Como Jesus, comprometendo a própria vida, numa atitude de serviço gratuito e generoso. Maria mostrou que aprendeu com Jesus: o perfume do seu bom exemplo, de sua vida de discípulo encheu a casa toda, como uma luz que ilumina. Judas mostrou o sentimento mesquinho de quem não aprendeu a ser como o Mestre. Mas interessado no seu bolso, na sua vida, do que no bem dos outros. Incapaz de seguir com Jesus até a cruz.

Pe. Joao Carlos

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