MEDITAÇÃO PARA O DIA DE NATAL,
25 DE DEZEMBRO
E todos os
que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam (Lc 2, 18)
Dia de Natal. Todo mundo festejando. O que será que
realmente estão festejando? O que há de especial nesse nascimento ou nesse recém-nascido
que provoque esse frenesi todo no mundo cristão?
Para a festa do natal, nos preparamos com o advento: uma
caminhada de quatro domingos. O advento nos prepara para o encontro com o
Senhor que vem. E onde essa peregrinação de quatro domingos nos leva? À gruta
de Belém. Quem melhor pode nos representar em nossa peregrinação a Belém são os
pastores. Vamos ver o que está narrado e ver se estamos no mesmo caminho.
Os pastores foram avisados do nascimento do Salvador. Eles
estavam, de noite, no campo, tomando conta dos seus rebanhos. Chegou um anjo e
comunicou a grande alegria: “Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês o
Salvador”. E lhes deu uma dica: vocês vão encontrar um recém-nascido envolto em
faixas e deitado numa manjedoura. E mais anjos apareceram e formaram um coro
cantando a glória de Deus.
Veja como os pastores estão nos representando. Eles foram
avisados pelo mensageiro de Deus. Nós também somos avisados pelos
evangelizadores, os mensageiros de Deus. Eles nos avisam sobre a presença de
Jesus na história humana. É a evangelização. Note também que os pastores
estavam no campo, à noite, tomando conta dos seus rebanhos. Você lembra de como
começou o advento? “Fiquem acordados, aguardem a vinda do Senhor vigilantes”. Os
pastores estavam despertos, vigiando. É a atitude que temos manter sempre. Despertos,
acordados, antenados.
Os pastores, nossos representantes, depois que os anjos
foram embora, combinaram de ir a Belém, ver
de perto o que estava acontecendo. Lendo o texto: “Os pastores foram às pressas
a Belém e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura”. A
evangelização nos põe em marcha, nos faz ir ao encontro do Senhor. Por isso,
precisamos estar despertos, prontos para novas atitudes e novas ações. Vendo
aquela cena, reconheceram o que o anjo lhes tinha indicado.
O que terá passado no coração dos pastores? O mesmo que pode
passar no seu coração diante do presépio. De repente, perceberam a revolução do
amor de Deus. Na gruta, não havia anjos, nem luzes, nem conforto de qualidade
alguma. Tinha, sim, o frio, a escuridão da noite, animais talvez... e uma
mãezinha jovem acalentando seu bebê, enrolado nuns paninhos, deitadinho no coxo
dos animais. E um pai solícito ao seu lado, vendo se podia de alguma forma ajudar
e proteger a criancinha e sua mãe. Talvez estivesse até envergonhado e chateado
por não ter provido algo melhor para o nascimento do seu filho. Um casal de
peregrinos vindos de Nazaré, muitas léguas a pé ou puxando um jumentinho. Gente
que não encontrou abrigo na casa de parentes ou em pousada alguma. Não havia
lugar para eles. Um menininho nascido na periferia, excluído da segurança e do
conforto, como tantos outros. E, no entanto, ali estava, como dissera o anjo, o
Salvador prometido, o Cristo Senhor, motivo de alegria para eles e para o povo
todo.
Com certeza, o evangelista Lucas narrou tudo isso, vendo uma
ligação entre o nascimento e a morte de Jesus. Veja que ele escreveu, e repetiu
3 vezes, que Maria enrolou o menino em faixas e o colocou na manjedoura. Na
morte, esse mesmo evangelista anotou que José de Arimateia enrolou o corpo de
Jesus em faixas e o colocou no sepulcro. E onde foi sepultado Jesus? Num
sepulcro escavado na pedra, portanto, numa gruta, igual ao nascimento. Então,
diante dos olhos e do coração dos pastores, a quem os anjos tinham
evangelizado, está o Messias. E eles o reconhecem. Deus veio morar com a gente.
E nasceu no meio dos pobres, na periferia e foi acolhido pelos mais humildes.
Por enquanto, esqueça a história dos Magos, contado pelo evangelista Mateus.
Eles chegaram em outro momento e a visita deles tem outro significado.
E o que fizeram os pastores que reconheceram o Messias na
Gruta de Belém? Contaram ali mesmo, e por todo canto, o que o anjo lhes disse
sobre o menino e o que eles próprios encontraram. E voltaram glorificando e
louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido. Voltaram para os seus
campos. Mas, não voltaram os mesmos. Voltaram missionários do novo tempo que
estava se inaugurando na gruta de Belém. Testemunhas do menino de Belém.
Vamos guardar a
mensagem de hoje
Nós, como os pastores, recebemos o aviso, a boa notícia,
pela evangelização. Despertos como estávamos, assumimos uma nova atitude. Fomos
ao encontro do Senhor que veio em nossa humanidade. E o reconhecemos em sua
encarnação entre os pobres e desprezados desse mundo. Não o procuramos em
Jerusalém, na capital, como os Magos o fizeram. Não ficamos esperando uma
manifestação de grandeza, típica da lógica do poder. Nós o reconhecemos na
fragilidade de uma criança. E, assim, nos tornamos testemunhas dessa maravilha:
Deus veio a nós como nosso irmãozinho mais necessitado.
E todos os
que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam (Lc 2, 18)
Vamos acolher a
mensagem com uma prece
Receba a bênção do
natal:
O Deus de infinita bondade que, pela encarnação de seu
filho, expulsou as trevas do mundo e, com seu glorioso nascimento transfigurou
este dia, expulse do teu coração as trevas dos vicios e te transfigure com a
luz das virtudes.
T: Amém.
C: Aquele que anunciou aos pastores, pelo anjo, a
grande alegria do nascimento do salvador derrame em teu coração a sua alegria e
te torne mensageiros do evangelho.
T: Amém.
C: Aquele que pela encarnação do seu filho, uniu a
terra ao céu te conceda sua paz e seu amor e te torne participantes da igreja
celeste.
T: Amém.
C: E te abençoe o Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito
Santo.
T: Amém
Vamos viver na
palavra que meditamos
Hoje, pare um minutinho diante do presépio. No presépio,
você está representado por um daqueles pastores. Fale com Jesus no seu coração,
diante do presépio, como peregrino que está chegando à Gruta do seu nascimento.
Feliz natal!
Pe. João Carlos
Ribeiro – 24.12.2017
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