Eles viram Jesus rezando muitas vezes. Queriam aprender a
rezar como ele. “Senhor, ensina-nos a rezar”, foi o pedido discípulos. De tudo
quanto Jesus ensinou sobre como rezar, as comunidades dos dois evangelistas
Mateus e Lucas guardaram elementos que constituem a oração do Pai Nosso. Lucas
anotou cinco pedidos ao Pai. Mateus, certamente com a vida de sua comunidade
mais desenvolvida, anotou sete pedidos no mesmo Pai Nosso.
Com o Pai Nosso, Jesus não só ensinou uma oração, mas
apresentou aos discípulos um modo de rezar. Resumindo os ensinamentos de Jesus
sobre a oração, a partir desse texto (Lucas 11, 1-13), vemos quatro características
na oração dos discípulos do Senhor.
A primeira característica é que é feita com INTIMIDADE e
CONFIANÇA EM DEUS. Não se trata de uma audiência de um servo com seu patrão.
Trata-se do diálogo amoroso entre pai e filho ou filha. Por isso, Jesus ensina
a invocar a Deus como “pai”, “Pai Nosso”. Esse modo de falar com Deus era
inteiramente novo na história do seu povo. Falar com Deus com intimidade e confiança.
No sermão da montanha, Jesus chamou a atenção dos discípulos para não imitarem
os fariseus, nem os pagãos. Em contraposição ao exibicionismo dos fariseus e
mestres de lei, Jesus os orientou a proceder como um filho que conversa com seu
pai ou sua mãe, de portas fechadas no seu quarto. “Entra no teu quarto e fecha
a porta e ora ao teu Pai que está lá na intimidade”. INTIMIDADE E CONFIANÇA EM
DEUS. É a primeira característica.
A segunda característica da oração cristã, sublinhada nesse
evangelho, é que ela busca, EM PRIMEIRO LUGAR, A GLÓRIA DE DEUS. É quando a
oração vira louvor, adoração. Os primeiros pedidos do Pai Nosso, segundo Mateus,
referem-se a Deus, buscando a sua honra e a sua glória. “Santificado seja o
vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra
como no céu”. São três pedidos, todos dirigidos à glória de Deus: a
santificação do seu nome, a vinda do seu Reino, a realização de sua vontade.
Buscar, em primeiro lugar, a GLÓRIA DE DEUS. É a segunda característica.
A terceira característica da oração cristã é o pedido a Deus
pelo NOSSO BEM TEMPORAL E ESPIRITUAL. É o que nós precisamos para viver com
dignidade e em santidade. No Pai Nosso, são quatro os pedidos em nosso favor. “O
pão nosso de cada dia, nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós
perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixeis cair em tentação, mas
livrai-nos do mal”. O pão de cada dia, o perdão dos pecados, a vitória sobre a
tentação e a libertação do mal. O ‘pão de cada dia’ compreende o emprego, o
trabalho, refeição, a segurança.. São as necessidades de nossa sobrevivência.
Mas, nem só de pão vive o homem. Também precisamos do perdão dos pecados e da
restauração da vida, a partir da conversão e do crescimento do homem novo.
Igualmente, precisamos da vitória sobre a tentação e a libertação do mal.
Buscar O NOSSO BEM TEMPORAL E ESPIRITUAL é a terceira característica.
A quarta característica da oração cristã é a
PERSEVERANÇA e o COMPROMISSO. Jesus contou a história do homem que
importunou o seu vizinho, pedindo-lhe pão para os seus hóspedes. Tanto insistiu
na solicitação naquela hora da noite, que alcançou o que queria. Perseverança.
Mas, também é necessário o Compromisso. Nisto, Maria é Mestra. Nas bodas de
Caná, ela disse a Jesus “Eles não têm mais vinho”. Jesus entendeu o seu pedido e
explicou que não era possível resolver isso, pois ainda não tinha chegado a sua
hora. Maria não se deu por vencida, nem acomodou-se àquela resposta negativa.
Pelo contrário, mobilizou os garçons para realizarem uma ordem de Jesus. É disso
que eu estou falando: da oração comprometida, isto é, de eu me mexer, com
confiança em Deus. PERSEVERANÇA E COMPROMISSO.
Quatro características da oração cristã: intimidade e
confiança; busca da glória de Deus; busca do nosso bem temporal e espiritual; Perseverança
e Compromisso.
“Senhor,
ensina-nos a rezar”(Lucas 11, 1)
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