E o Brasil todo conhece a devoção
ao Divino Pai Eterno, graças ao trabalho dos missionários redentoristas e
também ao brilho da figura carismática do Pe. Robson de Oliveira e sua presença
forte na Rede Vida de Televisão. Como estou em Goiania, participando de um
Congresso Nacional de Educação Católica, reservei uma manhã para visitar o
Santuário do Divino Pai Eterno, na vizinha cidade de Trindade. Antes mesmo de chegar
lá, já fiquei impressionado com os peregrinos que vão a pé os 18 km que separam
a capital de Trindade. A Rodovia estadual que liga as duas cidades possui uma
pista exclusiva para pedestres, como também uma exclusiva para ciclistas, além
de vias duplicadas para os veículos de passeio e ônibus. Em todo o percurso vi
serviços de alimentação, banheiros e abrigos ao lado das estações da via-sacra.
E mesmo com o sol alto, encontrei centenas de pessoas se dirigindo para lá. Vejam
que mimo a Providência me fez: possibilitou-me ir ao Santuário Basílica do
Divino Pai Eterno bem no período da romaria!
Trindade há muitos anos atrás se
chamava Barro Preto e era um arraial muito tranquilo, perdido no centro de
Goiás. Seu Constantino e dona Ana Rosa
eram casados e trabalhavam na roça, como todo mundo no arraial. Um dia,
preparando a terra para a plantação, encontraram uma medalha de terracota de
meio palmo de tamanho. A medalha tinha a
representação das Três Pessoas da Santíssima Trindade coroando Nossa Senhora.
Levaram a medalha para casa e o povo começou se reunir para rezar o terço. Era
o ano de 1843. A devoção à Trindade coroando a Virgem, como aparecia na
medalha, foi crescendo, crescendo e começou a atrair gente de longe que vinha a
pé, de carro de boi, de cavalo, os meios de transporte de então. Surgiu então
uma capelinha. E um padre começou a ir lá rezar a Missa uma vez por ano, no
primeiro domingo de julho. Foi assim que
a festa começou a ser celebrada sempre no primeiro domingo do mês de julho. Hoje,
cerca de dois milhões e meio de peregrinos passam por Trindade durante os 10
dias da festa.
Uma segunda coisa que me encantou
nessa visita à Trindade foi a boa acolhida que eu vi as pessoas recebendo por
parte de voluntários. Eles acolhem as pessoas, dão informações, limpam o
Santuário, organizam as celebrações, acompanham o estacionamento, a sala dos
milagres, os pontos de inscrição de novos colaboradores. Ouvi dizer que dois
mil voluntários estão trabalhando durante o período da festa, como bons irmãos
que recebem os visitantes e peregrinos com cordialidade e espírito de serviço.
A terceira coisa que me chamou a
atenção em Trindade foi a liderança pastoral dos missionários redentoristas.
Eles atuam também em outros Santuários, como Bom Jesus da Lapa e Aparecida. Em
Barro Preto, que depois veio a se chamar Trindade, eles chegaram em 1894. O
Bispo estava muito preocupado com a assistência do povo romeiro e foi na Europa
e conseguiu a vinda dos redentoristas. Foi uma bênção. Os devotos do Divino Pai
Eterno contam com o pastoreio e a liderança de religiosos de muita visão e de
grande espírito missionário.
Neste ano, em sintonia com o ano
da fé, a romaria leva o tema “Pai eterno, eu creio em vós”. É a proclamação da
fé cristã que cada romeiro é chamado a renovar em sua visita à Casa do Pai. Por
falar em Casa do Pai, está em construção um novo e definitivo Santuário em
outro ponto fora da cidade. O atual já não comporta o movimento. O novo templo
vai sendo construído com a ajuda de gente de todo o Brasil, com o dinheirinho
dos devotos. Mas, com certeza, como nos ensinou o apóstolo Pedro, cada
peregrino, cada romeiro, cada devoto é que é de verdade o verdadeiro tijolo na
construção da Casa do Pai, que é a Igreja de Jesus.
Pe. João Carlos Ribeiro - 03 de julho de 2013
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