PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

A PAZ E A ESPADA

Não pensem que eu vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada (Mt 10, 34).



13 de julho de 2020.

Estamos diante de um texto que nos deixa perplexos. Oi, então Jesus veio fazer guerra, fazer confusão? O que será isso? Os anjos cantaram ‘paz na terra’ no seu nascimento. E agora ele vem dizer que não veio trazer a paz. Não dá para entender....

Calma minha gente, calma. Vamos tentar entender o que Jesus está nos dizendo... Ele disse que não veio trazer a paz à terra. De que ‘paz’, ele estará falando? Disse que veio trazer a espada. De que ‘espada’, estará falando?

Bom, então vamos lá. Há “paz” e “paz”. A paz de Jesus não é a paz do mundo. A paz do mundo é aquela expectativa de uma vida sem conflitos, sem traumas. Uma paz que é não mexer com ninguém, deixar como está para não complicar pro nosso lado. Jesus tinha dito na última ceia: “Eu lhes dou a paz, eu lhes dou a minha paz. Mas, não a dou como o mundo a dá”. Então, a paz de Jesus não é a paz do mundo.

A paz de Jesus também não é a paz dos dominadores. Os dominadores do tempo de Jesus, os romanos, gabavam-se de terem conquistado a paz. Tinham imposto a paz no mundo, vencendo os povos com sangrentas guerras e reprimindo qualquer indisposição contra o seu poderio. Era a pax romana. A paz de Jesus, com certeza, não é a paz dos dominadores.

A paz de Jesus é a paz alcançada na cruz. É a comunhão com Deus e com os irmãos, destravada na sua morte e ressurreição. Estava tudo bloqueado pelo pecado e Jesus nos alcançou a reconciliação com o Pai. Por isso, ele se apresenta comunicando a paz, exatamente depois de sua ressurreição. Ressuscitado, se apresentou na comunidade e comunicou-lhes: “A paz esteja com vocês”.

Então, Jesus não veio trazer a paz como o mundo a pensa ou como os romanos a impuseram. Essa paz, ele não veio trazer. A paz de Jesus é a nossa reconciliação com Deus e com os irmãos, na sua cruz.

Mas, ele disse que veio trazer a espada. Bom, há “espada” e “espada”. Na paz dos romanos, a espada, sua principal arma, era instrumento de guerra, violência e opressão. A paz de Jesus não tem nada a ver com a paz dos romanos, então, a espada dos romanos também não tem nada a ver com a espada de que Jesus está falando, não é verdade? Pode ver que, naquela madrugada de sua prisão, no Monte das Oliveiras, Pedro puxou a espada e feriu o servo do sumo-sacerdote. Lembra o que Jesus disse? “Guarda tua espada, Pedro, quem com o ferro fere, com o ferro será ferido”. Jesus não veio trazer a espada da violência, de jeito nenhum.

Espada tem também outro sentido. Ela significa conflito, sofrimento. O velho profeta Simeão, no Templo, com Jesus pequenino nos braços disse a Maria: “Por causa desse menino, uma espada transpassará o teu coração”. É a espada da dor, da incompreensão, do sofrimento, da perseguição. Certamente, é dessa espada que Jesus está falando.

Guardando a mensagem

Jesus está dizendo que quem se torna seu discípulo ou sua discípula não pode esperar que tudo aconteça certinho na sua vida, sem problemas, sem sofrimento. Essa é a paz da lógica do mundo, paz como ausência de conflito. Nossa escolha por Jesus não nos traz essa paz, pelo contrário, nos traz o enfrentamento, o conflito, o sofrimento. Traz-nos a espada. E isso é fácil de entender. Quando colocamos Deus em primeiro lugar, desbancamos alguém ou alguma coisa que estava tomando o lugar de Deus na nossa vida. Quando levamos a sério o mandamento do amor ao próximo, tomamos o lado dos índios, dos trabalhadores, das mulheres, dos violentados. Claro, uma fé dessas gera conflitos dentro de casa e na sociedade. O evangelho gera pessoas comprometidas com o bem, a verdade, a fraternidade e a justiça. E isso, nem todo mundo aplaude.

