Enquanto elas foram
comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para
a festa de casamento. E a porta se fechou. (Mt 25, 10)
Diga-me uma coisa: já barraram você numa festa? Ah, é uma coisa muito
chata. Uma vez, eu fui para a festa de formatura de um colega, uma dessas
solenidades feitas à noite em casa de festas, com todo aquele glamour e, claro,
muita segurança. Meu colega tinha me enviado o convite, e junto mandou a senha
de ingresso para a festa. Eu já fui um pouco atrasado, dadas outras ocupações,
e nem me lembrei da tal senha. Resultado: fui barrado na entrada da festa. E
não tive pra quem apelar. Telefones desligados, seguranças mal humorados... Não
deu outra, barrado na festa. Você, já passou por uma situação desta? É muito
chato.
A história do evangelho de hoje conta uma história parecida, a história
de cinco moças que foram barradas numa festa, numa festa de casamento. E o mais
chato, sabe o que foi, é que elas eram pajens do noivo, faziam parte de um
grupo que acompanharia o ingresso do noivo na cerimônia. Naquele tempo, as
casas de festa não eram tão chics, mas o negócio era organizado. Eram dez moças
que iam entrar na cerimônia, acompanhando o noivo... olha que história!
Dez moças estavam aguardando a hora de entrar com o noivo na festa de
casamento. Cada uma com sua lâmpada de óleo na mão. O noivo demorou a chegar.
Elas acabaram cochilando e dormindo. Acordaram com alguém gritando: “o noivo
está chegando!”. Foi aquele alvoroço. Apareceu logo um problema: cinco lâmpadas
estavam já se apagando. E suas donas não tinham levado uma reserva de óleo para
reabastecê-las. E agora? Pediram às outras cinco para dividir com elas o óleo
de reserva que cada uma tinha levado. ‘Não dá. Assim, no meio da festa, todas
as lâmpadas de óleo vão se apagar. É melhor vocês saírem para comprar óleo’. Lá
se foram esbaforidas as cinco jovens, atrás de comprar óleo numa hora daquelas.
O noivo chegou, entrou todo mundo, as portas se fecharam. Quando voltaram,
coitadas, não puderam mais entrar. Até o noivo mandou dizer que não sabia quem
eram elas.
Eu esqueci a senha para entrar na festa de formatura do meu amigo. Por
que me esqueci? Porque de fato não estava muito ligado no acontecimento. Iria à
festa se desse tempo, era apenas um programa possível, não uma prioridade
daquele meu dia. Esquecer a senha não foi um detalhe. Foi um sinal de que eu
não estava realmente ligado naquele evento de formatura. As cinco moças
esqueceram-se de levar um óleo de reserva. Por que esqueceram? Com certeza,
porque participar do casamento, mesmo como damas de acompanhamento, não era o
seu grande objetivo de vida. Com certeza, tinham sido escolhidas para essa
tarefa, mas elas não estavam realmente focadas nisso. Não se prepararam
adequadamente prevendo uma reserva de óleo, nem tiveram tempo nem cabeça pra
isso, com outras tarefas do dia, com certeza.
Não entrar na festa do meu amigo não estragou minha vida. Fiquei só
chateado. Mas, para as moças foi o fracasso de suas vidas. Sabe por quê? Porque
elas viviam para esse grande momento, para o encontro com o noivo. Bom, aqui
precisava maior explicação, mas vamos assim mesmo. Porque o noivo era o noivo
delas. O noivo é Jesus. As moças somos nós, sua Igreja. E vivemos para esse
grande encontro com o Senhor que está chegando. Reparou que, na historia, não
tem noivas? As noivas são elas. A Igreja é a noiva que aguarda a chegada do seu
Senhor, para a celebração das núpcias eternas. As noivas, compreendam, somos
nós. Não entrar na festa é perder a salvação eterna.
Vamos guardar a mensagem de hoje
O que será que Jesus quis ensinar com essa parábola? A lição está no
fim da história. “Portanto, fiquem vigilantes, porque ninguém sabe o dia, nem a
hora”. Está no contexto da preocupação de Jesus pra gente não relaxar, enquanto
esperamos a sua volta. O noivo está demorando. O noivo é ele. Está demorando,
mas chega a qualquer momento. A noiva somos nós, a Igreja. Reparou que cinco se
perderam? Ninguém se perde sozinho, já dizia Santa Terezinha. Por isso mesmo,
nada de baixar a guarda, de descuidar-se... O tempo de espera é tempo de
compromisso, de construção. Vigilância é a marca desse tempo em que
estamos vivendo, enquanto o aguardamos. Vigilância é não deixarmos para depois
o que temos que fazer hoje, é fazer bem o que temos que fazer, é estarmos com
tudo pronto para o grande encontro. Porque ninguém sabe o dia, nem a hora.
Enquanto elas foram
comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para
a festa de casamento. E a porta se fechou. (Mt 25, 10)
Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece
Senhor Jesus,
Como são bonitas as tuas histórias. Nessa de hoje, tu és o noivo e
estás meio atrasado. Por nós, podes até demorar mais, kkk... Mas, esse tempo de
espera é tempo de vigilância, lâmpadas acesas, sustentadas pelo óleo da fé, da
esperança e da caridade para clarear a grande festa que se aproxima, o
casamento profetizado no final do livro do Apocalipse. A Igreja trajada de
noiva, a nova Jerusalém, aguarda ansiosamente a tua volta. Como diz o livro
santo: “A Igreja e o Espírito dizem: Maranatha! Vem, Senhor Jesus”. Amém.