PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: tocá-lo
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SOMOS A COMUNIDADE DA BARCA

Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca (Mc 3, 9)
24 de janeiro de 2019.
Jesus está à beira do mar, com os seus discípulos. Gente de todo canto vem atrás dele. Doentes querem tocá-lo, de todo jeito. E se jogam sobre ele. Espíritos impuros caem aos seus pés, dizendo que ele é o filho de Deus. Jesus os manda calar a boca. Que confusão! Foi aí que Jesus pediu aos discípulos que arrumassem uma barca. O evangelista Marcos só conta até aí. Terminou na barca. Em Mateus, está que Jesus, na barca, ficou ensinando ao povo.
Eu queria que você ficasse atento ao cenário dessa narração. Jesus foi para a beira do mar. É para lá que tanta gente está convergindo. No texto, há uma lista de diversos lugares diferentes de onde o povo está chegando, inclusive de fora da terra de Jesus. Está imaginando o cenário? O mar... uma área talvez plana perto do mar... aquele espelho d’água brilhando.... vá imaginando. Aquele povo todo assediando Jesus. E Jesus que arrumou uma barca e entrou nela, afastando-se um pouco da multidão.
Vamos entender esse cenário... A maior parte da atuação de Jesus foi na Galileia, que é o norte do país. Lá, há um grande lago de água doce, mas grande mesmo, que o povo chama de ‘Mar da Galileia’. Muitas vilas e pequenas cidades estão às margens desse grande lago. Cafarnaum, onde Jesus praticamente morava (quando não estava em suas andanças) ficava às margens desse Mar da Galileia. Muita gente vivia desse lago: pescadores, agricultores, comerciantes. Pescava-se, em grupo, com grandes redes. As barcas serviam para a pesca e para o transporte entre as vilas. Sabe-se hoje que essas barcas podiam chegar a oito metros de cumprimento, com uns dois metros de largura. E que para pescar, cada barca levava 6 a 8 homens. Então, esse local onde eles estão é um local de trabalho, não é uma praia de veraneio como se poderia pensar.
Deixe-me acrescentar mais um elemento para compreendermos melhor esse texto. Para o povo da Bíblia, o mar é como o mundo, no qual a gente se aventura, podendo encontrar ventos contrários, ondas fortes, forças de oposição. E como a atividade de Jesus se concentrou muito na Galileia, ficou aquela imagem de que a evangelização (o trabalho de Jesus) é como o trabalho dos pescadores no mar. Veja que os primeiros discípulos são pescadores.
Nessa iniciativa de Jesus, de pedir uma barca pra falar ao povo, afastando-se um pouco da multidão, bem que poderia estar uma representação dos passos que ele deu em sua atividade missionária. É como se ele estivesse organizando a sua comunidade, no mar que é o mundo. Pela pregação do evangelho (ele sentado na barca), aquele povo maravilhado pelas curas, milagres e exorcismos é chamado a passar para a condição de igreja (representada pela barca). A barca é de Pedro, conforme o evangelista Mateus. E a barca de Pedro foi sempre uma representação da comunidade-igreja nascida de Jesus e liderada pelo apóstolo Simão Pedro.
Guardando a mensagem
Ali, à beira do Mar da Galileia, o imenso lago de água doce do norte do país, está um povo que encontra em Jesus a recuperação de sua saúde e a libertação da opressão do mal. Pela pregação do evangelho, vai gradativamente entrando noutro nível, o nível da Igreja, o povo congregado por Cristo, o povo da barca. Nos próximos versículos, o evangelista nos informará o novo passo de Jesus. Ele escolherá os 12 apóstolos. Então, é fato, neste episódio da barca podemos ver a Igreja que está nascendo na obra missionária de Jesus.  Muita gente hoje está buscando curas e milagres, como naquele tempo. É como se estivesse à beira mar. É preciso acolher a Palavra de Deus para ser Igreja, para estar na barca de Pedro.
Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca (Mc 3, 9)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
O mar é o mundo. A barca é a Igreja, onde estás com os discípulos. Pescar é a obra da evangelização, uma obra de equipe como a pescaria no Mar da Galileia. Ajuda-nos, Senhor, a passar da busca de bênçãos e curas (que tanto necessitamos) para a escuta e a prática de tua Palavra (que nos faz Igreja). Abençoa, Senhor, os pastores-pescadores do teu povo. Abençoa o Papa Francisco, o Pedro pescador de hoje, em sua viagem apostólica ao Panamá, onde está reunido com milhares de jovens. Abençoa a tua Igreja sempre jovem.  Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu momento de oração de hoje, recomende a Deus os jovens da Jornada Mundial da Juventude, particularmente o grande contingente de brasileiros que está hoje lá, vivendo o terceiro dia da Jornada.

Pe João Carlos Ribeiro – 24.01.2019

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