Aproximou-se,
tocou o caixão e os que o carregavam pararam. (Lucas 7, 14)
Como em outras passagens do evangelho, a cena descreve sete
ações de Jesus: viu a mãe, sentiu compaixão dela, disse-lhe para não chorar,
aproximou-se, tocou o caixão, ordenou que o jovem se levantasse e o entregou à
mãe. No centro da cena, está a palavra APROXIMOU-SE. Como na história do bom
samaritano, foi ele quem viu e se aproximou do homem caído na estrada. Na carta
aos Filipenses, Paulo falou dessa “aproximação” de Jesus: ele não se apegou à
sua condição divina, mas fez-se humano e servo, abaixando-se ainda mais até à
obediência na cruz. Diante de nossa miséria, Jesus veio ao nosso encontro,
aproximou-se, encarnou-se. E o faz por amor, por compaixão, por misericórdia.
O enterro do jovem e a dor de sua mãe viúva representam a
nossa humanidade pecadora, caminhando para a destruição, para a morte – que é o
salário do pecado. Jesus veio ao nosso encontro. Aproximou-se!
Como ele nos salvou? Como restaurou aquela vida descendo
para o cemitério, aquela família destruída pela morte do filho único? Ele nos
salvou com sua ação e sua palavra libertadoras. Sua ação: ele toca o caixão.
Sua palavra: Jovem, eu te ordeno, levanta-te. É uma representação do que ele
fez por nós. Ele tocou o nosso caixão. Não se podia tocar um caixão ou um
morto. Ficava-se contaminado pela impureza. E foi isso que ele fez: ele assumiu
nossas dores, tomou sobre si o nosso fardo, carregou-se com a nossa cruz. Ele
morreu no nosso lugar, livrando-nos da morte eterna. E nos ordenou que nos
levantássemos da morte. É o seu evangelho, uma palavra que comunica vida, a
palavra que nos liberta. A pregação do Reino é a proclamação de nossa vitória
sobre o pecado, o mal e a morte. Foi assim que ele nos libertou, por sua
palavra e por sua morte redentora.
O evangelho que estamos ouvindo ou lendo é uma síntese da
intervenção de Jesus em nossa história, contada no episódio da ressurreição do
filho da viúva de Naim. Sua presença, sua palavra e seu sacrifício redentor são
a força que barra o enterro de tantos jovens ceifados prematuramente pela
droga, pela violência, pelos acidentes de trânsito, pela doença. Os cristãos
são portadores dessa graça no mundo, graça que vence o mal, barra a procissão
da morte. Nós experimentamos, em nossa vida, essa força divina restauradora e a
testemunhamos com palavras e ações libertadoras. É aí que se explica o nosso
compromisso com as forças que promovem a vida, a saúde, a liberdade, a
paz. É em Cristo Jesus que tiramos força
para lutar e vencer a corrupção, o descaso, a violência, a droga, a miséria.
Aproximou-se,
tocou o caixão e os que o carregavam pararam. (Lucas 7, 14)
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb - 05.06.2016.
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