
A primeira coisa a lembrar é que
não se trata apenas de votar para presidente. Presidente é apenas uma das
escolhas, mesmo que seja tão significativa. Nas eleições de 5 de outubro, estão
em jogo também a escolha de um senador por Estado, deputados federais, governadores
e deputados estaduais. Não se pode chegar nessa data sem ter escolhido os seus
candidatos e os ter escolhido com critério, com conhecimento, com convicção.
Em várias dioceses, estão
circulando recomendações sobre as eleições desse ano. Na Arquidiocese de São
Paulo, por exemplo, estão sendo distribuídos mais de um milhão de exemplares de
um documento com orientações. Uma delas lembra que é preciso conhecer as
propostas do candidato e do seu partido. Voto consciente é dado com
conhecimento. O voto tem consequências e revela a vontade do povo e suas
aspirações.
É claro que a Igreja Católica tem
uma compreensão muito adequada de que cada cidadão deve seguir sua consciência,
sendo livre para fazer suas escolhas. A igreja não admite, de nenhuma forma,
que suas comunidades se transformem em currais eleitorais. Seus templos não
podem ser usados como comitês eleitorais. Mas, isso não quer dizer que a igreja
não tenha responsabilidade na educação dos seus membros para a presença crítica
e responsável no mundo da política. Aliás, é seu dever formar a consciência
moral dos seus fiéis e mesmo de estimular e acompanhar os seus filhos que se sintam
vocacionados à militância política nos partidos.
Entre as recomendações frequentes
nas cartilhas de orientação para as eleições desse ano está a atenção à
corrupção eleitoral e à lei da ficha limpa. A lei da corrupção eleitoral, de
1999, coíbe o abuso de poder econômico nas campanhas eleitorais e a compra de
votos. Sabendo de qualquer coisa, denunciar à justiça eleitoral. A lei da ficha
limpa foi uma conquista das comunidades da igreja, junto a outras instituições
sérias do país. Ela impede que alguém condenado por crimes eleitorais se
candidate ou assuma cargo público. Votar, então, em gente séria, em candidatos
comprometidos com o bem comum, não com interesses particulares ou de grupos
restritos. Não votar em corruptos, em gente envolvida em escândalos ou candidato
que não defenda a vida, a família e o casamento, a superação da violência, a
saúde, a educação, o meio ambiente. Como todo mundo tem mais ou menos o mesmo
discurso nessa área, é preciso prestar bem atenção para ver como foi a história
desse candidato até o presente e dialogar com outras pessoas para chegar a uma
conclusão mais esclarecida.
Finalmente, as orientações de
vários setores da Igreja é que o cidadão acorde, não deixe que os rumos da
história sejam decididos sem sua participação. E que, passado o período
eleitoral, cada um continue se interessando pela vida do país, pelos problemas
de sua comunidade. É muito importante participar de organizações comunitárias, acompanhar
criticamente os eleitos em suas ações, apoiar o que fizerem de bom e desaprovar
o que não se considerar correto. E ainda se tem hoje a possibilidade de se participar
das leis de inciativa popular, como essa que está chegando da reforma política.
É assim que seremos cada vez mais um país de cidadãos e cidadãs conscientes, um
país de gente comprometida com o bem comum, um povo digno do evangelho da
fraternidade.
Pe. João Carlos Ribeiro – 02.09.2014
É verdade. As pessoas estão descrentes com nossos politicos. Porém torna-se necessário estudar cada proposta e acreditar que o BRASIL é nosso.
ResponderExcluirIracema.