PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Lc 16
Mostrando postagens com marcador Lc 16. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lc 16. Mostrar todas as postagens

Lázaro, um pobre de sorte.


   29 de fevereiro de 2024.   

Quinta-feira da 2ª Semana da Quaresma

   Evangelho   


Lc 16,19-31

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.

   Meditação   


Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico (Lc 16, 20)

Neste 16º dia da Quaresma, uma insistência da palavra do Senhor sobre a caridade. Amar o pobre, acolher o mais fraco, incluir o marginalizado.

Por que será que o rico foi parar no inferno? Estou falando da parábola que Jesus contou. O rico foi parar no inferno, puxa vida! Jesus começou descrevendo o rico: roupas finas e elegantes, e todo dia dava esplêndidos banquetes. E o pobre: coberto de feridas, sentado à porta do rico. Ele tinha nome, Lázaro. Jesus não colocou um nome no rico, por alguma razão ficou anônimo. O pobre com fome, coitado, esperando pelo menos as migalhas que caíam da mesa do banquete do rico. E nada. Morreram os dois. Um se encontrou no calorão, em meio às chamas, lá em baixo. O outro, no bem-bom, lá em cima, no lugar do consolo, junto do pai Abraão. O rico gritou lá de baixo, pedindo ajuda. Não há jeito, foi a resposta de Abraão. Pelo menos, implorou o desafortunado, mande Lázaro avisar aos meus cinco irmãos. Não dá, voltou a resposta, os seus cinco irmãos já têm Moisés e os Profetas. Moisés e os Profetas é um modo de se referir à Torá, à Palavra de Deus. Eles têm a Palavra de Deus que orienta, exorta, indica o caminho certo. Que a escutem!

A pergunta permanece: afinal, por que o rico foi parar no inferno? Não se pode dizer que foi porque ele tinha muitos bens, porque era muito rico. Talvez isso lhe tenha fechado o coração. Mas, a parábola de Jesus só diz que o pobre Lázaro, à sua porta, não conseguia nem as migalhas que caíam de sua mesa, nem os restos. Nada. Só cães para lamberem as suas feridas. O rico nem notou a sua presença, não o amou, não o ajudou, não o incluiu em suas festas. O rico não teve misericórdia do pobre.

E ser misericordioso era tudo o que Jesus estava ensinando. Sejam misericordiosos, como o pai do céu é misericordioso. Amem, ajudem, emprestem, doem, perdoem, defendam... isto é ser misericordioso, explicava Jesus. Dá pra lembrar aquela cena do julgamento, desenhada pelo próprio Jesus. Venham para o repouso que lhes foi preparado, porque eu tive fome e vocês me deram de comer; era peregrino, e vocês me acolheram; estive doente e preso, e vocês me visitaram. E vão para o castigo eterno vocês que não me fizeram isso. Toda vez que não fizeram isso ao menor dos meus irmãos, não o fizeram a mim. Então, deixando de servir a Lázaro, o pobre pestilento sentado à sua porta, o tal rico deixou de servir e honrar o próprio Senhor.




Guardando a mensagem

Por que o rico foi parar no inferno? Porque não repartiu sua mesa farta com Lázaro, um irmão menor do Senhor. Deixou de dar de comer ao próprio Jesus. Porque não amou seu irmão pobre. Porque o desprezou, não o enxergou, não o acudiu, não o incluiu. Provou que não amava a Deus, pois não amava seu irmão. Não honrava a Deus, prestigiando seu irmão. Aliás, o homem disse que tinha cinco irmãos, mas se enganou. Ele tinha seis irmãos. E quem era o sexto irmão? Lázaro. Ele pensou que eram seis filhos, ele e mais cinco irmãos, engano. Aliás, o número seis na Bíblia não é um número bom, é um número falho, um número imperfeito. Não eram seis filhos, eram sete: o rico, os seus cinco irmãos e Lázaro. Sete! E sete, na Escritura, é um número perfeito. O rico da história de Jesus foi parar no inferno porque não reconheceu Lázaro como seu irmão, o sétimo filho. Não o reconheceu como um irmão, membro da única família de Deus.

Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico (Lc 16, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu nos disseste que temos Moisés e os Profetas, isto é, temos a tua santa Palavra a nos indicar o bom caminho. Não é possível, nem necessário, que venha um morto nos avisar que estamos procedendo de maneira errada em nossa vida. A tua Palavra proclamada pela Igreja já nos avisa, nos corrigindo, nos chamando à comunhão com Deus. É hora de levarmos a sério o mandamento da caridade, do amor aos irmãos. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Que nesta quaresma, não esqueçamos o pobre do lado de fora. Que não façamos pouco caso da Campanha da Fraternidade sobre a Amizade Social. Abre, Senhor, nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Comente, hoje, essa história contada por Jesus sobre Lázaro com algum dos seus amigos ou amigas. Jesus vai gostar de ver você comentando a sua palavra e participando com ele da evangelização.

Comunicando

Neste final de semana, estarei em Fortaleza, em diversos compromissos com a FM Dom Bosco. E na semana que vem, em Juazeiro do Norte, em diversas atividades. 

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Santa Missa das 11 horas no rádio e em nosso Canal do Youtube. Para colocar o seu pedido de oração, preencha o formulário que está no final do texto da Meditação. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Ser fiel nas pequenas coisas.


   11 de novembro de 2023.   

Memória de São Martinho de Tours, bispo


   Evangelho.   


Lc 16,9-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então, Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.


   Meditação.   

Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes (Lc 16,10).

No evangelho de hoje, vários ditos de Jesus estão reunidos em torno do tema “dinheiro”, palavra que se repete quatro vezes nesses poucos versículos. Como entender esse “usar o dinheiro injusto para fazer amigos”? Pode parecer um estímulo à desonestidade, não acha? O que será que Jesus está querendo dizer?

O que veio antes desse texto? A parábola do administrador que seria demitido e achou um jeito de assegurar o seu futuro. Administrador era o servo encarregado de cuidar da casa e da propriedade rural do seu patrão. Esse fulano da história foi acusado de esbanjar os bens do patrão, de estar gastando descontroladamente. O patrão lhe avisou que seria demitido. Qual seria o seu futuro? Por isso, ele chamou os devedores do patrão e diminuiu ou dispensou a sua comissão. Claro, os devedores do patrão ficaram logo seus amigos. Na hora da dificuldade, já tinha com quem contar.

Agora, vamos ao evangelho de hoje. ‘Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles lhes receberão nas moradas eternas” (Lc 16, 9). Como podemos compreender essa palavra “dinheiro injusto”? Vamos ver como está escrito no original em grego e em sua tradução latina que é usada na Igreja. O latim traduz por “MAMMONA INIQUITATIS”, mamona da iniquidade. Então, ‘dinheiro injusto’ está traduzindo as palavras “mamona da iniquidade” ou “mamona iníqua”. ‘Mamona’ é uma palavra usada também em outros lugares no evangelho para falar da riqueza que é sedutora. De fato, a riqueza tem uma sedução que pode levar a pessoa a se esquecer de Deus e dos outros ou de fazer da riqueza um falso deus, um ídolo. Então, por esse “dinheiro injusto” devemos entender “a riqueza sedutora”. O administrador não foi propriamente desonesto, foi esperto. Usou o dinheiro para angariar amigos que o acolheriam quando caísse na indigência.

Então Jesus falou: “Usem o ‘dinheiro injusto’, traduzindo mais claro ‘usem a riqueza sedutora’ para fazer amigos, pois, quando acabar, eles receberão vocês nas moradas eternas”. Os amigos do administrador demitido iriam recebê-lo em suas casas, iriam tratá-lo como aliado, como amigo. Pois então, se usarmos a riqueza, os bens que nós temos (que são tão sedutores) para fazer o bem, para socorrer os sofredores, para ajudar os outros, nós vamos estar preparando um futuro seguro, na eternidade. Eles, os pobres, os beneficiados, vão nos receber na casa de Deus, eles vão abrir as portas do céu para nós.





Guardando a mensagem

Os bens deste mundo podem nos atrapalhar, nos afastar de Deus e dos nossos semelhantes. Eles têm uma sedução especial. São riquezas sedutoras, “mamona iniquitatis”. Mas, elas podem ser usadas com sabedoria. Na parábola do administrador demitido, ele foi elogiado pelo seu patrão porque agiu com sabedoria, quando soube que iria pra rua. Ele chamou os devedores do patrão e dispensou a sua comissão. Os devedores, gratos pelo alívio em suas contas, tornaram-se seus amigos que o socorreriam nas dificuldades que viriam. Há muita gente que tem riquezas e não as usa com inteligência, com sabedoria, com preventividade; não se vale de sua ‘riqueza sedutora’ para apoiar bons projetos, para realizar algo de bom para a coletividade ou mesmo para socorrer um parente pobre... isso é fazer amigos com a “mamona iniquitatis”, a riqueza sedutora. Isso é preparar bem o futuro, se vier a falir, ou ser demitido de seu bom emprego ou mesmo quando a morte lhe demitir dessa vida.

Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes (Lc 16,10).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
é verdade, os bens deste mundo têm uma sedução especial. Corremos o risco de endeusá-los. E disseste claro: ‘Não se pode servir a dois senhores. Ou Deus ou Mamona. Ou Deus ou a riqueza sedutora’. Estás nos ensinando também que o dinheiro pode ser usado com sabedoria. Ele pode preparar o nosso futuro, se ele servir também para ajudarmos quem está em situação de necessidade. Obrigado, Senhor, por nos ensinares a lidar corretamente com a sedução do dinheiro neste mundo. Assim, nos preparamos para receber os bens eternos que para nós estão preparados desde toda a eternidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Esse evangelho de hoje pode levar você a pensar como está lidando com o seu dinheiro. Não permita que o dinheiro feche o seu coração para Deus e para os seus semelhantes. Ao contrário, administre bem os seus recursos, mesmo que sejam poucos, sem desperdício ou esbanjamento e com espírito de solidariedade.

Comunicando

Estamos hoje em Campina Grande, na Paraíba. Está acontecendo aqui uma Feira Católica na Casa de Eventos Spazzio e eu apresento um pocket show às quatro da tarde. Amanhã, como todos os domingos, temos a Missa das 17 horas, com transmissão da Rádio Amanhecer. E na segunda, estaremos no Encontro dos Ouvintes, no Recife, às 11 horas.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O bem também precisa de organização.

 


   10 de novembro de 2023    

Memória de São Leão Magno,
papa e doutor da Igreja


   Evangelho   


Lc 16,1-8

Naquele tempo, 1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’.
5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!” O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.

   Meditação    


Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)

Jesus contou uma história onde o patrão elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Não aprovou a desonestidade dele. Mas, louvou a sua esperteza, isto é, a maneira inteligente com que soube se safar de uma grande dificuldade. Foi demitido e, antes de deixar o cargo, encontrou uma forma de não ficar desamparado. Bom, vamos explicar melhor.