Não pensem que eu vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada (Mt 10, 34).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Disseste que não vieste trazer a paz, mas a espada. De fato, seguir-te não significa que não teremos problemas e sofrimentos nessa vida. A tua paz não é a ausência de conflito, que nós tanto gostaríamos. A paz que nos trouxeste é a reconciliação com Deus e entre nós, alcançada no sacrifício de tua cruz com tanto sofrimento. A espada são as dificuldades e os sofrimentos que também nós enfrentamos pelas escolhas que fazemos contigo. Dá-nos o teu Santo Espírito para nos mantermos fiéis quando os conflitos e as dificuldades forem espada em nossa vida; firmes e perseverantes como tua santa mãe Maria, que celebraremos nesta semana com a festa de N. Sra. do Carmo, ela que foi traspassada por uma espada de dor, por tua causa. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém

Vivendo a palavra

Leia, em sua Bíblia, o evangelho de hoje: Mateus 10,34-42.

A gente se reencontra às 21:30h, na live da Oração da Noite, no youtube e no facebook. É só procurar `Padre João Carlos`.

Uma semana de muitas bênçãos pra você!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

COMPRENDER E PERSEVERAR



A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto (Mt 13, 23) 

12 de julho de 2020. 

Jesus estava falando ao povo que se reuniu à sua volta, à beira do mar da Galileia, perto de sua casa, em Cafarnaum. Ele sentou-se num barco e, sentado como faziam os mestres, contou-lhes a história da semente que foi semeada em vários terrenos. De agricultura, todo mundo ali entendia. Eram pessoas simples das aldeias e das pequenas cidades vizinhas. 

Jesus relacionou quatro terrenos: o caminho, o terreno pedregoso, o terreno de espinhos e a boa terra. Quatro é um número que indica totalidade. Todos os terrenos estão aí representados. A semente é a palavra de Deus, que vai sendo semeada por ele e pelos seus missionários. E a palavra é a como a chuva, diz o profeta Isaías. A chuva vem para irrigar e fazer o campo produzir. A palavra vem para produzir frutos na vida das pessoas e no mundo. 

A semente só deu certo na terra boa. E aquele povo ali conhecia bem esse assunto. Lutava com muita dificuldade para produzir o trigo, a cevada, a uva, a oliveira em suas terras. As terras melhores estavam nas mãos de grandes senhores. Para se conseguir uma boa colheita, aquela gente tinha que dar duro na terra: capinar, revolver o solo, semear, ter muito cuidado com as pragas e os ladrões. E muito mais. 

Jesus deu uma explicação sobre a história dos terrenos. Não deu certo no caminho porque os pássaros comeram as sementes. Os pássaros representam o maligno que rouba a palavra do coração de quem não a compreende. Não deu certo no terreno pedregoso. O sol que queimou a planta que tinha raízes superficiais representa o sofrimento e a perseguição que levam a pessoa a desistir da palavra. Não deu certo no terreno de espinhos. Os espinhos que sufocaram a planta representam as preocupações do mundo e o apego aos bens materiais que impedem que a palavra frutifique na vida da pessoa. 

Deu certo na terra boa. E por que deu certo na terra boa? Na história, já está a resposta. Primeiro, a pessoa compreendeu a palavra. Assim, o maligno não pode roubá-la, como no terreno da estrada. Segundo, a pessoa perseverou na palavra, não desistiu no meio do caminho, mesmo nas dificuldades. Sem raízes, a planta não resiste ao sol quente dos problemas e sofrimentos da vida. Terceiro, a pessoa deu à palavra a prioridade que ela merece. Não deixou que as preocupações e as tentações a sufocassem. Colocou Deus e o seu Reino em primeiro lugar. Assim, a colheita foi abundante. 

Guardando a mensagem 

Na história de Jesus, a semente é a palavra de Deus. Nós recebemos essa palavra como um terreno onde a boa semente é semeada. Podemos recebe-la como um caminho, quando não a compreendemos. Assim, o maligno rouba logo a palavra. Podemos recebe-la como um terreno pedregoso, quando a semente que brota não pode criar raízes. Na superficialidade, qualquer contrariedade, qualquer provação mata a plantinha. Podemos recebe-la, como um terreno de espinhos, onde a palavra vai concorrer com outros interesses e preocupações. No meio de espinhos, a plantinha fica mirrada, não cresce, acaba sufocada. Podemos recebe-la como uma terra boa. Terra boa é quando a gente prepara bem o terreno e não deixa o mato crescer e as pragas atacarem a nossa plantação. Isto quer dizer compreender, perseverar e dar-lhe o primeiro lugar em nossas vidas. 

