"O sim de vocês seja sim. O não de vocês seja não. O mais vem do
maligno" (Mt 5,37). Palavras sábias de Jesus. Programa de vida para os
seus seguidores. Um sim que seja sim, um não que seja não. É o que ele quer de
nós.
A gente observa hoje na educação dos filhos pequenos que os pais não
sabem mais dizer sim ou não. Deixam tudo à escolha das crianças, como se elas
tivessem já critérios para fazer opções duradouras. Os pais é que têm que ter
critérios para escolhas sérias, responsáveis, duradouras. O perigo é que as
crianças cresçam escolhendo sem critérios. Fazendo opções que não são opções
verdadeiras estão na verdade correndo para o mais fácil, o mais prazeroso, o
que está na moda. Isso não é fazer opção. Isso é cair em tentação.
Pais sem critérios para escolhas deixam os filhos em escolhas sem
critérios. Pensemos, por exemplo, na escolha da escola em que a criança vai
estudar. É claro que é interessante ouvir a criança a respeito disso, sobretudo
no caso de uma mudança de escola. Mas, esperar que a escolha da criança seja a
decisão final é abdicar da própria responsabilidade. Pais e mães têm
responsabilidade na educação dos filhos, têm obrigação de providenciar o
melhor, dentro de suas condições. E o melhor pode não ser o que parece melhor à
criança que ainda não tem uma visão global da vida, nem suspeita o que a vida
vai lhe cobrar amanhã ou o que cabe no bolso dos pais. Isso vale também para
outras escolhas: a alimentação, como vai ocupar o final de semana, onde vai
passar as férias, a hora de estudar e de brincar. A criança precisa ser ouvida, mas não pode
tomar decisões importantes, como se já fosse gente grande.
Aliás, muita gente grande sem critérios para escolhas vai sendo
conduzida na vida pelos instintos, pelo faro, pela mera busca de prazer. Não
pensa, não pesa, não escolhe. Vai no impulso, procura o mais fácil, o que lhe
pode trazer mais glamour. Por isso suas escolhas são passageiras,
irresponsáveis, interesseiras. É bem possível que essa seja a raiz de muita
escolha fracassada. Matricula-se e se abandona a faculdade. Começa uma academia
e não termina o primeiro mês. Casa-se e se separa com a facilidade de quem despreza
o brinquedo que perdeu a graça. Vai ver é gente que nunca fez escolhas
verdadeiras, não foi preparada para escolhas responsáveis, para opções
duradouras.
É claro que à medida que a criança cresce vai se tornando mais
autônoma, mas já sabe seguir certas regras. Já tem aprendido que não pode fazer
tudo que der na telha, que há razões para se escolher uma coisa, razões que vão
além do que é gostoso, ou do que é prazeroso ou do que está na moda. Mas, o
adolescente ainda precisa estar sob a autoridade dos pais, a última palavra
ainda é deles em coisas importantes e decisivas. Um jovem respeitoso da
autoridade dos seus pais não se improvisa. Ele começa na educação da criança.
Sim, sim. Não, não. O mais vem do maligno, já disse Jesus.
Senhor Jesus,
Achaste que não se deve jurar de modo nenhum. E por quê? Porque quem
fala a verdade, quem anda na verdade, não precisa dar nenhuma segurança do que
está dizendo. Dá sua palavra e pronto. Jurar seria, então, como dar um peso de
verdade à própria fala. Mas, se já se está falando a verdade, a verdade se
impõe. Como disseste: “A verdade vos libertará”.
Concede, Senhor, que sejamos pessoas da verdade, sem duas conversas,
sem enroladas, sem mentiras. Livra-nos dos mentirosos, dos enganadores, dos
falsos. E ajuda-nos a educar as novas gerações para decisões responsáveis e
duradouras. Que o nosso sim, seja sim. E o nosso náo, seja não. Seja bendito o
teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Pe. João Carlos Ribeiro
Pe. João Carlos Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião.
Desejando comunicar-se em particular com o Pe. João Carlos, use esse email: padrejcarlos@gmail.com ou o whatsapp 81 3224-9284.