PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: lavar copos
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CORRIGINDO NOSSAS PRÁTICAS RELIGIOSAS

Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mc 7, 6) 

02 de setembro de 2018. 



O que Jesus está fazendo na Galileia chamou a atenção das autoridades religiosas da capital Jerusalém. Assim, de lá veio gente para fiscalizar o que está acontecendo e, claro, para por sob controle esse novo fenômeno. Uma comissão de fariseus e mestres da Lei chegou de Jerusalém e foi logo encontrando defeito naquela movimentação em torno de Jesus. Identificaram logo um perigo naquele movimento: ‘Jesus não segue à risca os costumes e os rituais da tradição’. Que tradição é essa? Vamos ver se descobrimos. 

Vamos dar um jeito de entrar na roda da conversa que está se formando, em torno de Jesus. É bom a gente chegar mais perto para ouvir bem o que estão dizendo. Chega mais! Olha a cara de sonsos dessa turma de Jerusalém! Estão se queixando que os discípulos de Jesus comem sem lavar as mãos. Parece uma bobagem. Não ria! Isso pra eles é uma coisa muito séria. O que é que eles estão dizendo? Dá para escutar alguma coisa? Ah, estão dizendo que os discípulos comem com as mãos impuras... Vamos escutar. “Isso é um desrespeito à nossa religião. Comer o pão sem lavar as mãos, onde já se viu uma coisa dessa? A religião manda lavar as mãos antes de tomar o alimento, isso é que é o certo. Para estarmos bem com Deus, não podemos nos contaminar com coisas impuras. E nós, fariseus levamos isso muito a sério e cobramos isso de nossa gente. Ao voltar da praça, deve-se tomar banho. E, em casa, tomar cuidado com o alimento que se come, lavar direito as vasilhas e os copos. Nós somos um povo santo. Precisamos estar atentos para não nos contaminarmos com a impureza em relação a alimentos, doenças de pele, sangue, cadáveres, estrangeiros... A pessoa impura está afastada de Deus que é santo e não pode frequentar o culto até se purificar”. 

Puxa! Você ouviu isso? Pra eles, Jesus estava acabando com a religião deles, desconsiderando as normas religiosas da pureza. Parece que Jesus vai falar. Presta atenção. “O que o profeta Isaías escreveu, nas Escrituras Sagradas, foi mesmo pra vocês, hipócritas: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”. Uma coisa é o ensinamento de Deus, outra coisa são os costumes que vocês criaram. Vocês estão confundindo o mandamento de Deus com as tradições humanas. Vocês estão esvaziando a Palavra de Deus, com essa preocupação exagerada com coisas externas”. Nossa! Sabe de uma coisa? Eu estou achando que essa oposição dos fariseus a Jesus está só começando. Infelizmente. 

Guardando a mensagem 

Jesus não somente agradou a muita gente, particularmente às pessoas que nele encontraram sentido para sua vida, esperança, restauração da saúde.. . mas também, deixou muita gente perplexa e irritada, sobretudo os grupos que controlavam a vida religiosa do seu povo. Um dos pontos de atrito foi a preocupação dos fariseus e mestres da Lei com a pureza legal. Eles faziam uma separação rígida entre o puro e o impuro. Contraindo uma impureza, a pessoa se afastava da presença de Deus que é santo e ficava impedida de participar do culto, até se purificar. A impureza estava em muitos alimentos que não podiam ser consumidos, na lepra ou doenças da pele, no contato com o sangue ou com cadáveres, na atividade sexual e no contato com estrangeiros. Para se purificar, havia vários ritos previstos, conforme a impureza contraída: abluções (lavar as coisas ou parte do corpo), tomar banho, oferecer sacrifícios depois de sete dias, etc. Toda essa preocupação levava as pessoas a viverem uma religião de práticas externas, de ritos, deixando de lado coisas mais importantes da fé como o amor a Deus e ao próximo. Esse perigo de se ficar no ritualismo estéril é de toda religião. No cristianismo católico também podemos incorrer nesse engano. As práticas externas nos ajudam a viver na fé e na comunhão com o Senhor nosso Deus. Mas, cuidemos para que elas não esvaziem a Palavra de Deus e acabem nos fazendo servidores apenas de tradições humanas. 

Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mc 7, 6)

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 

Encanta-nos Senhor, a liberdade com que anunciavas o Reino de Deus, sem aquela preocupação exagerada com os rituais de purificação que os fariseus tanto prezavam. Não estavas tão preocupado com o exterior, com o que se vê, com a aparência. O interno, o que está no coração, é isso que realmente tem valor. Senhor, nós vivemos, hoje, sob a ditadura da aparência. Em nosso mundo, importa mais a embalagem, o externo. Assim, é na roupa que se veste, no corpo que se quer ter, na idade que se disfarça, na foto sorridente das redes sociais. Importante é parecer que se está bem, vitorioso, feliz. Até na liturgia, chega essa preocupação excessiva com a exterioridade. Às vezes, a preocupação com as vestes litúrgicas parece ofuscar a atenção à qualidade da oração. Liberta-nos, Senhor, com o teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Aproveite esse domingo, em que você tem mais tempo, e leia a passagem de hoje na sua Bíblia (Marcos 7, 1-23). Aproveite para responder no seu diário espiritual (seu caderno de anotações): Esse evangelho tem alguma coisa para me dizer em relação à minha prática religiosa? 

Pe. João Carlos Ribeiro – 02.09.2018

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