A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto (Mt 13, 23) 

Rezando a palavra  

Senhor Jesus, 
Agora ficou mais claro porque a tua santa palavra não tem produzido muitos frutos em nossa vida, frutos de conversão, de vida segundo o espírito, de fraternidade, de participação na Igreja. Senhor, com as luzes do teu Santo Espírito, ajuda-nos a compreender o que tu estás no dizendo e a perseverar em tua palavra, pela vivência e pela prática dela. Dá-nos que o Reino de Deus que a tua palavra anuncia esteja em primeiro lugar em nossa vida. Abençoa, Senhor, os ministros de tua palavra, os evangelizadores, os catequistas, os pregadores, os que anunciam o teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Escolha um momento no seu dia para ler o evangelho de hoje, na sua Bíblia: Mt 13, 1-23. 

Lembre de fazer da Santa Missa o centro do seu domingo. Não sendo ainda possível participar presencialmente, faço-pelo rádio, pela televisão ou pelas redes sociais. Na Rádio Tempo de Paz, eu celebro às 17 horas de hoje. É só baixar o aplicativo no seu celular. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb  

Contato: 81 9964-4899 (whatsapp)

NÃO TENHAM MEDO


O que estou lhes dizendo ao pé do ouvido, proclamem-no sobre os telhados! (Mt 10, 27) 

11 de julho de 2020.

Estamos ainda no capítulo 10 de São Mateus, no Sermão de Jesus sobre a Missão. Neste capítulo, ele organiza a comunidade nomeando os doze apóstolos, explica em que consiste a missão, faz várias recomendações aos missionários e alerta sobre possíveis oposições ou perseguições. Na passagem de hoje, ele anima os enviados para que eles não se deixem vencer pelo medo. 

Lendo todo o texto, encontramos por três vezes essa expressão de Jesus: “Não tenham medo”. Olha a exortação dele: ‘É certo que, se tentaram desqualificar o meu trabalho, claro, vão fazer o mesmo com o trabalho missionário de vocês. Mas, não tenham medo. O que está oculto um dia é descoberto. Mesmo da perseguição que pode levar à morte, tenham medo não. Temor só a Deus que tem realmente poder sobre vocês. Um pardal só é morto, com o consentimento do Pai. E vocês valem mais do que os pardais, então, não tenham medo’. 

A lição, você já entendeu. O medo não pode paralisar o cristão e a sua comunidade diante das dificuldades. É preciso anunciar, evangelizar. O medo não pode nos deter. Foi o que Jesus disse: “O que lhes digo na escuridão, digam-no à luz do dia; o que vocês escutam ao pé do ouvido, proclamem-no sobre os telhados!”. Nossa missão é dar continuidade à missão de Jesus: amplificar sua palavra, alardear seus ensinamentos, proclamar em alto e bom som o seu evangelho. O receio de incompreensão, de oposição ou perseguição não nos pode deter na realização dessa sagrada missão. São Paulo chegou a escrever: “Ai de mim se eu não evangelizar”. Isso vale pra gente também. 

De fato, o medo é um dos elementos que logo aparece quando um cristão se dá conta que Deus o está convocando para a missão. E, ponhamos isso em nossa cabeça, nós todos estamos sendo convocados para a missão. Quando a gente começa a tomar consciência disso, aparece logo o medo de destoar no meio dos parentes e amigos, de ficar meio esquisito, de não ser mais bem visto, de ser criticado. Muito missionário em embrião já morre aí. A missão morre na sua mudez, na sua vergonha, no seu medo de ser criticado. Não é à toa que a exortação de Jesus termina hoje dizendo o seguinte: “Quem me negar diante dos homens, eu o negarei diante do meu Pai”. Ih, a coisa complicou... Não tem jeito. O negócio é vencer o medo. 


Guardando a mensagem 

Este Capítulo 10 de São Mateus trata da missão, missão que Jesus entregou à sua comunidade e a cada membro dela, então, a nós também. Na passagem de hoje, há uma recomendação de Jesus que se repete três vezes: ‘Não tenham medo’. Não tenha medo das críticas, não tenha medo do que os outros vão achar, não tenha medo de oposição e cara feia. Dê o seu testemunho de adesão a Jesus na frente de qualquer um. Não tenha medo. 

O que estou lhes dizendo ao pé do ouvido, proclamem-no sobre os telhados! (Mt 10, 27) 

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 
Tu nos confiaste a missão, apesar de conheceres a nossa fraqueza. Confiaste em nós. Por isso, nos estimulas com esse triplo “Não tenham medo”. E por que não precisamos ter medo? Claro, porque estamos nas mãos de Deus, debaixo do seu poder e de sua proteção; porque é a verdade que nos libertará; porque tu estás conosco. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Você já pensou que suas palavras e suas atitudes influem na vida das pessoas que vivem ao seu lado? Claro, tanto positiva, como negativamente. O seu testemunho de fé pode levar alguém do seu convívio a viver com maior convicção a condição de cristão. Hoje, aparecendo uma oportunidade, não se omita, não se faça de indiferente, afirme sua fé em Jesus Cristo. Sem medo nenhum. Não se envergonhe de ser de Cristo. 