O empregado foi acusado de esbanjar os bens do patrão e o patrão pediu contas da administração e o demitiu. Portanto, era um sujeito desonesto. E, em vias de ser demitido, ainda arrumou um jeito de se dar bem. Negociou débitos de credores com a empresa, dando-lhes um bom desconto. Assim, saindo, haveria sempre alguém que poderia lhe dar um emprego ou algum amigo a quem recorrer. Jesus chamou a atenção sobre a sagacidade desse mau empregado. Soube se sair bem, o sujeito.

O que queria Jesus com essa observação? Chamar a atenção dos filhos de Deus para sermos igualmente criativos e estratégicos, na hora de enfrentar as dificuldades. Sermos igualmente capazes de dar a volta por cima nos desafios da vida, com inteligência, com jogo de cintura.  Evidentemente, Jesus não nos quer desonestos, corruptos, fraudulentos como aquele sujeito da parábola. Mas, está nos estimulando a sermos propositivos, a não ficarmos esperando que o pior nos aconteça. Ele nos quer gente esperta, construindo saídas, fazendo boas parcerias, planejando novas estratégias. Nada mais triste do que ver cristãos paralisados diante de uma dificuldade, acovardados diante de um problema. É pra gente não se deixar vencer pelos problemas, mas agir com confiança, dando a volta por cima.

Jesus disse: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’. E será que podemos aprender alguma coisa  com os filhos deste mundo? Parece que sim. Por exemplo, eles parecem planejar bem suas ações e encontram um jeito de financiar os seus projetos. É claro que não é para nós imitarmos o modo como eles conseguem recursos, mas podemos ser mais organizados e mais sérios na área financeira. Eles fazem aliança entre si e se protegem. Precisamos ser mais unidos, fazer mais parcerias, trabalhar juntos, nos apoiar mutuamente. Eles planejam o mal contra a família, contra a vida, contra a dignidade humana. O bem também precisa ser planejado, precisamos agir com propósitos, com metas, com organização.





Guardando a mensagem

Jesus elogiou a esperteza do administrador desonesto. Não aprovou a sua desonestidade, mas a sua esperteza. Fez uma constatação: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’ (Lc 16, 8). Ele está dizendo isso para os filhos da luz se tocarem. Olhando para os espertos deste mundo, algumas coisas nós poderíamos aprender deles, sem ser a sua desonestidade. Ser bons não significa ser bobos e desorganizados. Nós podemos ser mais espertos, mais organizados e mais propositivos... É assim, que com a graça de Deus, o bem vai triunfar.

Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)

Rezando a palavra 

Senhor Jesus,
olhando ao nosso redor, notamos que as coisas poderiam andar melhor em nossa sociedade, se os bons fossem mais unidos; se as pessoas de bem agissem mais em conjunto, de maneira mais organizada; se os cristãos renunciassem ao ciúme, às queixas de uns contra os outros, ao isolamento de cada grupo para atuarmos em conjunto. Tu tens razão, Senhor, se a gente não se junta, não se organiza, não se mexe... os maus tomam conta, decidem, destroem. Culpa nossa. Falta-nos, Senhor, conversão: conversão ao teu amor, compromisso com a paz, com a família, com a vida, com a justiça, com a fraternidade. Tua palavra, hoje, Senhor, nos inspira, nos alerta, nos impulsiona... Ajuda-nos, pelo teu Santo Espírito, a pô-la em prática. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Talvez você deva sair de um certo isolamento e se juntar a outros irmãos para uma atuação em conjunto mais proveitosa para a evangelização.

Comunicando

Vou estar hoje, com a equipe da AMA, na cidade de Bananeiras, Diocese de Guarabira, estado da Paraíba. Teremos a Missa com os Ouvintes da Rádio Integração FM às sete da noite, precedida pelo terço mariano, transmitido em rede por diversas emissoras. Amanhã, às quatro da tarde, farei um pocket show na Feira Católica, em Campina Grande. Segunda-feira, estaremos no encontro dos ouvintes no Recife. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O 16º passo de nossa caminhada quaresmal é acolher o pobre como um irmão.

 


09 de março de 2023

Quinta-feira da 2ª Semana da Quaresma

16º dia da Caminhada Quaresmal

EVANGELHO


Lc 16,19-31

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.

MEDITAÇÃO


Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico (Lc 16, 20)

Neste 16º dia da Quaresma, uma insistência da palavra do Senhor sobre a caridade. Amar o pobre, acolher o mais fraco, incluir o marginalizado.

Por que será que o rico foi parar no inferno? Estou falando da parábola que Jesus contou. O rico foi parar no inferno, puxa vida! Jesus começou descrevendo o rico: roupas finas e elegantes, e todo dia dava esplêndidos banquetes. E o pobre: coberto de feridas, sentado à porta do rico. Ele tinha nome, Lázaro. Jesus não colocou um nome no rico, por alguma razão ficou anônimo. O pobre com fome, coitado, esperando pelo menos as migalhas que caíam da mesa do banquete do rico. E nada. Morreram os dois. Um se encontrou no calorão, em meio às chamas, lá em baixo. O outro, no bem-bom, lá em cima, no lugar do consolo, junto do pai Abraão. O rico gritou lá de baixo, pedindo ajuda. Não há jeito, foi a resposta de Abraão. Pelo menos, implorou o desafortunado, mande Lázaro avisar aos meus cinco irmãos. Não dá, voltou a resposta, os seus cinco irmãos já têm Moisés e os Profetas. Moisés e os Profetas é um modo de se referir à Torá, à Palavra de Deus. Eles têm a Palavra de Deus que orienta, exorta, indica o caminho certo. Que a escutem!

