A Igreja tem a missão de levar a
boa nova de Jesus a todas as criaturas. É a evangelização. E evangelização é
mais do que anúncio da fé em Cristo, é também testemunho de comunhão, diálogo
com outros grupos religiosos e serviço de caridade aos mais necessitados. É o
que diz a CNBB: Evangelização é tudo isso. Como a missão é muito complexa, a
Igreja atua em várias frentes com suas comunidades e instituições. Atua, por
exemplo, na saúde, na ação social, na comunicação, na liturgia, na catequese...
só para enumerar algumas dessas frentes. Entre essas, eu queria lembrar uma área de atuação muito
importante: a educação. Através da educação católica, em escolas, centros de
formação profissional, faculdades, universidades a Igreja pretende contribuir
com a formação de cidadãos e cidadãs inspirados e alicerçados no Evangelho de
Cristo.
A escola católica tem sido historicamente uma
presença marcante da Igreja na sociedade brasileira. Mas, o mundo está mudando
muito rapidamente. A cultura tornou-se fortemente urbana, as condições de
trabalho alteraram-se muito nesses anos, como também a família, o casamento, a
educação dos filhos. Até mesmo o cenário religioso está mudado. Por isso, para
manter a qualidade e a significância, as escolas católicas têm que se preparar
para grandes mudanças também. Assim, vale a pergunta: “Uma outra escola
católica é possível?”. Para tentar uma resposta a essa pergunta, 1.300
educadores reuniram-se, neste início de julho, na cidade de Goiânia, no Estado de
Goiás, no II Congresso Nacional de Educação Católica.
A conclusão a que chegaram os
educadores é que se tem mesmo que mudar a escola, como que quase reinventá-la. O
cenário atual do mundo globalizado pede uma nova escola, cobrando-nos mais
qualidade, participação dos alunos, professores e famílias, novos métodos de
aprendizagem... O próprio Documento de Aparecida nos pede uma escola transformadora
e missionária. Crianças e jovens de hoje já aprendem de outra forma e precisam
de uma escola que vá além da matéria de sala de aula. Em meio a essa sociedade
da informação, acessível imediatamente pelos celulares, ipads, computadores, a
nova geração precisa de orientação e sentido para a vida. E é isso que a escola
católica pode fazer de melhor: ajudar os jovens a crescerem com sentido,
responsabilidade, solidariedade, compromisso com o futuro e abertura para a
ação de Deus.
Para ser uma boa escola católica,
a escola precisa, antes de tudo, ser uma boa escola. E boa escola é a que
ensina bem, estimula o protagonismo dos estudantes, ajuda a abrir a cabeça e o
coração para os excluídos e prepara seus estudantes para a vida. Para ser uma
boa escola católica, a escola precisa ser, antes de tudo, uma boa escola. Mas,
a identidade católica leva a ação educativa mais longe: procura formar cidadãos
e profissionais com espírito cristão, animados pela ética, pela justiça e pelos
valores do Evangelho.
Mudar a escola não é tarefa fácil
e nem pode ser feita de uma hora para outra. Mas o nosso II Congresso de
Educação Católica deixou pistas muito interessantes: manter o foco nas pessoas,
não no mercado; investir na formação e na valorização dos professores; escrever
um projeto educativo evangelizador com ampla participação; valer-se dos novos
meios de informação e comunicação para ensinar e aprender melhor; trabalhar em
rede de cooperação com outras escolas; e, sobretudo, não esquecer para quê a
escola católica existe: para a evangelização. E evangelização é anúncio,
diálogo, testemunho e serviço.
Pe. João Carlos Ribeiro – 04 de
julho de 2013
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