PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: aonde chega o rio
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AONDE CHEGA O RIO, CHEGA A VIDA

O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada” (Jo 5, 7)
13 de março de 2018.
Nesses dias, eu vi mais de uma reportagem sobre uma microrregião do sertão nordestino, onde chegaram as águas da transposição do Rio São Francisco. Os testemunhos são impressionantes. Uma família, depois de uma penúria de seis anos de seca, está agora toda feliz, cultivando uma bela plantação de tomate, irrigada com as águas do distante velho Chico. O povo do sertão sabe disso mais do que ninguém: aonde chega o rio, chega a vida.
Olha o que eu acabei de dizer: “aonde chega o rio, chega a vida”. Essa frase está escrita no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 47, versículo 11. O profeta foi levado por um anjo ao Templo e viu que jorrava água do Templo, do seu lado direito. E ele foi acompanhado aquela água que ia se espalhando na direção leste. O anjo foi medindo, e a cada 500m, mandava o profeta atravessar a água. Na primeira parada, chegava aos tornozelos. Na outra, chegava aos joelhos. Mais na frente, aquela água toda já chegava à cintura. Finalmente, só a nado se podia atravessar. E o profeta foi voltando pelas margens e vendo a paisagem transformada pelas águas: árvores frutíferas, plantações, animais, peixes em quantidade. “Aonde chega o rio, chega a vida”.
Só pra saber se você está me acompanhando: onde nasce esse rio que leva tanta vida mundo afora? Não, não estou falando do Rio São Francisco que nasce em Minas, na serra da Canastra. Estou falando do rio do profeta. Onde ele nasce? No Templo. Ele jorra do lado direito do Templo. Você lembra que outro dia, Jesus disse que podiam destruir o Templo que ele reconstruiria em três dias? E por quê? Claro, porque o verdadeiro Templo é ele mesmo, o seu corpo. O Templo de Jerusalém, que não existe mais, foi um sinal do verdadeiro Templo, Jesus. Lembre também daquele episódio na cruz de Jesus. O soldado, vendo-o morto, em vez de lhe quebrar as pernas, perfurou o lado de Jesus com a lança. E você pode me dizer o que aconteceu? Isso... Do seu lado aberto, escorreu sangue e água. Agora, junte as peças: Jesus é o verdadeiro Templo. Do seu lado aberto, jorrou sangue e água. Realizou-se nele o que o profeta tinha visto e anunciado: Do Templo, jorrava uma água que ia se espalhando, virando um rio, levando vida aonde chegasse. Do alto da cruz, do coração do Templo que é Jesus, jorra essa água que nos comunica a vida.
Com essa bagagem, vamos ao evangelho de hoje. Jesus foi a uma festa religiosa em Jerusalém. Lá havia uma piscina, a piscina de Betesda. Muita gente doente ficava ali na esperança de se curar, naquelas águas. Jesus encontrou ali um homem doente há trinta e oito anos. Ele estava prostrado, sem ninguém para ajudá-lo a se curar na água da piscina. Jesus perguntou se ele queria ficar bom. Imagine a resposta. Então Jesus disse: “Levante-se, pegue o seu leito e ande”. E ele ficou bonzinho da silva. Pegou o seu leito e foi embora.
O homem doente, prostrado, à beira da piscina de Betesda é a imagem do pecador, da pecadora. Há muito tempo espera ser libertado. Quanto tempo já fazia que estava doente? 38 anos, quase quarenta. O povo de Deus, depois de uma peregrinação de quarenta anos, entrou  na terra prometida. O homem pecador, esse homem que peregrina em sofrimento há 38 anos é como a terra seca do sertão esperando a água do Rio São Francisco. Agora, chegou a sua libertação. A essa terra seca, chegaram as águas abençoadas de Cristo, renovando a sua vida, fazendo-o nova criatura. Essa é a  água que desce do alto da cruz, do coração rasgado pela lança. É o amor de Deus que se derrama. É o batismo lavando do pecado e comunicando a vida de Deus. Aonde chega esse rio, chega a vida.
Vamos guardar a mensagem
A história do homem doente, à beira da piscina de Betesda, é uma catequese sobre o batismo. Estamos preparando a páscoa e a páscoa é a celebração da nossa salvação em Cristo. Por isso, na noite da pá scoa, renovamos as promessas do batismo e batizamos novos cristãos. As águas que nos lavaram do pecado e nos comunicam a vida de Deus vêm do Templo, do coração de Cristo rasgado pela lança, como num grande rio que vem descendo. A verdadeira piscina, que nos cura do pecado, é a do batismo. Somos restaurados nas águas que descem da cruz.
O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada” (Jo 5, 7)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Que belo ensinamento sobre o batismo. Renascemos, como terra seca que recebe a água abundante da transposição. É a tua graça, a tua Palavra, a tua vida comunicada na Eucaristia: são essas as águas que irrigam a nossa vida. Nós te bendizemos, Senhor. Estávamos prostrados à beira da piscina de Betesda, doentes há 38 anos e fomos restaurados nas tuas águas. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Uma coisa curiosa. O homem doente, quando foi curado, não sabia quem era Jesus. Mas, Jesus o reencontrou num certo lugar. Ali, ele ficou sabendo quem era ele. E assim pode sair dizendo quem o tinha curado. Que lugar foi esse? Descubra, lendo o evangelho de hoje na sua Bíblia (João 5, 1-16).  Aproveite e me mande a sua resposta, por quem lhe repassa a Meditação.

Pe. João Carlos Ribeiro – 12.03.2018

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