A pergunta permanece: afinal, por que o rico foi parar no inferno? Não se pode dizer que foi porque ele tinha muitos bens, porque era muito rico. Talvez isso lhe tenha fechado o coração. Mas, a parábola de Jesus só diz que o pobre Lázaro, à sua porta, não conseguia nem as migalhas que caíam de sua mesa, nem os restos. Nada. Só cães para lamberem as suas feridas. O rico nem notou a sua presença, não o amou, não o ajudou, não o incluiu em suas festas. O rico não teve misericórdia do pobre.

E ser misericordioso era tudo o que Jesus estava ensinando. Sejam misericordiosos, como o pai do céu é misericordioso. Amem, ajudem, emprestem, doem, perdoem, defendam... isto é ser misericordioso, explicava Jesus. Dá pra lembrar aquela cena do julgamento, desenhada pelo próprio Jesus. Venham para o repouso que lhes foi preparado, porque eu tive fome e vocês me deram de comer; era peregrino, e vocês me acolheram; estive doente e preso, e vocês me visitaram. E vão para o castigo eterno vocês que não me fizeram isso. Toda vez que não fizeram isso ao menor dos meus irmãos, não o fizeram a mim. Então, deixando de servir a Lázaro, o pobre pestilento sentado à sua porta, o tal rico deixou de servir e honrar o próprio Senhor.


Guardando a mensagem

Por que o rico foi parar no inferno? Porque não repartiu sua mesa farta com Lázaro, um irmão menor do Senhor. Deixou de dar de comer ao próprio Jesus. Porque não amou seu irmão pobre. Porque o desprezou, não o enxergou, não o acudiu, não o incluiu. Provou que não amava a Deus, pois não amava seu irmão. Não honrava a Deus, prestigiando seu irmão. Aliás, o homem disse que tinha cinco irmãos, mas se enganou. Ele tinha seis irmãos. E quem era o sexto irmão? Lázaro. Ele pensou que eram seis filhos, ele e mais cinco irmãos, engano. Aliás, o número seis na Bíblia não é um número bom, é um número falho, um número imperfeito. Não eram seis filhos, eram sete: o rico, os seus cinco irmãos e Lázaro. Sete! E sete, na Escritura, é um número perfeito. O rico da história de Jesus foi parar no inferno porque não reconheceu Lázaro como seu irmão, o sétimo filho. Não o reconheceu como um irmão, membro da única família de Deus.

Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico (Lc 16, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu nos disseste que temos Moisés e os Profetas, isto é, temos a tua santa Palavra a nos indicar o bom caminho. Não é possível, nem necessário, que venha um morto nos avisar que estamos procedendo de maneira errada em nossa vida. A tua Palavra proclamada pela Igreja já nos avisa, nos corrigindo, nos chamando à comunhão com Deus. É hora de levarmos a sério o mandamento da caridade, do amor aos irmãos. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Que nesta quaresma, não esqueçamos o pobre do lado de fora. Que não façamos pouco caso da Campanha da Fraternidade sobre a fome. Abre, Senhor, nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Comente, hoje, essa história contada por Jesus sobre Lázaro com algum dos seus amigos ou amigas. Jesus vai gostar de ver você comentando a sua palavra e participando com ele da evangelização.
O 16º passo de nossa caminhada quaresmal é acolher o pobre como um irmão. 

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Missa das 11 horas no rádio e nas redes sociais. Para colocar o seu pedido de oração, preencha o formulário que estamos lhe enviando.  

Até amanhã, se Deus quiser!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Preparar o futuro em Deus, lidando melhor com o dinheiro.


 

05 de novembro de 2022

31ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO


Lc 16,9-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então, Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

MEDITAÇÃO


Usem o dinheiro injusto para fazer amigos (Lc 16, 9).
No evangelho de hoje, vários ditos de Jesus estão reunidos em torno do tema “dinheiro”, palavra que se repete quatro vezes nesses poucos versículos.  Como entender esse “usar o dinheiro injusto para fazer amigos”? Pode parecer um estímulo à desonestidade, não acha? O que será que Jesus está querendo dizer?
O que veio antes desse texto? A parábola do administrador que seria demitido e achou um jeito de assegurar o seu futuro. Administrador era o servo encarregado de cuidar da casa e da propriedade rural do seu patrão. Esse fulano da história foi acusado de esbanjar os bens do patrão, de estar gastando descontroladamente. O patrão lhe avisou que seria demitido. Qual seria o seu futuro?  Por isso, ele chamou os devedores do patrão e diminuiu ou dispensou a sua comissão. Claro, os devedores do patrão ficaram logo seus amigos. Na hora da dificuldade, já tinha com quem contar.
Agora, vamos ao evangelho de hoje. ‘Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16, 9). Como podemos compreender essa palavra “dinheiro injusto”?  Vamos ver como está escrito no original em grego e em sua tradução latina que é usada na Igreja. O latim traduz por MAMMONA INIQUITATIS, mamona da iniquidade. Então, ‘dinheiro injusto’ está traduzindo as palavras “mamona da iniquidade” ou “mamona iníqua”.  ‘Mamona’ é uma palavra usada também em outros lugares no evangelho para falar da riqueza que é sedutora. De fato, a riqueza tem uma sedução que pode levar a pessoa a se esquecer de Deus e dos outros ou de fazer da riqueza um falso deus, um ídolo. Então, por esse “dinheiro injusto” devemos entender “a riqueza sedutora”. O administrador não foi propriamente desonesto, foi esperto. Usou o dinheiro para angariar amigos que o acolheriam quando caísse na indigência.
Então Jesus falou: “Usem o ‘dinheiro injusto’, traduzindo mais claro ‘usem a riqueza sedutora’ para fazer amigos, pois, quando acabar, eles receberão vocês nas moradas eternas”. Os amigos do administrador demitido iriam recebê-lo em suas casas, iriam tratá-lo como aliado, como amigo. Pois então, se usarmos a riqueza, os bens que nós temos (que são tão sedutores) para fazer o bem, para socorrer os sofredores, para ajudar os outros, nós vamos estar preparando um futuro seguro, na eternidade. Eles, os pobres, os beneficiados, vão nos receber na casa de Deus, eles vão abrir as portas do céu para nós.



