Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Mc 2, 19)
21 de janeiro de 2019.
Estamos começando a semana ainda com o gostinho do evangelho de ontem, o das bodas de Caná. Com aquele belo texto do evangelho de São João, entendemos que a missão de Jesus foi a restauração da aliança. Jesus, por sua morte redentora, no seu sangue, selou a nova e eterna aliança de Deus conosco. A lei da aliança está agora escrita em nossos corações, pelo derramamento do Espírito Santo, como água abundante que encheu as talhas de pedra. As talhas de pedra bem lembram as tábuas de pedra, onde Deus tinha escrito a Lei e as entregou a Moisés, quando celebrou a aliança com o antigo povo de Deus, no Monte Sinai. Jesus veio levar à plenitude a aliança de Deus com o seu povo, aliança que estava sendo vivida com grande infidelidade. E o fez pelo derramamento do seu sangue (o vinho excelente no casamento de Caná) e do Santo Espírito (a água abundante que encheu as talhas). Em cada Missa, celebramos a nova e eterna aliança que temos com Deus, por meio de Cristo.
Então, o clima de nossa vida agora é de alegria, de regozijo, de contentamento. É assim que a Santa Missa, que é memória do sacrifício redentor de Cristo, é celebração de ação de graças. Estamos em aliança com Deus. Somos a comunidade-noiva do Cordeiro, na grande festa do casamento. Somos bem-aventurados, como nos avisa o livro do Apocalipse: “Felizes os convidados para a ceia nupcial do Cordeiro”. Estamos mergulhados nesse clima maravilhoso da salvação, que nos chegou por meio de Cristo.
Tudo o que está quebrado em nossa vida pode ser restaurado em Cristo. São Paulo, na Carta aos Efésios fala do propósito de Deus “de restaurar todas as coisas em Cristo” (Ef 1, 10). É o seu casamento que está ameaçado? É a sua vida profissional que está dando sinais de fracasso? É o nosso país que está fora dos trilhos? É o que Maria disse: “eles não têm mais vinho”. Foi pra isso que ele veio: para nos reconciliar com Deus, para restaurar a nossa aliança com ele. Em Deus, podemos viver plenamente o amor, a justiça, a paz. E a restauração, a salvação, nos vem pelo sacrifício de Jesus na cruz (o vinho excelente) e pelo derramamento do seu Espírito em nós (a água abundante). O tempo, então, é de alegria, de esperança.
É aí que chega o texto de hoje, em Marcos 2. Os seguidores de João Batista e os fariseus estavam jejuando. E ficaram intrigados com os discípulos de Jesus que, com ele, estavam em festas, banquetes... Jesus deu a melhor explicação. “Enquanto o noivo está presente, os convidados não podem jejuar”. Jejum, vai ter seu tempo. Mas, agora é tempo de alegria, de celebração, de festa de casamento. O noivo, você já sabe, é o próprio Jesus. E a noiva é a comunidade que ele redimiu pelo seu sangue, é a Igreja, somos nós. Tempo, sim, de roupa nova, não de roupa remendada. Essa novidade da presença salvadora de Jesus na história, que os outros evangelhos chamam de Reino de Deus, não é um remendo de pano novo em roupa velha. Estamos revestidos do homem novo que é Cristo, fomos restaurados, vivemos inseridos na nova e eterna aliança com Deus. Tempo de alegria. Estamos numa festa de casamento.
Guardando a mensagem
Os seguidores de João Batista e os fariseus estavam jejuando. O jejum é uma prática de todas as grandes religiões. O jejum tem um sentido de disciplina pessoal, de comunhão com o sacrifício de Cristo, de solidariedade com quem está em situação de privação. Os discípulos de Jesus estavam, naquele momento, em outra perspectiva. Jesus estava em plena atividade missionária, anunciando a chegada do Reino de Deus, como perdão, como alegria, como restauração da aliança. Nas bodas de Caná, já tinha ficado claro: não era hora de jejum, era hora de festa, de banquete, de alegria. O vinho da melhor qualidade foi providenciado por Jesus numa festa de casamento que caminhava para uma grande decepção, porque o vinho tinha se acabado. Na ausência de Jesus, vai haver lugar para o jejum. Mas, mesmo o jejum tem que ter relação com o tempo novo que começou, com Jesus. Para quem acolheu a novidade de Jesus, o tempo é de festa e de alegria. Deus, em Cristo, está restaurando todas as coisas.
Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Mc 2, 19)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Há sempre um risco de sermos pessoas muito religiosas, mas não sermos cristãos de verdade, não expressarmos em nossa vida religiosa a grande alegria da redenção que nos alcançaste por tua morte e ressurreição. Por isso, precisamos estar ligados no evangelho. Ali, nos está comunicada a grande novidade da história: a tua presença salvadora. Essa novidade, centrada no mistério de tua vida, morte e ressurreição, ilumina todas as nossas práticas religiosas, a começar pela vida de oração, assim como o terço, a procissão, o jejum, a esmola, as promessas, as romarias. Tudo isso, Senhor, nos ajude a viver e a servir como pessoas trajadas com a roupa nova da ressurreição. Foi assim que fomos revestidos no batismo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Na sua Bíblia, leia o texto do evangelho de hoje (Mc 2, 18-22) e conte quantas vezes aparece referências à palavra “jejum”. Na Bíblia, seis é um número imperfeito, incompleto. Sete é o número da obra perfeita, como a obra da criação feita em sete dias. Leia, conte e tire suas conclusões.
Minha nova música - CONFIAR EM DEUS - tem a ver com a Meditação de hoje. Viver com esperança, com confiança. Para você que recebe a Meditação pelas redes sociais, vou lhe enviar o clipe desta canção.
Pe. João Carlos Ribeiro – 21.01.2018
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