
Jesus comparou o Reino de Deus com uma festa de casamento. O
rei preparou a festa de casamento do filho e mandou chamar os convidados. Os
que foram convidados disseram que não iam. Ele mandou um segundo recado. Eles
ignoraram. Mandou então os seus empregados convidarem todo mundo que
encontrassem pelo caminho. O salão de festa ficou cheio de convidados. Mas, o
rei, passando para cumprimentar os convidados, notou um que estava sem o traje
de festa. E mandou colocá-lo pra fora.
O Evangelho é um convite. O convite é para participarmos da
grande festa de casamento do filho do rei. O rei é Deus pai. O filho, o noivo,
é Jesus. Os empregados que levam o convite são os profetas, os missionários, os
evangelizadores. E por que essa imagem da festa de casamento? Porque Deus
celebrou uma aliança com o seu povo, no Antigo Testamento. E Jesus, no Novo
Testamento, celebrou, no seu sangue, a nova e eterna aliança de Deus com o povo
redimido. E quem é a noiva? Precisamos descobrir nessa parábola quem é a noiva.
O que será essa festa de casamento? É claro que é uma
comparação. No livro do Profeta Isaías, capítulo 25, está descrito o grande
sonho de Deus: reunir todos os povos, no seu monte santo, em volta de uma
grande mesa, bem preparada, com tudo de bom e de melhor. É uma linda representação
do desejo de Deus: que todos o reconheçam como pai e senhor, que todos se
sintam como verdadeiros irmãos e vivam em fraternidade, que todos vivam alegres
e felizes. Será assim o final da história, esse é o sonho de Deus.
Jesus está comparando o Reino de Deus exatamente com essa
imagem do grande banquete de Deus. Todos estão sendo convidados por sua vida e
por sua pregação. Mas, muita gente não
está aceitando o convite. Uns disseram logo que não iam. Outros, nem ligaram.
E, numa terceira tentativa, reagiram violentamente. No tempo dele, a grande rejeição veio das
elites do seu povo. Essa passagem vem
mesmo a calhar no dia de hoje, o dia da canonização dos mártires do Rio Grande
do Norte. Veja que exatamente Jesus está contando esta parábola às
lideranças de Jerusalém. São eles que reagiram violentamente maltratando e
matando os missionários. Assim, Jesus já vê que a destruição do país pelos
romanos mais adiante é resultado de sua rejeição. Agora, você entende porque,
na parábola, o rei ficou furioso e mandou destruir e tocar fogo nas cidades
deles.
A negativa, a indiferença ou a rejeição violenta não invalidam
o convite. A festa vai acontecer assim mesmo. Por isso, os empregados saem
convidando os quem encontram pelo caminho. Na parábola, está dito que eles
foram às encruzilhadas dos caminhos. Dizem os especialistas, que ‘encruzilhada’
era o fim da rua, quando começavam os caminhos de terra. Assim, eles foram
enviados às periferias, palavra tão cara ao nosso Papa Francisco, que quer ver
a Igreja indo evangelizar nas periferias existenciais, as da pobreza e as do
abandono. Todos são convidados, a todos deve chegar o convite para a festa de
casamento do filho do rei.
Finalmente, o salão da festa ficou cheio de convidados. E o
rei saiu cumprimentando os seus convidados. E encontrou um que não estava com o
traje da festa. Surpreso, perguntou como ele tinha entrado ali. E mandou
coloca-lo pra fora. Sem o traje apropriado, não se pode participar da festa. É difícil dizer o que
seria esse traje da festa. Também ninguém sabe onde está a noiva. Mas, se você
tiver paciência, vamos descobri-la.
Um palpite de estudiosos da Bíblia é o seguinte. Nós somos os
convidados. Claro, isso você já sabia. Os convidados deviam estar com o traje
da festa, vestidos com a roupa nupcial, pois era uma festa de casamento. Isto,
você também já suspeitava. Olha o segredo da parábola: A noiva são os
convidados. Os convidados são a noiva, por isso que eles precisam estar com a
roupa nupcial, o traje da festa. Entendeu? Jesus é o noivo. A noiva é a Igreja,
nós, o povo de Deus. Claro. A noiva somos nós, os convidados.
Só falta uma
coisa: o que é esse traje nupcial? Aí temos que pensar um pouco mais. Quer um
palpite? Então vamos lá. Podemos pensar numa coisa simples. A coisa que não
pode faltar em quem vai se casar é... é o amor. Claro, sem amor a Jesus, não
tem casamento. Sem adesão à pessoa de Jesus senhor e salvador, não há salvação,
não há aliança, não há casamento. Nossa adesão a Jesus é celebrada no batismo,
quando pelo banho do Espírito Santo somos lavados do pecado e nos revestimos de
Cristo. No batismo, até trajamos uma roupinha branca, nova, a veste nupcial. O
traje de festa é o amor a Cristo, a nossa adesão a ele celebrada no batismo, a
nossa condição de pessoas convertidas e perdoadas do pecado.
Vão até às encruzilhadas
dos caminhos e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem
(Mt 22, 9).
Vamos acolher a
mensagem de hoje com as palavras do Salmo 22:
— Na casa do Senhor
habitarei, eternamente.
— Preparais à minha
frente uma mesa, bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça; o
meu cálice transborda.
— Felicidade e todo
bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e na casa do Senhor habitarei pelos
tempos infinitos.
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Pe. João Carlos Ribeiro – 14.10.2017
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