PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Jesus é o Senhor
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GAVIÕES DO INFIEL


As cenas mostravam a vitória do Diabo sobre Jesus, acompanhados por uma luta entre arcanjos (de branco) e demônios (de preto). Arcanjos e demônios faziam parte da coreografia, mas a cena principal era mesmo a do diabo massacrando Jesus, derrubando, pisando, mostrando seu senhorio com seu tridente sobre a figura de Cristo. Foi esta a performance da comissão de frente da Escola de Samba de São Paulo “Gaviões da Fiel”.

A Escola de Samba levou para a avenida uma releitura do tema da história do tabaco, já apresentada há 25 anos atrás. As desculpas logo apareceram dizendo que se tratava da história de Santo Antão, lenda que explica a origem do pé de tabaco. Mas, o próprio coreógrafo, em diversas entrevistas, disse mesmo que se tratava de Jesus. E que o objetivo era mesmo “chocar”. Basta ver que o ator estava trajado de Jesus, como o vemos na cruz, inclusive coroado de espinhos. 

As reações começaram já na apresentação. Nas redes sociais, muita gente manifestou sua indignação. Trata-se de um crime contra a religião, vilipêndio, como está tipificado no art. 208 do código penal: ‘vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso’. Não cabe dúvidas, trata-se de um ato de intolerância religiosa, de desrespeito à fé cristã. A Escola de Samba, com sua comissão de frente, tripudiou sobre o centro de nossa fé: Jesus Cristo, senhor e salvador da humanidade - arrastando-o como perdedor, humilhando a fé cristã, tratando-nos como seguidores de um derrotado pelo demônio. 

O que eu sinto como maior gravidade é que a encenação não somente chacoalha com a imagem sagrado do Filho de Deus feito homem, em sua paixão, mas proclama abertamente, um poderoso contra-evangelho. E o faz em plena avenida, para milhões de espectadores, telespectadores, internautas e meio mundo de conectados, no coração da maior festa popular do globo.

E do que é que eu estou falando? Da poderosa pregação de que Jesus é um perdedor, de que Satanás é o grande vitorioso na história humana. O que eles continuam dizendo na avenida, de maneira deslumbrantemente artística, é o contrário da pregação da Igreja. A Igreja testemunha que Jesus, tendo suportado a humilhante morte de cruz, redimiu nossa culpa, venceu o pecado, o mal e a morte. A sua vitória está atestada na ressurreição. O Pai acolheu o sacrifício da vida de seu filho em favor dos pecadores. Fomos redimidos por sua morte. A cruz não é a derrota de Cristo. A cruz é a vitória de sua obediência, de sua fidelidade, do seu amor. A cruz é a nossa vitória. Na cruz Jesus venceu o mal, o demônio. A paixão e morte de Jesus é a derrota do demônio, não a sua vitória. 

Lemos no Catecismo da Igreja: “O poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás exerça no mundo a sua ação, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves prejuízos a cada homem e à sociedade, essa ação é permitida pela divina providência, que com força e suavidade dirige a história do homem e do mundo” (Catecismo da Igreja Católica 395).

Essa disputa entre a criatura humana e satanás está contada já no livro do Gênesis. Satanás engana o homem e a mulher e os leva a desobedecer a Deus. No início do ministério de Jesus, satanás também o tenta. Deste embate, representado em três tentações, Jesus saiu vencedor. No seu ministério, Jesus anunciou e implantou o Reino de Deus. A vinda do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás, como diz o Catecismo da Igreja (302). Nos evangelhos, vemos, como, nos exorcismos, Jesus liberta as pessoas do poder dos demônios e já antecipa a grande vitória sobre o príncipe deste mundo. Na cruz, o Reino de Deus se estabelece definitivamente (Catecismo da Igreja 305). A morte redentora de Jesus e sua ressurreição gloriosa são a derrota total de Satanás. 

Nossa indignação contra a Escola de Samba e seu coreógrafo é mais do que justa e nos cobra atitudes. Mas, temos que ir além. Contra este contra-evangelho, poderosamente pregado na avenida pelos inimigos da fé, combatamos com uma maior consciência, com mais conhecimento e clara adesão ao mistério central de nossa fé: Jesus Cristo, filho de Deus, morreu e ressuscitou, derrotando o pecado, o mal e a morte. Jesus Cristo é o Senhor!”. 

Pe. João Carlos Ribeiro - 07.03.2019

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