E vá logo planejando como vai ser o seu domingo, para que Jesus e a Santa Missa sejam o centro do seu final de semana. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SIMPLES E ESPERTOS

Sejam, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas (Mt 10, 16)

10 de julho de 2019


Jesus começou anunciando o nome dos missionários. E prosseguiu com uma série de recomendações. Hoje, temos uma advertência sobre as dificuldades da missão. Missionários somos todos nós, discípulos do Senhor. A nós é confiada a missão, em vários graus e de várias formas. Então, as dificuldades mencionadas por Jesus, nós também vamos encontrar.

O conteúdo da missão nos foi indicado pelo Mestre: “No caminho, anunciem: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Anunciar com palavras e gestos que o Reino de Deus chegou para todos. Anúncio a ser concretizado em quatro tarefas. Curar os enfermos, isto é, restaurar a dignidade humana. Purificar os leprosos, isto é, proclamar o perdão dos pecados pela misericórdia de Deus. Ressuscitar os mortos, isto é, promover a vida. Expulsar os demônios, isto é, denunciar e vencer o mal que domina as pessoas. São essas as quatro tarefas pelas quais anunciamos a proximidade do Reino de Deus na vida das pessoas.

Essa missão comunicada aos doze apóstolos é a missão confiada a toda a Igreja, a todos os seguidores de Jesus. E a gente a realiza com nossa vida cristã, com nossas palavras e ações. E é esse ser cristão e anunciadores de Cristo no mundo que nos traz problemas, dificuldades, resistências, reações. É neste sentido que Jesus está nos dizendo: “envio vocês como ovelhas no meio de lobos”. O mundo, influenciado pelo poder do mal, não aceita facilmente a mensagem de Cristo. E podemos, como ovelhas no meio de lobos, ser presas fáceis da vaidade, do fascínio do poder e da riqueza, da pressão social, da lógica do mundo. Ou, permanecendo fiéis à nossa missão, podemos até sofrer todo tipo de incompreensão, de retaliação, de perseguição.

E Jesus completou: “Sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. A serpente do livro do Gênesis, a que levou Adão e Eva ao pecado, foi descrita como o mais astuto dos animais no Jardim do Éden. A conversa que ela teve com Eva, parecia afável e desinteressada... ela soube conduzir bem o diálogo, foi sabida. De verdade, a serpente não se apresenta de qualquer maneira, se esconde, se esquiva, parece planejar bem as suas ações. Talvez seja nesse sentido que Jesus disse: imitem a prudência da serpente ou seja a sua sabedoria. As pombas são criaturas doces, próximas, mansas... chegam pertinho pra comer o que a gente oferece. A orientação do Mestre foi, no exercício da missão que comporta sempre dificuldades, ter a prudência das serpentes e a simplicidade das pombas. 
Guardando a mensagem

Jesus enviou os doze em missão. Com eles, todos nós somos enviados. A missão é proclamar a proximidade do Reino de Deus. Nós a realizamos pelo testemunho de vida, por ações e pelas palavras que proclamamos. As ações estão descritas simbolicamente em quatro tarefas: restaurar a dignidade humana, anunciar o perdão dos pecados, promover a vida e vencer o mal que domina as pessoas. Na realização desta missão, muitas dificuldades e perseguições podem nos aguardar. Assim, Jesus nos dá essa orientação: ‘tenham a mansidão das pombas e a sagacidade das serpentes’. A simplicidade e a esperteza. Ser simples, mas não ser bobo. 

Sejam, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas (Mt 10, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
A descrição que fazes da pressão, das perseguições, dos julgamentos a que poderemos ser submetidos por causa de nossa fé nos assusta. Mas, tu nos tranquilizas de muitos modos. Sobretudo, nos garantes a assistência do Santo Espírito, que nos dará as palavras certas, que tomará a nossa defesa. Senhor, embora a missão não pareça fácil, queremos realizá-la com fidelidade e perseverança até o fim. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), responda a esta pergunta: Em que você está precisando ser mais perseverante? 