Guardando a mensagem
Os bens deste mundo podem nos atrapalhar, nos afastar de Deus e dos nossos semelhantes. Eles têm uma sedução especial. São riquezas sedutoras, “mamona iniquitatis”. Mas, elas podem ser usadas com sabedoria. Na parábola do administrador demitido, ele foi elogiado pelo seu patrão porque agiu com sabedoria, quando soube que iria pra rua. Ele chamou os devedores do patrão e dispensou a sua comissão. Os devedores, gratos pelo alívio em suas contas, tornaram-se seus amigos que o socorreriam nas dificuldades que viriam. Há muita gente que tem riquezas e não as usa com inteligência, com sabedoria, com preventividade;  não se vale de sua ‘riqueza sedutora’ para apoiar bons projetos, para realizar algo de bom para a coletividade ou mesmo para socorrer um parente pobre... isso é fazer amigos com a “mamona iniquitatis”, a riqueza sedutora. Isso é preparar bem o futuro, se vier a falir, ou ser demitido de seu bom emprego ou mesmo quando a morte lhe demitir dessa vida.
Usem o dinheiro injusto para fazer amigos (Lc 16, 9).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
é verdade, os bens deste mundo têm uma sedução especial. Corremos o risco de endeusá-los. E disseste claro: ‘Não se pode servir a dois senhores. Ou Deus ou Mamona. Ou Deus ou a riqueza sedutora’. Estás nos ensinando também que o dinheiro pode ser usado com sabedoria. Ele pode preparar o nosso futuro, se ele servir também para ajudarmos quem está em situação de necessidade. Obrigado, Senhor, por nos ensinares a lidar corretamente com a sedução do dinheiro neste mundo. Assim, nos preparamos para receber os bens eternos que para nós estão preparados desde toda a eternidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Esse evangelho de hoje pode levar você a pensar como está lidando com o seu dinheiro. Não permita que o dinheiro feche o seu coração para Deus e para os seus semelhantes. Ao contrário, administre bem os seus recursos, mesmo que sejam poucos, sem desperdício ou esbanjamento e com espírito de solidariedade.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Nós podemos ser mais mais unidos, mais organizados, mais propositivos!




04 de novembro de 2022

Memória de São Carlos Borromeu


EVANGELHO


Lc 16,1-8

Naquele tempo, 1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’.
5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!” O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.

MEDITAÇÃO


Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)

Jesus contou uma história onde o patrão elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Não aprovou a desonestidade dele. Mas, louvou a sua esperteza, isto é, a maneira inteligente com que soube se safar de uma grande dificuldade. Foi demitido e, antes de deixar o cargo, encontrou uma forma de não ficar desamparado. Bom, vamos explicar melhor.

O empregado foi acusado de esbanjar os bens do patrão e o patrão pediu contas da administração e o demitiu. Portanto, era um sujeito desonesto. E, em vias de ser demitido, ainda arrumou um jeito de se dar bem. Negociou débitos de credores com a empresa, dando-lhes um bom desconto. Assim, saindo, haveria sempre alguém que poderia lhe dar um emprego ou algum amigo a quem recorrer. Jesus chamou a atenção sobre a sagacidade desse mau empregado. Soube se sair bem, o sujeito.

O que queria Jesus com essa observação? Chamar a atenção dos filhos de Deus para sermos igualmente criativos e estratégicos, na hora de enfrentar as dificuldades. Sermos igualmente capazes de dar a volta por cima nos desafios da vida, com inteligência, com jogo de cintura.  Evidentemente, Jesus não nos quer desonestos, corruptos, fraudulentos como aquele sujeito da parábola. Mas, está nos estimulando a sermos propositivos, a não ficarmos esperando que o pior nos aconteça. Ele nos quer gente esperta, construindo saídas, fazendo boas parcerias, planejando novas estratégias. Nada mais triste do que ver cristãos paralisados diante de uma dificuldade, acovardados diante de um problema. É pra gente não se deixar vencer pelos problemas, mas agir com confiança, dando a volta por cima.

Jesus disse: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’. E será que podemos aprender alguma coisa  com os filhos deste mundo? Parece que sim. Por exemplo, eles parecem planejar bem suas ações e encontram um jeito de financiar os seus projetos. É claro que não é para nós imitarmos o modo como eles conseguem recursos, mas podemos ser mais organizados e mais sérios na área financeira. Eles fazem aliança entre si e se protegem. Precisamos ser mais unidos, fazer mais parcerias, trabalhar juntos, nos apoiar mutuamente. Eles planejam o mal contra a família, contra a vida, contra a dignidade humana. O bem também precisa ser planejado, precisamos agir com propósitos, com metas, com organização.



