26 de agosto de 2018.
Tem gente que não tomou ainda sua decisão. Está na Igreja,
mas não está de corpo inteiro. Participa, mas está sempre com um pé atrás. E
outros que estão longe, completamente longe. Não participam, não se ligam no
que a Igreja está fazendo, vivem em completa indiferença. Grande parte dessa
gente foi batizada, um dia. E vive hoje como quem vai tomar banho no chuveiro
e, com medo da água fria, molha só a cabeça. Não sei qual é o seu caso. Mas, se
ainda está de meio corpo na Igreja, hoje, a palavra é especialmente pra você.
Jesus, na terra dele, enfrentou a mesma situação. No começo,
muita gente andando atrás dele, muitos admiradores, muitos discípulos animados...
aos poucos, ele foi revelando o Reino de Deus, com suas exigências de
conversão, de mudança de vida, de valorização dos mais fracos e sofredores.
Falou dele mesmo, que não estava buscando glória humana, nem almejava os reinos
desse mundo. Sua vitória seria dar a vida pelos seus, derramar seu sangue em
sacrifício pelos pecadores. Ressuscitaria, depois do sofrimento da paixão e da morte.
Falando sobre a Eucaristia, anunciou a necessidade de comunhão com o seu corpo
entregue e o seu sangue derramado, sendo ele o verdadeiro cordeiro da páscoa. Diante
dessas revelações, a animação de muita gente começou a murchar.
O evangelho deste 21º domingo comum fala disso. A murmuração
entre os discípulos tinha aumentado. Muita gente considerando muito radicais os
ensinamentos do Mestre. Uns não tinham fé mesmo. E outros, desistiam da pouca
fé que tinham. Essa informação do evangelista é dolorosa: “E muitos já não
andavam mais com ele”. Resultado: Jesus reuniu os doze, os apóstolos, e
perguntou se eles também não queriam ir embora. Ele não amenizou suas palavras,
nem procurou dar um jeito para agradar os que se afastaram. Colocou os
apóstolos diante de uma decisão. “E aí, vocês não querem ir embora, também
não?”.
No Antigo Testamento tinha havido um momento semelhante.
Depois que o povo entrou na terra prometida, no meio de muita dificuldade e
sofrimento, Josué reuniu todo mundo e pediu uma decisão. “Como é? A quem vocês
vão escolher? A quem querem servir?”. Muita gente andava com o pé atrás,
cultuando outros deuses ou saudosos de seus antigos ídolos pagãos. De sua
parte, Josué apresentou a sua decisão: “Eu e minha casa serviremos o Senhor”. E
o povo logo reconheceu o misericordioso Deus que os tirou do Egito e lhes
entregou a terra prometida. Eles tomaram uma decisão firme: servir ao Deus
verdadeiro.
Aos apóstolos, naquela hora difícil, Jesus também pediu uma
decisão. “Não querem fazer como os outros e irem embora também?”. Aí Pedro
falou em nome do grupo: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida
eterna. Nós cremos firmemente que tu és o santo de Deus”. Olha que palavra
abençoada. Tomaram a decisão de crer em Jesus, de ficar com ele.
Guardando a mensagem
Muita gente é cristão meio empurrado... foi batizado
pequenininho, a mãe garantiu a primeira eucaristia e ficou por ali. Outros
chegaram empurrados até a crisma e aí empancaram. Não foram mais pra frente.
Nunca tomaram uma decisão pessoal, firme, séria de crer e viver com Jesus. Se
for este o seu caso, hoje é um dia de decisão. Vai tomar banho de corpo inteiro
ou vai molhar só a cabeça? Olha que a água está fria... Jesus vem ao seu
encontro, com sua graça e seu convite à conversão, com o seu evangelho ... Vai renovar sua adesão a ele ou vai procurar
outro?
Vocês também não querem ir embora?
(Jo 6, 67)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
O que eu quero, hoje,
responder é o que Pedro te disse: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de
vida eterna. Nós cremos firmemente que tu és o santo de Deus”. Minha resposta é igual a de Josué: “Eu e
minha casa serviremos o Senhor”. É a ti que escolho como caminho, verdade e
vida. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje é dia de celebração, hoje é dia do Senhor. Indo à Missa
e comungando, renove sua adesão ao Mestre com as palavras de Pedro e de Josué.
Não sendo possível sua participação, hoje, na Eucaristia (por alguma razão
muito séria), no seu momento pessoal de oração, renove sua adesão ao Mestre.
Pe. João Carlos
Ribeiro, 26.08.2018
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