O
ladrão só vem para roubar, matar e destruir.
Eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância (Jo 10,10)
Assaltantes, estranhos, ladrões. Três tipinhos desinteressantes.
Jesus referiu-se a eles em oposição ao que deve ser um bom pastor. São três
tentações para quem pastoreia, para quem exerce liderança na Igreja e na
Sociedade. O assaltante pula o muro, não entra pela porta. O estranho não
conhece, nem é conhecido. O ladrão se aproveita, arranca o que pode, tira a
vida.
O tema é o pastor, o bom e o mau pastor. Por isso, esse
domingo é o dia mundial de oração pelas vocações. Rezamos para que não faltem
pastores e para que os pastores sejam bons. Em sua mensagem para esta data, o
Papa Francisco começa avisando: “todos os cristãos são constituídos
missionários do evangelho”. A mensagem trata, então, da dimensão missionária da
vocação cristã. Pelo batismo, nós somos missionários de Cristo, testemunhas
dele para levar sua mensagem aos outros.
Somos todos missionários. Como missionários, temos
responsabilidades no pastoreio do rebanho de Deus. Pais e mães, educadores,
catequistas, coordenadores, animadores, bispos, padres, diáconos, homens
públicos, lideranças comunitárias somos todos pastores na família, no ambiente
de trabalho, nas comunidades, na igreja, na sociedade. Ser pastor é cuidar do
rebanho. Podemos ser maus pastores ou bons pastores como Jesus foi e é. O
apóstolo Pedro (Primeira leitura de hoje) comunicou em sua pregação em
Jerusalém: “Deus constitui Senhor e Cristo a este Jesus que vocês crucificaram”.
Senhor é o dono da casa, o que tem o poder, a referência absoluta. Cristo é o
Messias, o ungido e enviado por Deus. É o líder, o guia. Jesus é o bom pastor.
Ele é o modelo para todos os outros pastores, para todos os missionários. Ele
mesmo explicou como ele era pastor. E como se distanciava dos maus pastores.
O bom pastor entra
pela porta, não pula o muro. Quem pula o muro é o assaltante. Que porta é
essa? A porta do redil, a porta do cercado onde estão as ovelhas de noite.
Jesus entrou em nossa história pela porta. Não caiu de paraquedas. Ele, sendo
Deus, abaixou-se e fez-se um de nós, convivendo conosco, andando pelos nossos caminhos,
conversando as nossas conversas. É o que nós chamamos de encarnação. O apóstolo
João escreveu: “O verbo se fez carne e habitou entre nós”. Pastor pra valer tem
que ser como Jesus. Entra pela porta: a porta do coração (porque ama e se
aproxima das pessoas), a porta da convivência (que gera conhecimento e
confiança), a porta da encarnação. Ele chama as ovelhas pelo nome, pois as
conhece.
O bom pastor não é um
estranho, a sua voz é conhecida pelas ovelhas. Ao estranho, elas não seguem,
não reconhecem sua voz, não confiam nele. A convivência, a aproximação, o
conhecimento recíproco geram confiança. Ele vai à frente e é seguido pelas
ovelhas. É assim que ele as conduz: caminha à sua frente.
O bom pastor comunica
a vida às suas ovelhas, não é como o ladrão que se aproveita delas. O bom
pastor se sacrifica por elas. Ladrão não, só vem para roubar, matar e destruir.
O bom pastor comunica a vida. E como é que o pastor Jesus comunica a vida? Por
sua presença, por sua pregação, e, sobretudo, por sua paixão, morte e
ressurreição. É assim que ele dá a vida por suas ovelhas.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Todos somos missionários do Evangelho, nos recorda o Papa
Francisco. Nas famílias, nos ambiente de trabalho, nas comunidades, na sociedade
somos também pastores, em funções de liderança. Como nos diz a primeira carta
de Pedro, reconheçamos Jesus como pastor e guarda de nossas vidas.
E o imitemos em nosso pastoreio. Não lideremos como assaltantes, nem como
estranhos, nem como ladrões. Entremos pela porta do coração, da convivência, da
encarnação. Não pulemos o muro, entremos pela porta. Alcancemos ser reconhecidos
em nossa liderança não pelos gritos que possamos dar, mas pela confiança que
despertamos. Esforcemo-nos para levar o rebanho para boas pastagens, para a
vida em abundância. Isso exige sacrifício de nossa parte, renúncia, fidelidade.
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O ladrão só quer se aproveitar delas.
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