Levaram
crianças a Jesus. Quem teria levado crianças a Jesus? As crianças andavam com
os pais, propriamente com as mães. Os meninos a partir de seis ou sete anos
andavam sempre com os pais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se
casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as
crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as
meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis ou sete anos. E eles
queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.
Os
discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e
a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude deles revela que eles não
estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda
estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito
que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito
isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre
quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos
cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do
Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus,
não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai,
não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças –
filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.
O Reino de
Deus é um presente do Pai para os seus filhos. E ninguém tem merecimento para
recebê-lo. E a quem socialmente mostra-se sem condição ou pretensão de
conquista-lo, é a esse que é dado o Reino. Assim são os pobres, os doentes, as
crianças. O Reino é um dom do Pai para os seus filhos amados.
Jesus
reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não
as impeçam. O Reino de Deus é daqueles que são como elas”. E impôs as mãos
sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção. No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as
mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar
os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu
Espírito. Olha como está escrito: “Ele abraçava as crianças e as abençoava,
impondo-lhes as mãos”.
Vamos guardar a mensagem
Levaram
crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, é a mentalidade de Jesus.
Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma
grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E,
nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve
prestar mais atenção. Os discípulos pensam o Reino como uma instituição de
poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não
vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com
elas, ensinou Jesus.
Deixem as crianças e não as proíbam de vir a mim (Mt 19, 14)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Foi uma lição e tanto essa história da
bênção das crianças. As mães e os pais das criancinhas saíram felizes, com a
tua atitude acolhedora. Eles tinham ficado chocados com o jeito dos discípulos
dificultarem e proibirem a aproximação dos pequeninos. É, Senhor, pai e mãe
sabem como sua criança é importante, porque a amam. E foi isso que viram na tua
atitude: perceberam o teu carinho, o teu amor por elas. Um Reino assim que dá
valor a quem é pequeno como uma criança, vale a pena, eles pensaram. Eles e nós
também. Seja bendito
o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Veja por aí
se as crianças de sua família estão fazendo a catequese. Ajude os responsáveis
a entenderem essa palavra de Jesus: “Deixem as crianças virem a mim”.
Pe. João Carlos Ribeiro – 18.08.2018