PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: descanso
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Tudo começa na compaixão.

 



   08 de fevereiro de 2025   

Sábado da 4ª Semana do Tempo Comum



   Evangelho.   


Mc 6,30-34

Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles.
34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.


   Meditação   


Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)

A pregação da palavra de Deus é uma coisa maravilhosa. Ninguém duvida. A celebração ou liturgia, outra coisa fantástica. Mas, nem a pregação, nem a celebração se explicam sem a compaixão, a caridade. A evangelização e a celebração começam e terminam na caridade. Está tudo no evangelho de hoje.

“Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”. Aí começa tudo, na compaixão. Jesus viu aquele povo que o procurava e lhe doeu o coração vê-lo tão necessitado, tão fragilizado. Para uma pessoa do interior como Jesus, dava pena ver um rebanho sem pastor: as ovelhas se dispersam, os carneirinhos viram presas fáceis para as feras e os ladrões, não têm quem guie a um bom pasto. E olha que Jesus estava levando os discípulos para um lugar afastado para eles descansarem um pouco, pois estavam voltando, muito cansados, de uma missão. Diante daquela cena – ovelhas sem pastor – esqueceu-se o descanso e Jesus começou a “ensinar-lhes muitas coisas”, diz o evangelho.

O que será que Jesus ensinou àquela gente? Podemos imaginar, pois o que ele disse ao povo, certamente, é o que está no evangelho. Ele explicava, contando parábolas, como Deus ama os seus filhos, como fica feliz quando um filho ou uma filha escolhe o bom caminho; como o Pai cuida das aves e das plantas e mais ainda cuida de cada filho. E ainda: como são felizes aqueles que Deus ama. E Deus preza antes de tudo os mais pobres e os mais sofridos. Aí, ele lhes falava do Reino de Deus. Ah, esse mundo fica melhor se Deus for obedecido como bom pai que é e se cada filho for fraterno e bom com seu irmão, com sua irmã. Quanta coisa Jesus tinha para dizer àquele povo maltratado pela violência, pela doença, pela pobreza! E aqueles corações amargurados iam se enchendo de paz, de esperança. Riam com as histórias de Jesus (‘Imagine, o filho disse que ia, mas não foi, mas que malandro!’ - ‘E a festa que o Pai fez pra receber o filho que saiu de casa, ô festão!’ –‘ ‘Mas aquelas moças que foram para o casamento e esqueceram o óleo, que povo sem juízo!). Gente, olha a hora!

Quem falou “olha a hora!”? Os discípulos. Já está ficando tarde. Isso aqui é um lugar deserto. Esse povo precisa voltar pra casa. Já está tudo com cara de fome. Tenha paciência Jesus, a conversa está muito boa, mas está na hora de mandar o povo embora. ‘Mandar o povo embora, como assim? Sem comer nada? Vocês providenciem alguma coisa’. Aí a coisa esquentou... Providenciar, nós? Aí, eles foram pragmáticos, como muitos administradores de hoje. Gastar dinheiro para alimentar essa gente? Não tem dinheiro que chegue. Mande esse povo embora enquanto é tempo. Eles se viram por aí... Olha a mentalidade deles: gastar dinheiro, despedir, mandar embora, não se sentir responsável por ninguém. E Jesus acalmou o grupo. Pera aí... O que vocês têm aí pra comer? Vão, vão ver... Cinco pães e dois peixes? Tragam pra cá. Aí Jesus mandou todo mundo se sentar, formaram grandes grupos, ele pegou aqueles poucos pães e peixes, deu graças a Deus, fez a oração da bênção dos alimentos, partiu (preste atenção a este “partiu”) e ia dando os pedaços aos discípulos para que eles distribuíssem com o povo. Depois, dividiu também os peixes. O resultado, você já sabe: pela graça de Deus, o pão e o peixe deram pra todo mundo. Falamos de multiplicação. E até a sobra recolhida foi grandiosa. Olha a mentalidade de Jesus: alimentar, por em comum, partilhar, repartir... somos responsáveis uns pelos outros.





Guardando a mensagem

Antes de tudo, a compaixão. Jesus viu o povo e sentiu seu coração amargurado por vê-lo tão sofrido, tão fragilizado. Ele deixou de lado outro projeto e dedicou-se a “ensinar-lhe muitas coisas”. Isto é a evangelização. A evangelização é o anúncio do amor do Pai pelo seu povo, que nos mandou Jesus como pastor e salvador. A evangelização nasce da compaixão. E gera compaixão, caridade, amor a Deus e ao próximo.

Antes de tudo, a compaixão. Era tarde, o lugar deserto, o povo faminto. Jesus envolveu os discípulos numa linda celebração. Pode ver que todos os detalhes lembram a última ceia, como se fosse uma preparação para a Santa Missa. A celebração nasce da compaixão de Deus pelo seu povo e de nossa compaixão pelo próximo. E gera compaixão, solidariedade, caridade, novas relações.

Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hás de nos desculpar. Nós continuamos a pensar igualzinho aos discípulos naquela cena da multiplicação dos pães. Vemos as situações de sofrimento e abandono e cruzamos os braços. Ficamos paralisados por nossa mentalidade pragmática: não temos dinheiro, não temos condições, nem é responsabilidade nossa. 
A solução que temos é mandar embora, cada um se virar. Senhor, ajuda-nos em nossa conversão. Na evangelização e na celebração, aprendemos contigo outra forma de ver e agir: sermos responsáveis uns pelos outros, fazer alguma coisa com o que temos e, sobretudo, confiar na providência de Deus que se manifesta na partilha e na solidariedade. Sê para todos força, conforto e luz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Leia o texto do evangelho de hoje: Marcos 6,30-34. Anote alguma frase desse evangelho no seu caderno espiritual.

Comunicando

No próximo mês de outubro, em Roma, ocorrerá o Jubileu Mariano: grandes celebrações do ano santo, com o Papa Francisco e os movimentos marianos de todo o mundo. E nós da AMA e da Obra de Maria estamos nos programando para estar por lá, nessa ocasião. Nossa peregrinação também vai visitar santuários marianos em Portugal, França e Itália. Você gostaria de participar conosco? Desejando se informar melhor, mande uma mensagem para o WhatsApp 81 99964-4899. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Tudo pelo rebanho disperso.

 


   21 de julho de 2024    

16º Domingo do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mc 6,30-34

Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles.
34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.


   Meditação   


Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)

A obra de Jesus foi congregar as ovelhas dispersas do rebanho de Deus. Quando ele e os seus missionários apóstolos desembarcaram, encontraram uma multidão que tinha corrido a pé de todas as cidades para encontrá-lo. É o evangelho de hoje.

Jesus estava indo descansar com os seus missionários. Eles estavam voltando da missão em que tinham visitado vilas, sítios e cidades. Estavam fugindo do afluxo de gente que não lhes permitia nem tempo para comer. A numerosa multidão que chegou a pé para encontrá-lo os surpreendeu. Jesus ficou tomado de compaixão e os sentiu como ovelhas sem pastor. Aí começa tudo, na compaixão. Jesus viu aquele povo que o procurava e lhe doeu o coração vê-lo tão necessitado, tão fragilizado. Para uma pessoa do interior como Jesus, dava pena ver um rebanho sem pastor: as ovelhas se dispersam, os carneirinhos viram presas fáceis para as feras e os ladrões, não têm quem guie a um bom pasto. E olha que Jesus estava levando os discípulos para um lugar afastado para eles descansarem um pouco, pois estavam voltando, muito cansados, de uma missão. Diante daquela cena – ovelhas sem pastor – esqueceu-se o descanso e Jesus começou a “ensinar-lhes muitas coisas”, diz o evangelho.

Lendo o livro do Profeta Jeremias, nos damos conta da grandeza da ação de Jesus, nesta passagem e em todo o seu ministério. Em Jeremias 23, temos uma foto da situação do povo em certo momento, no Antigo Testamento. A descrição mostra a condição que levou o Pai a enviar Jesus. O rebanho está disperso. Deus se queixa dos pastores que ele colocou para cuidar do seu rebanho: descuidaram-se, afugentaram as ovelhas, dispersaram o rebanho. O que ele fará? Pela boca do profeta, o Senhor Deus disse: “Eu reunirei o resto das minhas ovelhas de todos os países para onde foram expulsas e as farei voltar aos seus campos. Suscitarei para elas novos pastores. Farei nascer um descendente de Davi, ele reinará como rei, ele será sábio”. Davi foi o rei que começou como pastor de ovelhas. Jesus é o pastor sábio, o novo Davi que Deus enviou para cuidar do seu rebanho. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. É o que está acontecendo nesta cena do evangelho. Ele e os apóstolos, os novos pastores que Deus estava suscitando, sacrificaram seu justo descanso para cuidar do rebanho disperso.

A obra de Jesus foi, então, congregar as ovelhas dispersas. Pastoreando o seu povo, ele ensina-lhes muitas coisas e oferece a sua própria vida pela salvação de todos. Não somente congrega as ovelhas de Israel, mas congrega também as ovelhas de todas as nações, de todas as cidades, quem não pertencia a Israel. A Carta de São Paulo aos Efésios, cap 2, explica ainda melhor isso. “Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz. Quis reconciliá-los com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz. Assim ele destruiu em si mesmo a inimizade”. 

Neste domingo, na Santa Missa, experimente isso: ao redor da mesa da palavra e da mesa do sacrifício eucarístico, somos todos um só rebanho, congregado por um só pastor.






Guardando a mensagem

Antes de tudo, a compaixão. Jesus viu o povo e sentiu seu coração amargurado por vê-lo tão sofrido, tão fragilizado. Ele deixou de lado outro projeto e dedicou-se a “ensinar-lhe muitas coisas”. Isto é a evangelização. A evangelização é o anúncio do amor do Pai pelo seu povo, que nos mandou Jesus como pastor e salvador. A evangelização nasce da compaixão. E gera compaixão, caridade, amor a Deus e ao próximo.