Guardando a mensagem

Jesus elogiou a esperteza do administrador desonesto. Não aprovou a sua desonestidade, mas a sua esperteza. Fez uma constatação: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’ (Lc 16, 8). Ele está dizendo isso para os filhos da luz se tocarem. Olhando para os espertos deste mundo, algumas coisas nós poderíamos aprender deles, sem ser a sua desonestidade. Ser bons não significa ser bobos e desorganizados. Nós podemos ser mais espertos, mais organizados e mais propositivos... É assim, que com a graça de Deus, o bem vai triunfar.

Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)

Rezando a palavra 

Senhor Jesus,
olhando ao nosso redor, notamos que as coisas poderiam andar melhor em nossa sociedade, se os bons fossem mais unidos; se as pessoas de bem agissem mais em conjunto, de maneira mais organizada; se os cristãos renunciassem ao ciúme, às queixas de uns contra os outros, ao isolamento de cada grupo para atuarmos em conjunto. Tu tens razão, Senhor, se a gente não se junta, não se organiza, não se mexe... os maus tomam conta, decidem, destroem. Culpa nossa. Falta-nos, Senhor, conversão: conversão ao teu amor, compromisso com a paz, com a família, com a vida, com a justiça, com a fraternidade. Tua palavra, hoje, Senhor, nos inspira, nos alerta, nos impulsiona... Ajuda-nos, pelo teu Santo Espírito, a pô-la em prática. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Talvez você deva sair de um certo isolamento e se juntar a outros irmãos para uma atuação em conjunto mais proveitosa para a evangelização.

Comunicando

Gratidão aos irmãos e irmãs que ontem, em Lisboa, participaram da Santa Missa que presidi na Igreja Paroquial dos Salesianos. Estivemos rezando pela missão, rezando pelo bem de cada ouvinte da Palavra de Deus. Rezamos por você. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O POBRE, SEU IRMÃO


17 de março de 2022

16º dia da Quaresma

EVANGELHO


Lc 16,19-31

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”’.

MEDITAÇÃO


Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico (Lc 16, 20)

Neste 16º dia da Quaresma, uma insistência da palavra do Senhor sobre a caridade. Amar o pobre, acolher o mais fraco, incluir o marginalizado.

Por que será que o rico foi parar no inferno? Estou falando da parábola que Jesus contou. O rico foi parar no inferno, puxa vida! Jesus começou descrevendo o rico: roupas finas e elegantes, e todo dia dava esplêndidos banquetes. E o pobre: coberto de feridas, sentado à porta do rico. Ele tinha nome, Lázaro. Jesus não colocou um nome no rico, por alguma razão ficou anônimo. O pobre com fome, coitado, esperando pelo menos as migalhas que caíam da mesa do banquete do rico. E nada. Morreram os dois. Um se encontrou no calorão, em meio às chamas, lá em baixo. O outro, no bem-bom, lá em cima, no lugar do consolo, junto do pai Abraão. O rico gritou lá de baixo, pedindo ajuda. Não há jeito, foi a resposta de Abraão. Pelo menos, implorou o desafortunado, mande Lázaro avisar aos meus cinco irmãos. Não dá, voltou a resposta, os seus cinco irmãos já têm Moisés e os Profetas. Moisés e os Profetas é um modo de se referir à Torá, à Palavra de Deus. Eles têm a Palavra de Deus que orienta, exorta, indica o caminho certo. Que a escutem!

A pergunta permanece: afinal, por que o rico foi parar no inferno? Não se pode dizer que foi porque ele tinha muitos bens, porque era muito rico. Talvez isso lhe tenha fechado o coração. Mas, a parábola de Jesus só diz que o pobre Lázaro, à sua porta, não conseguia nem as migalhas que caíam de sua mesa, nem os restos. Nada. Só cães para lamberem as suas feridas. O rico nem notou a sua presença, não o amou, não o ajudou, não o incluiu em suas festas. O rico não teve misericórdia do pobre.

E ser misericordioso era tudo o que Jesus estava ensinando. Sejam misericordiosos, como o pai do céu é misericordioso. Amem, ajudem, emprestem, doem, perdoem, defendam... isto é ser misericordioso, explicava Jesus. Dá pra lembrar aquela cena do julgamento, desenhada pelo próprio Jesus. Venham para o repouso que lhes foi preparado, porque eu tive fome e vocês me deram de comer; era peregrino, e vocês me acolheram; estive doente e preso, e vocês me visitaram. E vão para o castigo eterno vocês que não me fizeram isso. Toda vez que não fizeram isso ao menor dos meus irmãos, não o fizeram a mim. Então, deixando de servir a Lázaro, o pobre pestilento sentado à sua porta, o tal rico deixou de servir e honrar o próprio Senhor.


