PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: meu Senhor e meu Deus
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TEM UM TOMÉ NA SUA CASA

 Não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20, 27).
03 de julho de 2019 - Dia de São Tomé, apóstolo.
Hoje é dia do apóstolo Tomé. Ele era um discípulo de Jesus, sempre muito fiel, mas negou-se a crer na ressurreição de Jesus. Mas, claro, Deus sempre escreve certo em linhas tortas. Assim, o santo Papa Gregório Magno, escreveu “O discípulo, que, duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas chagas do mesmo, curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.
Em Tomé, está a nossa fraqueza, a nossa descrença. Mas, também a graça da fé em Cristo Jesus ressuscitado. Vendo por esse lado e aprendendo com a sua história, podemos considerar que Tomé cometeu três erros.
O primeiro foi o seguinte: Ele faltou à celebração. No domingo da ressurreição, à tardinha, os discípulos estavam reunidos... esta era a hora em que a comunidade se reunia nos primeiros tempos do cristianismo, ao entardecer do domingo. Nessa celebração do domingo de páscoa, o próprio Jesus ressuscitado se apresentou no meio deles. Tomé não estava nesta reunião. Não sei onde andava, mas faltou a esse momento tão importante. Jesus fez a saudação do shalom: A paz esteja com vocês! Mostrou-lhes as mãos e o lado, para eles terem certeza que era ele mesmo, o que fora crucificado. E a comunidade ficou, claro, exultante de alegria. Jesus lhes comunicou o Espírito Santo, soprando sobre eles. E lhes enviou em missão, a mesma missão de reconciliação que ele recebera do Pai. Tomé perdeu esse momento tão importante da vida da comunidade.
Por falar em faltar à celebração, hoje tem muito Tomé ausentando-se da celebração do domingo. Cada um tem sua desculpa, nem sempre válida. Faltando, acabam perdendo experiências que elevam qualitativamente a vida cristã naquela comunidade. Perdem o encontro com o Senhor ressuscitado que se revela presente no meio de sua Igreja, comunicando-lhe a sua paz, enchendo os seus corações da alegria de Deus e dando-lhes o seu Santo Espírito para confirmar a todos na missão. Se você, como Tomé, faltar à celebração, você está perdendo muita coisa e vai ficando de fora da caminhada da graça em sua comunidade. Esse foi o primeiro erro de Tomé: faltou à celebração.
Faltar já é uma coisa ruim, agora, duvidar... ah, esse foi o seu segundo erro: Tomé duvidou do testemunho da comunidade. Todo mundo lhe disse o que tinha acontecido. Jesus ressuscitado em pessoa esteve lá, mostrou as marcas de sua crucifixão, soprou sobre eles, os enviou em missão. ‘Não acredito’. Mas, como assim não acredita? ‘Isso é invenção, é fantasia, é conversa de vocês’. Não, Tomé, nós vimos o Senhor. ‘Viram nada! Se eu não vir a marca dos pregos na sua mão e não por a mão no seu lado aberto pela lança, eu não acredito’. ‘Não diga uma coisa dessas, Tomé!’. Duvidou do testemunho da comunidade.
Quando o cristão se ausenta das celebrações da Igreja, começa a se distanciar da fé. Vai incorporando o espírito do mundo: começa a duvidar, a achar defeito na sua religião, a por sob suspeita os ministros da Igreja e por aí vai. Perde a graça comunicada pelo Ressuscitado em cada celebração e vai perdendo o amor pelo seu Senhor e por sua comunidade. É bom não faltar. Mas, se faltar, tenha cuidado para não se distanciar da Igreja. Não deixe que o individualismo do mundo lhe diga que você se resolve diretamente com Deus. A comunidade é quem tem o testemunho sobre Jesus. Não deixe a dúvida entrar no seu coração.
O terceiro erro de Tomé mereceu uma boa reprimenda de Jesus. Precisou ver para crer. Ele só acreditou porque viu. No domingo seguinte ao da ressurreição, eles estavam reunidos de novo, à tardinha. Jesus de novo se apresentou no meio deles e fez a saudação de paz. Chamou logo Tomé e o mandou por o dedo nas marcas das chagas de suas mãos e no seu lado. E lhe disse: “Não seja incrédulo, seja fiel”. Tomé, graças a Deus, mostrou-se humilde e cheio de fé. Exclamou: “Meu Senhor e meu Deus”. Estava reconhecendo que Jesus era o Senhor, o servo glorificado. E que ele era Deus, como o Pai. “Meu Senhor e meu Deus”.
Guardando a mensagem
Tomé cometeu três erros: Faltou à celebração, duvidou do testemunho da comunidade e precisou ver para crer. Por sorte, teve um acerto de contas misericordioso com Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!”. Tomé - é você que falta à celebração, que está deixando o mundo encher o seu coração de dúvidas e suspeitas contra a fé. Você também tem a chance de reencontrar Jesus na comunidade e de crer nele de todo o coração. Que hoje seja o dia de sua experiência pessoal com Cristo! Que hoje seja o seu dia de Tomé que tocou nas chagas do Senhor.

