PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: 17o. domingo do tempo comum
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APRENDENDO A REZAR COM JESUS

Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)

28 de julho de 2019 – 17º. Domingo do Tempo Comum

Quando pensamos na oração, nos lembramos logo de Jesus. Ele é o nosso modelo orante. Foi vendo-o em oração, que os discípulos tiveram vontade de rezar como ele. No Pai Nosso, que ele ensinou aos discípulos, temos o modelo de oração. Nele, estão os sentimentos, os argumentos, o conteúdo da oração dos cristãos. No Pai Nosso de Jesus, aprendemos que a oração cristã é oração de filhos comprometidos com a glória do Pai e com o bem de todos.

E o que a oração dos cristãos tem de especial? Aos menos quatro notas distinguem a nossa oração. A primeira é que ela é ESCUTA DE DEUS. Ela não é uma simples iniciativa de nossa parte. É Deus quem nos fala primeiro. No livro do Gênesis, contando a história da oração de Abraão, Deus toma a inciativa e vem conversar com ele. Lemos assim no capítulo 18: O Senhor disse a Abraão: “O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se muito o seu pecado. Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim”.O diálogo com Abraão começou aí. Deus tomou a iniciativa. Confidenciou-lhe essa sua preocupação com Sodoma e Gomorra. A oração cristã é, antes de tudo, escuta. Deus fala. É por essa razão, que sempre se recomenda que, em qualquer celebração nossa, haja um espaço para proclamação da palavra de Deus. Naquele episódio do jovenzinho Samuel, no Templo, o velho sacerdote o orientou: “Quando o Senhor o chamar, diga: Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. Escutar é a primeira nota da oração cristã.

Uma segunda característica é, com certeza, a MEMÓRIA DAS OBRAS DE DEUS. A grande festa anual do povo de Deus, no Antigo Testamento, era a páscoa. Na páscoa, fazia-se memória da grande obra de Deus em sua história: a libertação do Egito. Os cristãos continuam celebrando, na Páscoa, a grande obra de Deus: a nossa salvação na morte e ressurreição de Jesus. Na carta de Paulo aos Colossenses está escrito: “Ora, vós estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados”(Col 2, 13). Nossa oração recorda, faz memória das obras de ontem e de hoje do nosso Deus em nosso favor. A Santa Missa é um memorial da paixão e ressurreição do Senhor. Nela, ele continua oferecendo-se em nosso favor. Fazer memória das obras de Deus é uma segunda nota da oração cristã. 

Uma terceira característica é o LOUVOR, A AÇÃO DE GRAÇAS, a adoração, a glorificação. O Salmo 137 traz essa oração de louvor: “Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me”.O próprio Jesus foi visto numa bela oração de louvor, bendizendo a Deus porque estava revelando o Reino aos pequeninos. A Missa pegou o nome de Eucaristia, porque esta palavra significa ‘ação de graças’. E é isso que a Missa é de maneira especial: louvor, ação de graças. Ali, nos unimos aos anjos e santos para bendizer o Senhor Deus. O LOUVOR, A AÇÃO DE GRAÇAS é uma terceira nota da oração cristã. 

A quarta característica é a INTERCESSÃO PERSEVERANTE em favor do mundo, da Igreja e de nossas necessidades particulares. Na história da oração de Abraão, ele intercedeu pelos justos que poderiam existir na cidade de Sodoma. No diálogo, ele alcançou de Deus a promessa de que, se encontrasse 10 justos naquela cidade, ela não seria destruída Na santa Missa, além do momento de preces após o credo, bem no coração da grande oração eucarística, intercedemos pela Igreja, pelos falecidos e pela comunidade reunida. No evangelho (Lc 11), Jesus contou a história do vizinho que precisava do favor de um amigo. E, pela insistência, conseguiu mais do que pediu, mesmo batendo na porta da casa do amigo, depois de meia noite. A intercessão perseverante é uma quarta nota da oração cristã. 

Guardando a mensagem

A oração, como aprendemos de Jesus, é, em primeiro lugar, ESCUTA DE DEUS. A nossa oração, que é um diálogo, começa por iniciativa dele. A principal oração do dia no tempo de Jesus era o Shemá: “Ouve, Israel”. A oração é também MEMÓRIA DAS OBRAS DE DEUS: memória dos prodígios pelos quais libertou seu povo da escravidão e da condenação do pecado. A oração dos cristãos é também LOUVOR, AÇÃO DE GRAÇAS pelas obras do Senhor, pela presença de Jesus Cristo anunciando o Reino. E finalmente a oração cristã é marcada também pela INTERCESSÃO PERSEVERANTE. Pedir com humildade, confiança e perseverança.

Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Hoje, te pedimos, como os primeiros discípulos: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Contigo aprendemos a entrar nesse dialogo amoroso e filial com Deus. Contigo aprendemos a dar a primeira palavra a Deus, colocando-nos em sua escuta; e a fazer memória dos seus feitos maravilhosos – a criação, a redenção, a santificação. Assim, nossas aclamações, nossos louvores, nossos cantos tornam-se ação de graças por seu amor e por sua misericórdia. Contigo aprendemos a interceder pelas necessidades do mundo, da Igreja e das nossas em particular. E ao Pai, que nos deu a ti como amigo, irmão e salvador, imploramos o dom do Espírito Santo, o grande dom do Pai à sua Igreja. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Neste domingo, ficaria bem você ler, em sua Bíblia, o evangelho de hoje: Lucas 11, 1-13. 

Pe. João Carlos Ribeiro – 28 de julho de 2019.

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