Guardando a mensagem

Por que o rico foi parar no inferno? Porque não repartiu sua mesa farta com Lázaro, um irmão menor do Senhor. Deixou de dar de comer ao próprio Jesus. Porque não amou seu irmão pobre. Porque o desprezou, não o enxergou, não o acudiu, não o incluiu. Provou que não amava a Deus, pois não amava seu irmão. Não honrava a Deus, prestigiando seu irmão. Aliás, o homem disse que tinha cinco irmãos, mas se enganou. Ele tinha seis irmãos. E quem era o sexto irmão? Lázaro. Ele pensou que eram seis filhos, ele e mais cinco irmãos, engano. Aliás, o número seis na Bíblia não é um número bom, é um número falho, um número imperfeito. Não eram seis filhos, eram sete: o rico, os seus cinco irmãos e Lázaro. Sete! E sete, na Escritura, é um número perfeito. O rico da história de Jesus foi parar no inferno porque não reconheceu Lázaro como seu irmão, o sétimo filho. Não o reconheceu como um irmão, membro da única família de Deus.

Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico (Lc 16, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos disseste que temos Moisés e os Profetas, isto é, temos a tua santa Palavra a nos indicar o bom caminho. Não é possível, nem necessário, que venha um morto nos avisar que estamos procedendo de maneira errada em nossa vida. A tua Palavra proclamada pela Igreja já nos avisa, nos corrigindo, nos chamando à comunhão com Deus. É hora de levarmos a sério o mandamento da caridade, do amor aos irmãos. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Que nesta quaresma, não esqueçamos o pobre do lado de fora. Que não façamos pouco caso da Campanha da Fraternidade sobre a Vida, como Dom e Compromisso. Abre, Senhor, nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Comente, hoje, essa história contada por Jesus sobre Lázaro com algum dos seus amigos ou amigas. Jesus vai gostar de ver você comentando a sua palavra e participando com ele da evangelização.

Cantando a palavra


Comunicando para integrar

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Missa das 11 horas no rádio e nas redes sociais. Para colocar o seu pedido de oração, preencha o formulário que está no final do texto da Meditação.  É só clicar no link que estou lhe enviando.

O rico da história de Jesus foi parar no inferno porque não reconheceu Lázaro como seu irmão, o sétimo filho.

Até amanhã, se Deus quiser!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



A SEDUÇÃO DO DINHEIRO

 



                            06 de novembro de 2021


EVANGELHO



Lc 16,9-15)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então, Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

MEDITAÇÃO

Usem o dinheiro injusto para fazer amigos (Lc 16, 9).

No evangelho de hoje, vários ditos de Jesus estão reunidos em torno do tema “dinheiro”, palavra que se repete quatro vezes nesses poucos versículos.  Como entender esse “usar o dinheiro injusto para fazer amigos”? Pode parecer um estímulo à desonestidade, não acha? O que será que Jesus está querendo dizer?
O que veio antes desse texto? A parábola do administrador que seria demitido e achou um jeito de assegurar o seu futuro. Administrador era o servo encarregado de cuidar da casa e da propriedade rural do seu patrão. Esse fulano da história foi acusado de esbanjar os bens do patrão, de estar gastando descontroladamente. O patrão lhe avisou que seria demitido. Qual seria o seu futuro?  Por isso, ele chamou os devedores do patrão e diminuiu ou dispensou a sua comissão. Claro, os devedores do patrão ficaram logo seus amigos. Na hora da dificuldade, já tinha com quem contar.
Agora, vamos ao evangelho de hoje. ‘Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16, 9). Como podemos compreender essa palavra “dinheiro injusto”?  Vamos ver como está escrito no original em grego e em sua tradução latina que é usada na Igreja. O latim traduz por MAMMONA INIQUITATIS, mamona da iniquidade. Então, ‘dinheiro injusto’ está traduzindo as palavras “mamona da iniquidade” ou “mamona iníqua”.  ‘Mamona’ é uma palavra usada também em outros lugares no evangelho para falar da riqueza que é sedutora. De fato, a riqueza tem uma sedução que pode levar a pessoa a se esquecer de Deus e dos outros ou de fazer da riqueza um falso deus, um ídolo. Então, por esse “dinheiro injusto” devemos entender “a riqueza sedutora”. O administrador não foi propriamente desonesto, foi esperto. Usou o dinheiro para angariar amigos que o acolheriam quando caísse na indigência.
Então Jesus falou: “Usem o ‘dinheiro injusto’, traduzindo mais claro ‘usem a riqueza sedutora’ para fazer amigos, pois, quando acabar, eles receberão vocês nas moradas eternas”. Os amigos do administrador demitido iriam recebê-lo em suas casas, iriam tratá-lo como aliado, como amigo. Pois então, se usarmos a riqueza, os bens que nós temos (que são tão sedutores) para fazer o bem, para socorrer os sofredores, para ajudar os outros, nós vamos estar preparando um futuro seguro, na eternidade. Eles, os pobres, os beneficiados, vão nos receber na casa de Deus, eles vão abrir as portas do céu para nós.
Guardando a mensagem
Os bens deste mundo podem nos atrapalhar, nos afastar de Deus e dos nossos semelhantes. Eles têm uma sedução especial. São riquezas sedutoras, “mamona iniquitatis”. Mas, elas podem ser usadas com sabedoria. Na parábola do administrador demitido, ele foi elogiado pelo seu patrão porque agiu com sabedoria, quando soube que ia pra rua. Ele chamou os devedores do patrão e dispensou a sua comissão. Os devedores, gratos pelo alívio em suas contas, tornaram-se seus amigos que o socorreriam nas dificuldades que viriam. Há muita gente que tem riquezas e não as usa com inteligência, com sabedoria, com preventividade;  não se vale de sua ‘riqueza sedutora’ para apoiar bons projetos, para realizar algo de bom para a coletividade ou mesmo para socorrer um parente pobre... isso é fazer amigos com a “mamona iniquitatis”, a riqueza sedutora. Isso é preparar bem o futuro, se vier a falir, ou ser demitido de seu bom emprego ou mesmo quando a morte lhe demitir dessa vida.
Usem o dinheiro injusto para fazer amigos (Lc 16, 9).