Não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20, 27).
Rezando a Palavra
Senhor Jesus,
Ainda está ressoando a tua palavra dita à comunidade, naquela tarde de domingo: “Bem-aventurados os que crerem sem terem visto!”. Nós realmente não te conhecemos presencialmente, nunca te vimos, mas cremos em ti. Cremos que tu vives e estás conosco. Tens razão, não podemos nos guiar só pela lógica da comprovação, só aceitar o que for cientificamente provado ou querer entender tudo de Deus, como se tudo coubesse em nossa cabeça ou em nossa lógica humana. Só pela fé, podemos encontrar-te, Senhor, acolher a tua Palavra, celebrar a tua Eucaristia. Obrigado, Senhor, pela fé que habita os nossos corações. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém
Vivendo a Palavra
Na sua família, talvez haja alguém como Tomé. Hoje, é o dia de você contar-lhe a história deste apóstolo.

Pe. João Carlos Ribeiro – 03 de julho de 2019

A COMUNIDADE DA MISERICÓRDIA


Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja com vocês” (Jo 20, 19)

28 de abril de 2019.

“A paz esteja com vocês!” – foi a saudação de Jesus ao se reencontrar com os discípulos no dia de sua ressurreição.  Já era a noitinha daquele domingo, o primeiro dia da semana. Ele encontrou os discípulos na mesma casa em que celebraram a última ceia, na quinta-feira anterior. Estavam trancados na sala grande, assustados, com medo. Jesus se apresentou no meio deles, nem precisou entrar pela porta. E foi logo mostrando os sinais de sua crucificação: o lugar dos cravos nas mãos e o lado perfurado pela lança do soldado. Foi uma alegria só. Todos ficaram muito felizes. Aí, Jesus falou de novo: “A paz esteja com vocês!”. E comunicou que, como o Pai o tinha enviado, assim agora ele os enviava. E soprou sobre eles, comunicando-lhes o Espírito Santo, e lhes dando a tarefa de perdoar os irmãos: “A quem vocês perdoarem, os seus pecados serão perdoados”.

Tomé, um dos doze apóstolos, não estava nesse encontro do domingo da ressurreição. E não acreditou no testemunho da comunidade de que Jesus estivera na reunião com eles. Disse que só acreditaria se conferisse pessoalmente as suas chagas. No domingo seguinte, o segundo domingo da páscoa, como o de hoje, na mesma hora, estavam todos na sala de reunião e Jesus chegou. Ele fez a mesma saudação: “A paz esteja com vocês!”.  Aí, chamou logo Tomé pra conferir o lugar dos cravos e o lado aberto. Tomé ajoelhou-se aos pés do Senhor, cheio de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”.

