15 anos da morte do Frei Damião. Em 19 dias de coma, dos quais 5 dias de morte cerebral, ele deixou em polvorosa o Nordeste inteiro. E, uma vez confirmado o seu óbito, foi velado por três dias na Basílica da Penha, no Recife, sendo visitado por nada menos do que 150 mil pessoas.
É esse o missionário italiano Frei Damião de Bozzano, que chegou por aqui com 33 anos e passou quase 66 anos em santas missões de cidade em cidade. O corpo do frade humilde, o padrinho confessor do povo do Nordeste, foi recebido com muitas honras e lágrimas no Estádio do Arruda, por uma multidão de quase 40 mil fiéis.
Ninguém melhor do que o Frei Fernando Rossi, que acompanhou Frei Damião por mais de 50 anos de trabalho missionário, para nos dizer melhor quem foi o Frei Damião. No seu discurso antes de fazer a encomendação do corpo do amigo e irmão, ele disse quem era esse frade baixinho, portador de uma escoliose muita acentuada, de sandálias e sempre com o terço e a cruz de missionário, que colecionou nos últimos anos de vida muitos internamentos, embolia, crises de insuficiência respiratória. Era um homem bom, um servo fiel, que amava Jesus Cristo, o povo e a Igreja. Uma pessoa cheia de bondade, que suportava com paciência toda crítica ou incompreensão, sem jamais revidar. Alguém que comia apenas o mínimo necessário e do que se punha à mesa, sem nunca nem solicitar algo especial. Um filho de São Francisco que abraçou a pobreza e os pobres. Frei Fernando revelou o que muitos já sabiam: que frei Damião dormia pouco, sentado numa cadeira ou deitado no chão puro. Calava-se diante dos defeitos dos outro. Se dele falassem mal, ele não ligava. Mas se maltrassem a Igreja, doía-lhe no coração. Por causa da Igreja, tornou-se capuchinho, por causa dela missionário. Por amor à Igreja de Cristo, trabalhava dia e noite. Tinha grande devoção ao terço, que estava sempre em suas mãos. Rezava sempre.