PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: nasceu para vocês
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PRECISAMOS SALVAR O NATAL


Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou (Lc 2, 15) 



25 de dezembro de 2018. 

O natal é uma festa maravilhosa, mas corre o risco de se esvaziar do seu conteúdo cristão e tornar-se apenas uma festa poética que fala de paz, amor e união; mais uma data no calendário para movimentar a indústria, o comércio e animar as comemorações de fim de ano. 

Podemos ainda salvar o natal se agirmos como os pastores de Belém, se fizermos como eles naquela noite do primeiro natal. A primeira coisa a notar neles é que, naquela noite de natal, estavam despertos, vigilantes. Cuidavam de seus rebanhos, mantendo-se acordados ao redor da fogueira. Durante todo o tempo do advento, em que nos preparamos para o natal, ouvimos falar de vigilância. Não dormir no ponto, não baixar a guarda. Em vigilância, não damos brecha ao inimigo que se esgueira na noite para assaltar, matar e dispersar as ovelhas. Assim, nos mantemos vigilantes para a chegada do Senhor a qualquer momento. Vigilantes. 

A segunda coisa que podemos notar e aprender dos pastores na noite de natal é que eles souberam ouvir o aviso da salvação que o anjo lhes trouxera. O que anjo fez é o que hoje a Igreja faz com a evangelização: avisa que a salvação se aproximou de nós, que chegou o tempo do Salvador. O anjo lhes falou de uma grande alegria para eles e para todo o povo: “nasceu, hoje, para vocês, o Salvador, que é o Cristo Senhor”. Esse aviso só pode ser bem recebido porque quem, na noite escura desta vida, está acordado, vigilante. A palavra é forte: nasceu ‘hoje’. O natal não é a festa do aniversário de Jesus. É a celebração da salvação que chegou por meio de Cristo, que se encarnou, que se fez um de nós. É hoje este dia maravilhoso do Salvador que nasceu para nossa salvação. Hoje, como aquele ‘hoje’ que Jesus pronunciou quando entrou na casa de Zaqueu: “Hoje, entrou a salvação nesta casa”. Precisamos imitar os pastores que ouviram o aviso da salvação. 

A terceira coisa a imitar nos pastores, para salvarmos a festa do natal, é o reconhecimento de Jesus Salvador na Gruta de Belém. Eles foram depressa ver o que o anjo lhes dissera: um menino no coxo dos animais, envolto em panos. O nascimento de uma criança pobrezinha, filho de um casal de peregrinos que não encontraram um lugar entre seus parentes e conhecidos de Belém. Neste menino tão pobre e desprotegido, eles reconheceram o Salvador da humanidade. Não fizeram como os magos, que seguindo a estrela, terminaram por procurar a criança na capital, Jerusalém; na casa do rei, no palácio de Herodes. Precisamos imitar os pastores: reconhecendo o Salvador na sua encarnação, na criança pobrezinha de Belém. 

Há uma quarta coisa a considerar, no caso de queremos salvar o natal. Os pastores chegaram à gruta, contando o que escutaram do anjo. E saíram da gruta, anunciando a todos a chegada do Salvador. E “todos os que ouviram os pastores, ficaram maravilhados com todos esses acontecimentos”. Não podemos chegar à noite de natal calados. Temos muito a contar sobre quanto ouvimos na evangelização, onde nos foi anunciado o Salvador. E não podemos sair mudos da noite de natal. Temos que sair contanto, narrando, anunciando a salvação que chegou para nós e para todos. Com este natal de comércio e de papai noel, andamos muito calados, permitindo que o natal se esvazie de conteúdo, que a manjedoura seja esquecida e que o menino Jesus seja apenas um enfeite em sua própria festa. Cada cristão há de ser um missionário, uma testemunha, um pastor maravilhado espalhando a boa notícia da salvação que nos chegou por Jesus Cristo. 

Guardando a mensagem 

O natal pode estar se esvaziando e sendo digerido pela sociedade de consumo como mais uma data de calendário, útil para movimentar a economia e para adormecer as consciências com um pouco de festa e de emoções em família. Os pastores nos dão um bom exemplo. Eles viveram aquela noite de natal como um marco, o início de um novo tempo, o tempo da salvação que chegara com o Messias. Em pelo menos quatro coisas precisamos imitar os pastores: estar despertos e vigilantes; ouvir o aviso da salvação hoje; reconhecer o Salvador em sua humanidade e em sua solidariedade com os pobres e marginalizados; e anunciar a todos as maravilhas da salvação, da qual agora somos testemunhas. Vigiar, Ouvir, Reconhecer, Anunciar. 

Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou (Lc 2, 15) 

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 
neste dia de natal, celebrando o mistério de tua vinda em nossa humanidade, queremos ter as mesmas atitudes dos pastores de Belém. Vencendo todas as tentações de entorpecimento pelas preocupações, pela força da propaganda, pela bebida, queremos estar alertas, vigilantes, despertos para não sermos enganados e para não perdermos os teus sinais. Apesar das vozes que nos seduzem – a grande mídia, as fake news, a opinião pública manipulada – queremos dar ouvidos ao teu aviso da salvação, que nos chega pela evangelização. Como os pastores, queremos reconhecer-te nosso Deus e Senhor na criança da manjedoura e acolher o evangelho do Reino que contempla, antes de todos, os humildes, os pobres, os sofredores. E como os pastores de Belém, Senhor, queremos falar a todos de ti, do teu amor, da lógica da gruta, da luz que és para a escuridão do mundo, da palavra que tudo criou e tudo sustenta, da salvação que nos alcançaste te entregando por nós. Somos os teus pastores, Senhor. Feliz Natal, Jesus! Amém. 

Vivendo a palavra 

Hoje, com calma, contemple um presépio e relembre como agiram os pastores naquela noite. Aproveite e diga uma palavrinha a Jesus, na sua manjedoura. 

FOTO: Crianças no Sítio Riacho do Meio (São Benedito do Sul, PE) encenam o nascimento de Jesus, em 16/12/2018 - 23ª Natal das Crianças promovido pela Família Ribeiro.

Pe. João Carlos Ribeiro – 25.12.2018

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