PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: 14º dia da Quaresma
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O 14ª passo de nossa caminhada quaresmal: praticar o que ensinamos.



07 de março de 2023

Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma

14º dia da Caminhada Quaresmal

EVANGELHO


Mt 23,1-12

Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.
5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.
6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

MEDITAÇÃO


Não imitem as suas ações (Mt 23, 3)

No evangelho de hoje, Jesus está fazendo uma denúncia muito forte contra os mestres da Lei e os fariseus. Afinal, quem eram eles? No tempo de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, os fariseus e seus mestres constituíam um grupo muito forte no meio do povo de Deus. Formavam uma espécie de confraria de homens observantes da Lei de Moisés. Eram muito influentes e respeitados pelo povo.

Esse movimento começou no tempo do exílio. Com a destruição do Templo e o exílio de uma parte da população para a Babilônia, os sacerdotes perderam sua função e sua influência na religião. Foi-se formando um movimento leigo que manteve a religião judaica não mais em torno do Templo, mas em torno da Lei. Na volta do exílio, esse movimento continuou a crescer junto às sinagogas. Um historiador da época, Flávio Josefo, calculou que havia uns 6.000 homens nessa confraria por todo o país, no tempo de Jesus. Eles zelavam para que a Lei de Moisés fosse cumprida em todos os seus detalhes. Muitos deles estudavam bastante essa Lei escrita e oral, frequentando escolas de grandes mestres. E passavam a explicá-la ao povo nas sinagogas e no Templo de Jerusalém também. Esses grandes catequistas eram chamados mestres ou doutores da Lei.

Com certeza, os fariseus eram um grupo muito próximo de Jesus. Mas, fizeram grande oposição a ele, talvez por inveja ou mesmo porque Jesus ensinasse de maneira diferente e isso desestabilizava a liderança deles. E Jesus percebeu neles alguns defeitos muito sérios. Quais? Eles exigiam demais do povo, quando na verdade eles não praticavam tudo aquilo. Eles desprezavam quem não conhecesse a Lei ou não estivesse em condições de cumpri-la. Na verdade, em seu legalismo, eles fecharam o coração e não acolheram Jesus e a sua mensagem.

Na passagem de hoje, Jesus está alertando o povo e os discípulos para fazerem o que eles ensinam, mas não imitarem as suas ações. ‘Façam o que eles dizem, mas não façam o que eles fazem’. E aí ele fez uma lista completa de sete falhas do comportamento dos fariseus e de seus mestres; defeitos que os novos líderes do povo de Deus precisavam evitar. Com certeza, a preocupação de Jesus era com os novos líderes de sua comunidade, seus apóstolos e quem viesse a ocupar o seu lugar na animação das comunidades: não imitarem os mestres e os fariseus.

E por que não devem imitá-los? Olha os pecados que Jesus denunciou: ensinam, mas não praticam; amarram fardos pesados nas costas dos outros; fazem tudo para aparecer; exageram nos símbolos religiosos (largas faixas na testa e no braço com trechos da Lei e longas franjas na túnica); estão atrás de privilégios; gostam de ser cumprimentados em público; adoram ser chamados de mestres. Sete defeitos dos fariseus e seus mestres. Essas são tentações permanentes também no meio do povo de Deus de hoje; coisas que as lideranças das comunidades cristãs não podem imitar, de jeito nenhum.

Guardando a mensagem

A palavra de Jesus nos ensina a estar atentos para não nos deixarmos iludir apenas por uma fachada religiosa. Como diz o ditado: “nem tudo que reluz é ouro”. Como os fariseus de ontem, há muita gente falando de Deus, mas seu real interesse não é a glória de Deus e o bem dos seus irmãos. Como os fariseus, há muito interesse em prestígio, em dinheiro, em benefícios pessoais. Há quem ensine, mas não viva. E quem ensine, sem responsabilidade com a doutrina dos apóstolos. E dentro de nossas comunidades, estejamos atentos para que o estilo fariseu não se instale.

Não imitem as suas ações (Mt 23, 3)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu estavas preocupado com a tua Igreja, para ninguém copiar o estilo dos mestres e fariseus do teu tempo. Os fariseus bem que poderiam ter sido os teus principais colaboradores na pregação do Evangelho. Mas, o tempo todo, ficaram se confrontando contigo, levantando suspeitas, dizendo que agias por obra de Satanás, te perseguindo. Liberta, Senhor, tua Igreja de qualquer vestígio de imitação dos defeitos do movimento dos fariseus. Que o teu Santo Espírito continue nos guiando e purificando para realizarmos bem a nossa vocação de comunidade missionária que leva tua Palavra de amor a todos os povos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze pedindo ao Senhor que não nos deixe cair na tentação dos fariseus, repetindo os seus sete defeitos. O 14ª passo de nossa caminhada quaresmal é sermos coerentes em nossa vivência religiosa: praticar o que ensinamos. 

Comunicando 

Ontem, começamos o Terço Mariano em rede, com as rádios Amanhecer (rádio on-line da AMA), FM Pe. Cícero (Juazeiro do Norte) e FM Dom Bosco (Fortaleza). O terço, de segunda a sábado, começa às 18 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

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