Hoje, à noite, a TV Pai Eterno vai exibir o meu Show Amor Imenso, às 22 horas. Uma dica para esta sua noite de sexta-feira. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Santa Missa da Quinta-feira da 14ª semana comum

TESTEMUNHAS DO REINO


Não levem ouro nem prata, nem dinheiro nos seus cintos (Mt 10, 9)
09 de julho de 2020

Jesus enviou os seus discípulos em missão e lhes disse: “Em seu caminho, anunciem: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios”.


O envio dos doze apóstolos é uma página missionária da Igreja. Os doze representam a nossa comunidade, comunidade que nasceu do trabalho missionário de Jesus. Essa referência aos doze mostra uma comunidade organizada, em continuidade com o povo do Antigo Testamento. A missão é de todo o povo de Deus, com seus líderes à frente. E o envio dos doze é para que anunciem o Reino de Deus. O Reino é o reinado de Deus em nossas vidas e em nosso mundo. O reinado de Deus supera e vence o reinado do mal, por isso os missionários recebem poder sobre o demônio e sobre a doença. A doença é a cara do sofrimento que o mal e a morte espalham.

O Reino é um dom, é a libertação da dominação do mal e da morte, para estarmos como filhos e filhas na comunhão com o Senhor nosso Deus. Não é o resultado de uma estratégia bem montada pelos missionários. Eles são simples instrumentos. É obra de Deus. Aliás, o Reino é de Deus e o que os enviados conseguem realizar é pela sua força, pelo seu poder. Por isso a recomendação: “Não levem ouro nem prata nem dinheiro nos seus cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão”.

Bastão ou cajado é um sinal de defesa e segurança. Devem renunciar a isso. Deus é sua segurança. Sacola representa a confiança nos bens, nos instrumentos. O Reino não é uma estratégia. É um dom. Também não devem levar ouro, nem prata, nem dinheiro. A missão não depende de dinheiro, depende do testemunho e do amor do missionário. É preciso confiar na Providência. Nem duas túnicas, duas mudas de roupa. A proteção necessária é a de Deus. Tudo isso é simbólico, para dizer: o missionário deve por sua confiança em Deus.

O envio não é apenas uma ordem de Jesus, é uma experiência concreta que os enviados vêm fazendo, desde o início. É um caminho que muitos já percorreram, em obediência ao mandato do Senhor e às suas recomendações. Em Santa Paulina, por exemplo, a santa de hoje, podemos ver tudo isso: no meio de muitas privações e provações, ela fundou uma bela comunidade de pessoas consagradas a Deus, completamente a serviço dos pobres e doentes, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Como elas, muitos grupos suscitados pelo Espírito Santo continuam se dedicando inteiramente à missão.

Guardando a mensagem

A missão é de todos. E a missão é comunicar que o Reino de Deus chegou com Jesus. É sugerir às pessoas que abram o seu coração, abram as portas de suas vidas para acolhê-lo. O Reino de Deus ou o seu reinado é a vitória sobre o mal no mundo e o pecado, gerando uma família de filhos livres e amados. O Reino não é o resultado de uma intensa propaganda de massa. É um segredo facilmente captado pelos simples e humildes, ou melhor, revelado a eles por Deus. E não se implanta pela força ou pelo prestígio de alguém. Não somos um exército impondo uma nova ordem. O Reino supõe a liberdade. Se não abrirem as portas, o Reino não entra. Não é uma invasão. A gente só bate à porta, não a arromba. Por isso, o missionário precisa se despojar de qualquer pretensão de grandeza ou de segurança puramente humana.

Não levem ouro nem prata, nem dinheiro nos seus cintos (Mt 10, 9)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Demoramos a compreender que estamos sendo enviados em missão, que somos responsáveis pelo anúncio do Reino de Deus em nossa casa, no lugar onde trabalhamos, em nossos ambientes de convivência, em todos os setores da sociedade. Proclamar o Reino é testemunhar que fomos alcançados pelo amor de Deus, amor gratuito e misericordioso que se manifestou em ti, Senhor Jesus. Não é um produto destinado a ser um sucesso de vendas. É uma boa notícia que muda a nossa vida, e dela, somos apenas portadores e testemunhas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em seu momento de oração, hoje, reze por todas as lideranças da Igreja: catequistas, animadores, ministros ordenados, missionários, educadores, comunicadores cristãos. Que você, eu e todos nós sejamos missionários do jeito que Jesus mandou no evangelho de hoje.

Sendo hoje quinta-feira, celebro a Santa Missa às 11 horas, nas suas intenções. E você pode participar conosco pelo youtube, pelo facebook ou pelo aplicativo Tempo de Paz. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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