Esse rebanho congregado por Cristo, ao qual foram incorporados os pagãos, pastoreado por ele e por seus apóstolos missionários, é a Igreja. Este é um domingo para aumentar o seu amor e a sua comunhão com o pastor, os pastores e o rebanho. Somos a Igreja de Cristo. Ele nos conduz, nos resgatando da dispersão, da exploração, da inimizade, do pecado.

Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
tu és o nosso pastor, o pastor que o Pai prometeu para reunir suas ovelhas dispersas, dispersas pela má condução de seus líderes, pelos descaminhos de quem se arvora a caminhar pela própria cabeça; dispersas por caminhos tortos de quem se deixou atrair por falsas promessas. Dá-nos, Senhor, aumentar nossa comunhão contigo, nosso amor à Igreja e nossa lealdade aos pastores do teu rebanho. Ajuda-nos, Jesus, a viver a compaixão e a misericórdia como base de nossa vida cristã e do nosso seguimento a ti, bom pastor que entregou sua vida para nos comunicar a vida de Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Leia o texto do evangelho de hoje: Marcos 6,30-34. Anote alguma frase desse evangelho no seu caderno espiritual.

Comunicando

Amanhã, nos aguardam dois compromissos significativos: o Encontro dos Ouvintes no Recife (será na paróquia N. Sra. do Bom Parto, no bairro de Campo Grande) e a Segunda Bíblica (o estudo sobre o capítulo 18 do Livro do Profeta Ezequiel, no Youtube).

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

CONVITE PARA CANSADOS E ESTRESSADOS


Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos (Mt 11, 28).
19 de julho de 2018.
Que fardos são esses? Esses fardos eram, em primeiro lugar, no tempo de Jesus, as obrigações que a Lei de Moisés impunha, ou melhor, a interpretação da Lei feita pelos mestres e fariseus. Era uma carga pesada demais, oprimindo e afastando as pessoas de Deus. A religião como obrigação continua sendo um fardo pesado para muita gente, hoje. Mas, como Jesus pode aliviar esse nosso peso? O seu ensinamento nos liberta, torna leve a nossa carga. O seu maior ensinamento é que Deus nos ama como um pai. Ele compreende a nossa fraqueza. Ele enviou seu filho para nos conduzir no caminho. O Filho se revestiu de nossa humanidade e tornou-se agora o nosso guia. A fé é nossa melhor resposta. O seu ensinamento alivia o nosso peso.
Que fardos são esses? O peso do nosso pecado e de suas consequências. E Jesus alivia esse nosso peso pela reconciliação. Ele está nos sugerindo que troquemos os fardos que estamos carregando pelo seu peso que é leve, o nosso coração inquieto pelo seu coração manso e humilde. Ele nos revela que o Pai nos perdoa e nos reconcilia consigo pelo sacrifício de sua cruz. Assim, o peso do pecado nos é retirado das costas. Podemos caminhar com mais leveza e esperança. O amor de Deus nos liberta. O perdão nos tira o peso do pecado das costas.
Que fardos são esses? O peso massacrante da vida. Diante de pessoas acachapadas pelo sofrimento, pelo medo, pelo cansaço do trabalho com pouco retorno, pela falta de horizonte, Jesus se apresenta com um convite: Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos, e eu lhes darei descanso. Ele nos tranquiliza:  o Pai cuida de nós, nos sustenta, nos socorre. Não estamos sós. Não lutamos apenas com as nossas forças. Sendo assim, o peso de nossas obrigações já fica mais leve. O amor a Deus e ao próximo, ensinado por Jesus, liberta o nosso trabalho da marca da obrigação desumanizadora. Nossas responsabilidades, na lógica do amor, passam a ser serviço criativo e amoroso. O amor nos liberta do massacrante peso da obrigação.
Vamos guardar a mensagem
Jesus encontrou o povo de Deus oprimido por muitas situações de exploração, violência e dominação. Por isso, o evangelho está cheio de doentes, leprosos, cegos, possessos, encurvados. Ele chamou a si esse povo humilhado, oferecendo-lhe a vida, a liberdade, a felicidade. Ele nos revelou o amor do Pai e o seu amor por nós. Ele carregou-se de nossas dores e nos abriu o caminho da vitória sobre toda opressão por meio de sua palavra, de suas atitudes, de sua morte na cruz, de sua ressurreição.
Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos (Mt 11, 28).
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
É grande o peso dos nossos fardos: a condição imposta pelos limites de nossa condição biológica; as dificuldades na luta pela sobrevivência e a manutenção de nossas famílias; os desencontros, os drama da vida familiar; o desencanto com a situação política do país... cansados e fatigados, sob o peso dos nossos fardos, nos aproximamos de ti, implorando a graça do teu abrigo, do teu repouso, da tua paz. Dá-nos a sabedoria que nos vem do Santo Espírito para encontrarmos as melhores soluções e a serenidade para atravessarmos com paciência as horas difíceis, na fé de que estás sempre conosco e nos conduzes como bom pastor de nossas vidas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Que tal você atender essa palavra de Jesus “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados” ? Vou lhe deixar uma sugestão. Reserve, hoje, um tempinho para um momento de oração. A sós com Deus, fale de sua vida... Alguma coisa importante, ele tem para lhe dizer.


Pe. João Carlos Ribeiro – 19.07.2018

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