PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: mestres
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SEM CONDIÇÕES PARA GUIAR NINGUÉM

Ai de vocês, guias cegos! (Mt 23, 16)
27 de agosto de 2018.
Os antigos profetas, como Isaías e Jeremias, tinham denunciado a má conduta das lideranças do seu povo. Era comum, nessas ocasiões, usarem a expressão: “Ai de vocês...”. Jesus assume o modo de falar dos profetas diante das lideranças do seu tempo, particularmente em confronto com o grupo de maior influência sobre o dia-a-dia do seu povo, o grupo dos fariseus.
Eu já expliquei a vocês o papel que tinham os fariseus, como grande confraria de homens praticantes da Lei de Moisés. Eles marcavam o ritmo da vida do seu povo, com sua forte influência nas sinagogas, nas praças, nas peregrinações, nas rodas de discussão no Templo de Jerusalém. A elite dos fariseus era formada pelos doutores da Lei, os mais estudados, chamados mestres e tidos como guias do povo. Eles interpretavam a Lei escrita e oral, sufocando o povo com centenas de mandamentos e normas e discriminando os mais pobres, doentes e sofredores.
O evangelho de hoje traz três AIS de Jesus contra os fariseus e os seus mestres. “Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus hipócritas”. E as reclamações são três: Fecham o acesso do Reino de Deus ao povo, não entram nem deixam entrar; Quando conseguem converter alguém, fazem dele um ser pior do que eles mesmos; E no fundo, ensinam que os bens materiais têm mais valor do que as coisas de Deus.
Jesus  os chama de GUIAS CEGOS. A cegueira era uma doença muito comum em Israel e em todo o Oriente. Dizem que uma das causas dessa cegueira era o clima. Jesus mesmo curou vários cegos: o de Betesda, o de Jericó e o de Jerusalém. A cegueira é tomada no evangelho como uma representação espiritual da falta da luz de Deus ou da obstinação em não se ver. Assim, comparativamente, quem não tem a luz de Deus, quem não tem a fé, está se conduzindo nesse mundo como cego. Houve até aquele episódio da cura do cego, em que ele tirou a conclusão: “Cego mesmo é quem vê, mas não enxerga”. Pois bem, nessa denúncia, Jesus está chamando os fariseus de cegos. Não querem enxergar o Reino de Deus que chegou com ele, não querem reconhecer a obra de Deus que está se realizando com a presença do Messias.  E o problema não é só estarem cegos. O pior é que, como cegos, estão conduzindo o povo. São líderes cegos. São guias cegos.
Guardando a mensagem
Jesus assume a atitude dos antigos profetas, denunciando abertamente a conduta de um influente grupo religioso, os fariseus. Ele tinha dito ao povo que fizesse o que eles ensinavam, mas não imitasse as suas ações.  E, corajosamente, colocou-se frente a frente com eles, reprovando sua conduta, com a linguagem dos “ais” dos antigos profetas. Ele os chamou de guias cegos. Além de cegos (sem a luz de Deus, fechados à manifestação do Reino de Deus), são guias cegos (arvorando-se em líderes, pastores do rebanho de Deus).  A aplicação desse texto, nos dias de hoje, não é difícil. Há muito cego fazendo-se de guia, por interesses de todo tipo. Fique alerta!
Ai de vocês, guias cegos! (Mt 23, 16)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Identificaste, nos ensinamentos dos fariseus e seus mestres, mais interesse pelas coisas materiais do que respeito pelas coisas sagradas. Senhor, diante do teu evangelho de hoje, te pedimos duas coisas: não nos deixes ser como eles e não nos deixes ser guiados por gente como eles. Teus ensinamentos nos abrem os olhos para corrigirmos qualquer tendência farisaica existente entre nós e para nos acautelarmos contra guias cegos que sempre querem comandar o povo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), continue a oração, pedindo a Jesus a luz do Espírito Santo para que você possa conduzir sua casa ou aqueles que dependem de você com sabedoria, não como guia cego.
Pe. João Carlos Ribeiro – 27.08.2018

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