19 de agosto de 2018.
Um domingo especial, na liturgia da Igreja no Brasil: a
solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Na celebração que presidi ontem à
noite, em Caetés, no Município de Abreu e Lima, Grande Recife, estimulei toda a
comunidade a repetir várias vezes as palavras que Paulo escreveu na Primeira
Carta aos Coríntios: “Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória pelo Senhor
nosso, Jesus Cristo”. Nem precisei fazer muito esforço para o povo memorizar e
proclamar com gosto essa palavra. “Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a
vitória pelo Senhor nosso, Jesus Cristo”.
Vitória – é disso que se trata. São as vitórias, as
conquistas, as bênçãos que vamos colhendo ao longo do caminho e a vitória total
e definitiva que já avistamos, no término da caminhada. O canto de Maria, o
Magnificat, está no coração da liturgia da palavra de hoje. Nele, nossa mãe
canta as vitórias de Deus na sua vida e na vida do seu povo. “A minha alma
engrandece o Senhor... porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante
todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Nossa mãe está louvando a Deus
pelo que ele fez na vida de sua serva. Mas, também o bendiz pelo que ele está fazendo
na vida do seu povo: “Ele mostrou a força do seu braço: dispersou os soberbos
de coração. Derrubou do trono os poderosos, elevou os humildes. Encheu de bens
os famintos e despediu os ricos de mãos vazias”. O Senhor Deus está realizando
suas promessas: fazendo justiça aos humilhados, destronando os potentados.
Vitórias de Deus em sua vida e na vida do seu povo.
O antigo povo de Deus nos deixou essa preciosa herança:
saber celebrar a ação de Deus que continua livrando e conduzindo o seu povo
para a liberdade e a paz. A páscoa celebrava a vitória sobre a escravidão no
Egito e todas as vitórias do longo caminho do deserto e da posse da terra
prometida. O nosso caminho está cheio de pequenas e grandes vitórias
conquistadas pelas nossas mãos e, sobretudo, pela mão de Deus. Assim, de
vitória em vitória, já vislumbramos a vitória definitiva e total no fim de
nossa jornada.
O fracasso entrou no mundo com Adão. Com ele, entrou a
morte. Mas, a vitória chegou por Jesus. Com ele, entrou a vida, a ressurreição
dos mortos. A vitória será total quando a morte for
derrotada. Quando olhamos para o horizonte, para onde nós estamos peregrinando,
já vemos um homem ressuscitado dos mortos, Jesus, o filho de Deus. Ele está
sentado à direita do Pai. Ele é a garantia de que lá também chegaremos,
vencedores também sobre a morte. E ao lado de Jesus, já vemos alguém que também
já está em Deus, representando toda a humanidade redimida. O Prefácio da Missa de
hoje fala dela nestes termos: “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, consolo
e esperança para o povo ainda em caminho”. É Maria que lá está ressuscitada
também.
Guardando a mensagem
Celebramos a Assunção da Virgem Maria. A Igreja proclamou,
em 1950, esse dogma que o povo cristão já tinha no coração: Maria ressuscitou e
está com Deus. Foi o que o Papa Pio XII escreveu na proclamação do dogma:
“A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da
vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Essa é
uma bela conclusão da Palavra de Deus proclamada hoje. Jesus ressuscitou, como
primícias, depois nós o seguiremos, ensinou Paulo com toda clareza. Na visão
de São João, no livro do Apocalipse, Jesus foi levado para o trono de
Deus (representação da ressurreição) e sua mãe estava toda possuída pela glória
divina, vestida de sol. O anjo a tinha saudado como “cheia da graça”. E Izabel
antecipou essa declaração da Igreja reconhecendo a grandeza de Maria e
saudando-a como Davi saudou a Arca da Aliança. E Maria mesma, na sua humildade,
hoje nos recorda: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”. Sim,
estamos felizes, Jesus ressuscitou. Maria também já ressuscitou e foi levada
para junto do seu filho. Nós também ressuscitaremos. Vamos todos estar com
Deus. Essa é a grande vitória que estamos avistando.
Doravante, todas as gerações me
chamarão bem-aventurada (Lc 1, 48)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hoje é um dia para
cantarmos as vitórias de Deus em nossa vida. Em nosso caminho e na história do
nosso povo, apesar dos problemas e das dificuldades, são muitas as conquistas e
vitórias. E nós reconhecemos, Senhor, que elas não são apenas obras nossas, são
especialmente obra de Deus, misericórdia do seu coração. As nossas vitórias se
completam e se plenificam na tua grande vitória sobre o pecado, o mal e a morte.
Ressuscitado, és garantia de que chegaremos lá. E temos ainda outro testemunho desta
tua obra admirável em nossa vida. Tua mãe já está contigo na glória. Ela é “aurora
e esplendor da Igreja triunfante, consolo e esperança para o teu povo ainda em
caminho”. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Reze com Maria o seu canto, o Magnificat. O texto está na
sua Bíblia: Lucas 1, 46-55.
Pe. João Carlos Ribeiro
– 19.08.2018
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