PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: O fermento

O fermento

Os discípulos estavam discutindo a respeito de pão, de comida. Eles tinham se esquecido de levar pão para a viagem. Jesus tinha alimentado a multidão com poucos pães. E tinham restado vários cestos de sobra de pães. E outras coisas mais. Discutiam afinal sobre o pão. Foi quando Jesus fez uma advertência que eles não entenderam: "tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes". Eles não entenderam. E você entendeu?

Acho que Jesus queria que eles prestassem atenção ao modo como ele conduzia sua missão. Esse era o bom fermento que eles precisavam para imitar e produzir um bom pão. Era só olhar para Jesus e suas atitudes. Mas tinham também que prestar atenção ao modo como os fariseus se comportavam em suas práticas. Comparando, poderiam perceber uma grande diferença.  "Tenham cuidado com o fermento dos fariseus  e com o fermento de Herodes".

Se o fermento dos fariseus não era recomendável, era preciso aprender e usar o fermento de Jesus. E como era o fermento de Jesus, isto é, com que sentimentos, atitudes e valores Jesus estava realizando sua missão no meio do povo? Jesus agia com compaixão, valorizando a partilha e em espírito de serviço. Aqui estava toda a diferença. Agia com compaixão, valorizando a partilha e em espírito de serviço. Vamos explicar melhor. Compaixão é uma palavra frequente nos evangelhos falando do encontro de Jesus com os sofredores, os doentes, os excluídos. Compaixão é amor, misericórdia, ternura, solidariedade tudo junto. Agia movido pela compaixão. E valorizava a partilha, isto é, valorizava a participação de cada um e o pouco colocado em comum. Ele recebeu a partilha da criança – alguns pães e poucos peixes – e repartiu com todos. Agia movido pela compaixão, valorizando a partilha e o espírito de serviço. Ele é o que serve, não o rei, o poderoso, é o criado. Lavou os pés dos discípulos. Eu vim para servir, não para ser servido, disse ele. Esse é o bom fermento, o de Jesus. Compaixão, partilha e serviço.

Os discípulos precisavam estar atentos ao fermento dos fariseus  e de Herodes. E ter cuidado com esse fermento. Em que consistia o fermento deles? Consistia em agir com hipocrisia, com desprezo às pessoas e buscando sempre os próprios interesses. Jesus desmascara o comportamento hipócrita deles:  exigem dos outros, mas eles mesmos não praticam; criam leis para os outros, fingindo que as cumprem. Hipocrisia. Mas também desprezavam os pobres, tomando-os por ignorantes, iletrados, pecadores. O que Herodes queria mesmo era riqueza e poder. O poder opressor que perseguiu e decapitou João Batista. Esse é o fermento mal, o dos fariseus e o de Herodes: hipocrisia, desprezo ao povo e busca de privilégios.

Os discípulos de hoje precisam ainda estar atentos para não reproduzirem o fermento dos fariseus e de Herodes: hiprocrisia, desprezo pelo povo e busca dos próprios interesses. Precisamos guiar nossas ações pelo fermento de Jesus: compaixão, partilha e serviço.

 Pe João Carlos Ribeiro

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