Você percebeu que a saudação de Jesus ressuscitado se repetiu, na passagem de hoje, por três vezes. “A paz esteja com vocês!”. Essa palavra tem a ver com a saudação com que os membros do povo de Deus se cumprimentavam:  “Shalom!”. Ao saudar com o Shalom, a pessoa estava desejando tudo de bom da parte de Deus para a outra pessoa: saúde, harmonia, felicidade. Shalom ou Paz é como um conjunto de coisas boas  que a pessoa está desejando ou comunicando a outrem. Mas, essa saudação dita por Jesus ressuscitado tem um sabor muito especial, não acha? Ele passou por uma grande tribulação e saiu vencedor. Venceu todo o mal que se abateu sobre ele. E agora está trazendo para a sua comunidade tudo o que conseguiu de bom. E o que será que Jesus está comunicando com esse seu Shalom!?

Em primeiro lugar, Jesus está trazendo e comunicando o perdão de Deus, que ele alcançou por sua morte e ressurreição. Os pecadores foram reconciliados, no seu sacrifício. Voltando da morte, ele é o portador da paz, da reconciliação. Agora, os que crerem nele estão em paz com Deus e em paz uns com os outros. Em segundo lugar, Jesus está trazendo e comunicando o Espírito Santo. Foi o Espírito que o ungiu para a missão de Messias e Salvador, o Espírito que renova a face da terra, como rezavam na oração dos salmos. Lá, na primeira semana da criação, no começo da humanidade, Deus soprou no homem e este recebeu a vida. Agora, na primeira semana da nova criação, Jesus ressuscitado soprou sobre os discípulos para eles receberem a vida nova em Deus. “Recebam o Espírito Santo”. Em terceiro lugar, Jesus está comunicando a sua missão. “Como o Pai me enviou, assim também eu envio vocês”.  É o Espírito Santo quem vai conduzi-los a partir de agora, animando-os para continuarem a sua missão. O perdão que Jesus alcançou, os discípulos vão espalhar, conferindo o perdão aos seus irmãos, comunicando-lhes a paz.

Guardando a mensagem

Que coisa bonita: ali está a comunidade dos seguidores de Jesus. Não precisam mais viver acuados, trancados, temerosos. Jesus está com eles, está no meio deles, ressuscitado, vitorioso.  Ressuscitado, ele lhes comunica o perdão para viverem em paz com Deus e com todos; comunica-lhes o seu Espírito, para viverem a vida nova dos reconciliados; comunica-lhes a sua missão. Em seu nome, vão anunciar a todos o perdão dos pecados, a vida nova de comunhão com Deus  e com os irmãos, a paz. Animados pelo Santo Espírito, darão continuidade à missão de Jesus. A comunidade é o lugar onde Jesus ressuscitado comunica o perdão e a paz. Por meio da comunidade cristã, da Igreja, o Senhor ressuscitado continua agindo, ensinando, perdoando, libertando, salvando.

Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja com vocês” (Jo 20, 19)

Rezando a palavra

Senhor Jesus Misericordioso,

Sempre que nos reunimos no domingo, como comunidade cristã, como teus discípulos, fazemos memória de tua morte e de tua ressurreição. Em cada domingo, sentimos tua presença de ressuscitado a nos abençoar e a nos enviar em missão. Unidos a ti, somos a comunidade dos reconciliados e reconciliadores. Na celebração de cada domingo, tu nos comunicas vida e esperança pela amizade dos irmãos e irmãs reunidos, pelas orientações de tua palavra e pelo alimento do pão eucarístico. Do teu coração misericordioso, continuam a jorrar sangue e água, em favor de toda a humanidade: a água do batismo e o sangue do sacrifício eucarístico - água da vida nova de reconciliados e sangue redentor ao qual unimos nossas lutas e nossas dores. Foi o que revelaste a Santa Faustina: os raios brancos e vermelhos que partem do teu lado aberto: vida e salvação para todos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje, não fazer como São Tomé, faltando à celebração no dia da ressurreição e fazendo pouco caso do testemunho de sua comunidade. Hoje, fazer como São Tomé, caindo aos pés do Senhor e manifestando seu amor e sua gratidão: “Meu Senhor e meu Deus!”.

Pe. João Carlos Ribeiro – 28.04.2019

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