Rezando a palavra
Senhor Jesus,
É verdade, os bens deste mundo têm uma sedução especial. Corremos o risco de endeusá-los. E disseste claro: ‘Não se pode servir a dois senhores. Ou Deus ou Mamona. Ou Deus ou a riqueza sedutora’. Estás nos ensinando também que o dinheiro pode ser usado com sabedoria. Ele pode preparar o nosso futuro, se ele servir também para ajudarmos quem está em situação de necessidade. Obrigado, Senhor, por nos ensinares a lidar corretamente com a sedução do dinheiro neste mundo. Assim, nos preparamos para receber os bens eternos que para nós estão preparados desde toda a eternidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Não me diga quanto você ganha. Responda a si mesmo (a si mesma). De tudo que recebo mensalmente, quanto empenho na preparação do meu futuro em Deus?  Não estou me referindo a plano de saúde, nem aposentadoria, nem seguro funerária. Estou falando do seu futuro na eternidade.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

PODEMOS APRENDER COM ELES

 


                              05 de novembro de 2021

EVANGELHO


Lc 16,1-8

Naquele tempo, 1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’.
5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!” O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.

MEDITAÇÃO


Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)

Jesus contou uma história onde o patrão elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Não aprovou a desonestidade dele. Mas, louvou a sua esperteza, isto é, a maneira inteligente com que soube se safar de uma grande dificuldade. Foi demitido e, antes de deixar o cargo, encontrou uma forma de não ficar desamparado. Bom, vamos explicar melhor. O empregado foi acusado de esbanjar os bens do patrão e o patrão pediu contas da administração e o demitiu. Portanto, era um sujeito desonesto. E, em vias de ser demitido, ainda arrumou um jeito de se dar bem. Negociou débitos de credores com a empresa, dando-lhes um bom desconto. Assim, saindo, haveria sempre alguém que poderia lhe dar um emprego ou algum amigo a quem recorrer. Jesus chamou a atenção sobre a sagacidade desse mau empregado. Soube se sair bem, o sujeito.

O que queria Jesus com essa observação? Chamar a atenção dos filhos de Deus para sermos igualmente criativos e estratégicos, na hora de enfrentar as dificuldades. Sermos igualmente capazes de dar a volta por cima nos desafios da vida, com inteligência, com jogo de cintura.  Evidentemente, Jesus não nos quer desonestos, corruptos, fraudulentos como aquele sujeito da parábola. Mas, está nos estimulando a sermos propositivos, a não ficarmos esperando que o pior nos aconteça. Ele nos quer gente esperta, construindo saídas, fazendo boas parcerias, planejando novas estratégias. Nada mais triste do que ver cristãos paralisados diante de uma dificuldade, acovardados diante de um problema. É pra gente não se deixar vencer pelos problemas, mas agir com confiança, dando a volta por cima.

Jesus disse: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’. E será que podemos aprender alguma coisa  com os filhos deste mundo? Parece que sim. Por exemplo, eles parecem planejar bem suas ações e encontram um jeito de financiar os seus projetos. É claro que não é para nós imitarmos o modo como eles conseguem recursos, mas podemos ser mais organizados e mais sérios na área financeira. Eles fazem aliança entre si e se protegem. Precisamos ser mais unidos, fazer mais parcerias, trabalhar juntos, nos apoiar mutuamente. Eles planejam o mal contra a família, contra a vida, contra a dignidade humana. O bem também precisa ser planejado, precisamos agir com propósitos, com metas, com organização.

Guardando a mensagem

Jesus elogiou a esperteza do administrador desonesto. Não aprovou a sua desonestidade, mas a sua esperteza. Fez uma constatação: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’ (Lc 16, 8). Ele está dizendo isso para os filhos da luz se tocarem. Olhando para os espertos deste mundo, algumas coisas nós poderíamos aprender deles, sem ser a sua desonestidade. Ser bons não significa ser bobos e desorganizados. Nós podemos ser mais espertos, mais organizados e mais propositivos... É assim, que com a graça de Deus, o bem vai triunfar.

Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)

Rezando a palavra 

Senhor Jesus,
Olhando ao nosso redor, notamos que as coisas poderiam andar melhor em nossa sociedade, se os bons fossem mais unidos; se as pessoas de bem agissem mais em conjunto, de maneira mais organizada; se os cristãos renunciassem ao ciúme, às queixas de uns contra os outros, ao isolamento de cada grupo para atuarmos em conjunto. Tu tens razão, Senhor, se a gente não se junta, não se organiza, não se mexe... os maus tomam conta, decidem, destroem. Culpa nossa. Falta-nos, Senhor, conversão: conversão ao teu amor, compromisso com a paz, com a família, com a vida, com a justiça, com a fraternidade. Tua palavra, hoje, Senhor, nos inspira, nos alerta, nos impulsiona... Ajuda-nos, pelo teu Santo Espírito, a pô-la em prática. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Talvez você deva sair de um certo isolamento e se juntar a outros irmãos para uma atuação em conjunto mais proveitosa para a evangelização.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Postagem em destaque

Para mim não pode haver festa maior.

18 de abril de 2024   Quinta-feira da 3ª Semana da Páscoa.      Evangelho    Jo 6,44-51 Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“Ninguém po...

POSTAGENS MAIS VISTAS