Cem anos depois do triste episódio do Titanic, um novo navio zarpou do mesmo porto de Southampton, no sul da Inglaterra, para refazer durante 12 dias a viagem do Titanic, que naufragou em 1912. Entre os passageiros do cruzeiro, viajam turistas de 28 países e parentes de vítimas e sobreviventes do naufrágio, assim como especialistas em sua história.
Em 1912, há um século, deu-se a viagem inaugural do maior navio de que se tem notícia. Um transatlântico fabulosamente grande e luxuoso. Na sua viagem inaugural, mais de 2.100 pessoas a bordo. O luxuoso Titanic afundou na sua viagem inaugural, ao chocar-se com um iceberg, uma montanha de gelo no meio do mar. Em 2 horas e 40 minutos afundou. Salvaram-se apenas 600 pessoas, quase todas mulheres e crianças da primeira classe. Mais de 1.500 passageiros e tripulantes morreram: afogados, presos dentro do navio inundado, no choque com a água e sobretudo congelados.
Bom, isso é o filme. Não, não, isso são dados da história. Coisa acontecida em 1912. Coisa real e muito atual. A tragédia de sempre da soberba humana. Por que afundou o Titanic? Seus construtores queriam o navio mais forte, portentoso e rápido da história. A obra chamou a atenção do mundo inteiro. Insuperável. Insubmergível. Alta tecnologia. Surpreendente no tamanho, no luxo, na segurança. No filme, seu proprietário e seu construtor comentam: "Foi feito para não afundar. É insubmergível. Nem Deus pode afundá-lo". E para causar maior efeito na imprensa internacional, as ordens foram de lançá-lo à máxima velocidade mar adentro. Quando chegassem em Nova York, dias antes do previsto, a obra prima e seus donos iriam deleitar-se com o delírio da opinião internacional.
"Nem Deus pode afundá-lo". Não é só do convés do Titanic que ecoa esta blasfêmia. Quase dá para gente lembrar a torre de Babel. A torre de tão bela, alta e majestosa desafiava os céus. Seus construtores resolveram: "Nem Deus pode mais conosco". O filme "Inferno na torre" de décadas passadas também mostrou os proprietários e seus convidados na inauguração de um fabuloso arranha-céu. Parecia que estavam no auge da glória, do reconhecimento público, da fama. Inflada a soberba, não sobrou muito quando o incêndio começou num apartamento e ganhou o prédio todo.
No caso do Titanic, a vanglória também foi tanta que nem os proprietários, nem os construtores, nem o capitão deram ouvido aos comunicados da existência de icebergs no trajeto, não ligaram para os avisos dos práticos do mar. "Nem Deus afunda o Titanic". E ninguém pense que foi Deus que o afundou. Absolutamente. É sempre a soberba humana que cava a sua própria sepultura. Foi a imprudência, a temeridade de querer surpreender a imprensa internacional com a velocidade desenvolvida, o orgulho de serem artífices de uma obra gigantesca, majestosa, invencível.
Na Bíblia, a experiência do povo de Deus registrou uma coisa impressionante sobre os Impérios que se arvoraram em absolutos e invencíveis. O profeta Daniel decifrou a visão do rei da Babilônia: o império de ferro e bronze tem os pés de barro.
A quantas chega a soberba humana! Como a vaidade é insana e desastrosa! Assim foi no Titanic de 1912. Assim é nos Titanics menores que nós construímos por aqui. Humildade, modéstia, prudência... é assim que se evitam as tragédias do mar... e da terra.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Como as coisas de Deus nos ajuda a ver aquilo que está à nossa frente e não conseguimos enxergar? Comigo foi assim com este comentário! Louvado seja Deus! Só peço ao Bom Deus pra que eu e todos nós, seus filhos, nunca fique só na euforia do momento, mas lutemos com todas as forças que habita dentro de nós, a fazer da "Humildade, Modéstia, Prudência..." um gesto concreto em nossas vidas!
ResponderExcluirPois é... alguns insistem em dizer que foi um "castigo" pela frase dita... Como bem mostra a reflexão acima, Deus jamais "usaria" suas criaturas dessa forma... A trajédia comentada, assim como as "trajédias" ocorridas em nossas vidas, mostra que TODAS as vezes que nos colocamos no "lugar de Deus", ou seja, todas as vezes que o colocamos fora das nossas vidas, que o afastamos de nós, que colocamos nossa esperança e confiança em nós mesmos ou nos próprios homens, nos enrolamos... É assim que acontece. A humildade, a modéstia, o temor a Deus (e não o medo) geram a prudência tão necessária em nossa vida.
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