PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: puro
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AS COISAS RUINS QUE NASCEM NO CORAÇÃO


MEDITAÇÃO PARA A QUARTA, DIA 07 DE FEVEREIRO DE 2018.
O que sai do homem, isso é que o torna impuro (Mc 7, 20).
No tempo de Jesus, havia uma preocupação exagerada com a pureza ritual. A pureza era a condição de quem estava limpo, de quem não foi contaminado por alguma coisa externa. Muita coisa podia contaminar uma pessoa e torná-la impura. E uma vez impura, a pessoa tinha que passar por muitos rituais para se limpar: quarentena, banho, abluções, sacrifícios de animais e outras coisas mais.  A pessoa impura ficava afastada das coisas de Deus, não podia praticar a religião publicamente,  não estava em condições de se apresentar a Deus. Nem podia estar junto dos outros para não contaminá-los.
E o que causava impureza para uma pessoa? A lista é longa O sangue era o elemento mais perturbador da harmonia religiosa do povo de Deus. Nisto, a mulher saía muito prejudicada pela menstruação mensal e pelo parto. Muitos alimentos estavam proibidos, pois transmitiam impureza, por exemplo, carne de porco e de outros animais também. Também se tornava impuro quem tocasse num morto, quem tivesse qualquer aproximação com pagãos, quem tivesse qualquer contato com um leproso. Era um crime um impuro se aproximar de uma pessoa e, impensável, que viesse a tocá-la. Contaminaria gravemente a pessoa que fosse tocada.
Você já percebeu que as leis da pureza no tempo de Jesus representavam uma grande opressão para as pessoas, impedindo que se cuidasse melhor dos doentes, discriminando os pobres e marginalizando ainda mais a mulher. Os fariseus, que formavam uma numerosa confraria de homens praticantes da Lei, ficavam antenados para recriminar ou denunciar qualquer um que não andasse segundo essas leis da pureza. E Jesus, você sabe, não estava muito preocupado com essas leis, fruto de uma religiosidade feita de coisas exteriores e fomentadora de discriminação entre as pessoas.
O grave era que Jesus era tocado por pessoas impuras. A mulher do fluxo de sangue tocou na franja do seu manto.  Ele tocou no leproso para curá-lo. Pegou no caixão do morto em Naim, e mandou o rapaz se levantar. Desculpou os discípulos que estavam comendo sem terem lavado as mãos... Jesus não era um bom cumpridor das leis da pureza ritual do seu tempo. E os fariseus ficavam revoltados com isso. O raciocínio de Jesus era simples: não é o que entra pela boca que suja o homem, que o torna impuro. O que torna impura uma pessoa é o que sai dela, as coisas ruins que vêm do seu coração. O coração, para o povo da Bíblia, é onde se tomam as decisões.  Aí ele fez uma lista: más intenções, imoralidades, roubos, assassinatos, adultérios, ambições, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho,... Tudo isso sai do coração de uma pessoa, disse Jesus. Isso, sim, torna a pessoa impura.
Vamos guardar a mensagem
O que faz impura uma pessoa não é o que vem de fora, mas o que sai de dentro do seu coração. Foi esse o ensinamento de Jesus. O que vamos guardar da palavra dele, hoje? Uma lição pode ser essa: se uma prática, religiosa ou não, servir de alguma forma para desprezar, discriminar, afastar, cercear a liberdade, com certeza não é uma coisa de Deus. Outra lição: Com certeza, há muitos preconceitos que nós introjetamos durante a vida de que deveríamos nos libertar. Jesus era uma pessoa livre e libertadora. Por amor a Deus e aos irmãos, procure libertar-se dos preconceitos.
O que sai do homem, isso é que o torna impuro (Mc 7, 20).
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Ficamos olhando, com curiosidade e admiração, para tua pessoa, vivendo na Galileia, naqueles anos 30. Eras um judeu piedoso, conhecedor das Escrituras como muitos outros, fiel às celebrações da sinagoga e às peregrinações anuais, respeitoso da bela história de fé do teu povo. Quando falavas do Reino, do amor misericordioso de Deus, revelando-o como pai amoroso dos seus filhos e filhas, o povo ficava encantado. Essa verdade de um Deus próximo e amoroso mexia com a religião de Israel, ou melhor, punha em xeque aquela religiosidade marcada por normas e ritos externos. Foi por isso que os fariseus e os mestres da lei reagiram tão ferozmente. Eles saíram em defesa da tradição como eles a entendiam e de sua ameaçada posição de liderança. Dá-nos, Senhor, que essa novidade, que é o teu evangelho, seja sempre um fermento para nos libertar de qualquer farisaísmo e de toda opressão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Você conseguiu ler o texto de ontem, na sua Bíblia? Contou quantas vezes aparecia a palavra ‘tradição’? Seis vezes. Seis é um número incompleto, falho.
Hoje, no seu diário espiritual (ou na sua agenda ou no seu caderno), anote as 13 coisas ruins que saem do coração. Isso sim torna a pessoa impura, disse Jesus. Pra saber quais, leia Marcos 7, 14-23.

Pe. João Carlos Ribeiro – 06.02.2018

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