O
Reino de Deus é como um grão de mostarda (Mc 4, 31)
17 de junho de 2018.
A gente fica esperando o Reino de Deus como uma intervenção poderosa do
Senhor em nosso mundo. Uma coisa forte, visível que todo mundo reconheça e se
submeta. Como falamos de ‘reino’, ficamos imaginando os impérios deste mundo,
os reinados de senhores poderosos e violentos de quem a história dá notícia.
Mas, Jesus que tanto falou do Reino de Deus, não deixou uma definição do
que é o Reino. Antes, fez comparações que desfazem completamente nossas
expectativas farisaicas. O Reino é como a semente plantada na terra que, sem o
agricultor saber como, vai nascer, crescer e produzir frutos. O Reino é como
uma semente de mostarda que vai se tornar um belo arbusto. O Reino é como uma
festa de casamento, para o qual estamos convidados. É como a plantação, onde o
inimigo semeou o joio. É melhor a gente desistir de querer definir o que é o
Reino de Deus. Parece mais um jeito de Deus agir neste mundo.
Jesus nos conta, hoje, duas pequenas parábolas: a semente que germina
sozinha e o grão de mostarda que se torna um frondoso arbusto. Estas duas
parábolas deste 11º domingo do tempo
comum nos dão novas pistas sobre o Reino de Deus.
Uma primeira lição é esta: O Reino se constrói com pequenos sinais. O Reino está potencialmente presente no que,
hoje, nós estamos semeando, que nos parece tão pouco, tão pequeno. Ele é
como a semente plantada que germina ou como o grão de mostarda tão pequeninho
que vai se tornar uma grande hortaliça. Quando semeamos, nós mostramos
confiança na semente e no futuro dela. Ao realizarmos pequenas ações e nos
movermos com pequenos passos, estando na direção certa, estamos semeando o
reino. É um conselho que damos, é uma desculpa que aceitamos, é uma pequena
decisão que tomamos na direção justa. O Reino se constrói com pequenos sinais.
São sementes que plantamos, grãos de trigo lançados na terra.
Uma segunda lição é a seguinte: O
Reino não é obra nossa. É obra de Deus, servindo-se de nossa muito pequena
participação. Embora o agricultor plante a semente, mas a germinação é um
segredo do criador. É dele o milagre daquela semente tornar-se uma plantinha,
crescer, florescer, frutificar. O agricultor colabora, plantando, limpando,
irrigando, mas a espiga é obra da natureza e de quem a fez. O mesmo acontece
com o grão de mostarda. O arbusto que vai acolher até os passarinhos é fruto de
uma dinâmica que não é controlada pelo agricultor. O Reino não é obra nossa. É
obra de Deus, com sua lógica, sua dinâmica, sua atuação.
Uma terceira lição é esta: o Rino
será uma realidade surpreendente.
Se plantarmos, colheremos. A semente dará fruto, dela se colherão as espigas. O
grão de mostarda vai será uma linda hortaliça e abrigará os pássaros do céu. O
agricultor vai se surpreender com a obra de Deus em seu favor.
O Evangelho é a revelação desse evento maravilhoso: o Reino está ao
nosso alcance, está batendo à nossa porta, está próximo de nós, está entre nós.
Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por
essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos
milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, como saúde, como
paz, como perdão.
Vamos guardar a mensagem
Mesmo com tanta crise, com tanta coisa ruim acontecendo, com tanto
desmantelo no mundo, experimentamos cada dia que o Reino de Deus está entre nós,
está acontecendo, está em gestação. Ele é obra de Deus, com nossa pequena
colaboração. Por meio do seu filho Jesus, está semeando um mundo novo de
comunhão, de paz, de reconciliação. Jesus está conosco até a consumação dos
séculos, como prometeu. Não nos abandona. O seu Santo Espírito atualiza a sua
presença e a sua ação redentora. O Reino está entre nós.
O Reino de Deus é como um grão de
mostarda (Mc 4, 31)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Tu estás entre nós, tu estás conosco na assembleia que se reúne, na
Palavra que é proclamada, no Pão eucarístico que nos alimenta. É isso que
experimentamos cada dia e que celebramos na Missa: a tua presença redentora
entre nós, nos instruindo, nos abençoando, nos conduzindo. O Reino, de que
tanto falaste, é a tua presença salvando esse mundo, reconduzindo o pecador à
comunhão com Deus, nos conduzindo no caminho da justiça e da paz. Tu és o
Emanuel, Deus conosco. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Domingo, dia de participar da Missa, com a sua comunidade. Seu pequeno
gesto – como este de deixar tudo para estar, com o Senhor e com os seus irmãos
e irmãs – está construindo o reino, onde Deus é Senhor de sua vida, da vida de
sua família, de nossa história.
Pe. João Carlos Ribeiro – 17.06.2018
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