PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: JESUS E AS DISCÍPULAS

JESUS E AS DISCÍPULAS

Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças (Lucas 8, 1-2)

A situação da mulher no tempo de Jesus não era das melhores. A gente hoje conhece um pouco mais dos costumes dos povos do Oriente Médio e vê que ainda hoje a mulher vive uma condição de grande submissão e inferioridade.  Na Palestina, a terra de Jesus, se vivia uma estrutura social patriarcal. O homem é que contava.

O evangelho é uma permanente proclamação de liberdade para os oprimidos, incluídas as mulheres. Ele foi proclamado e vivido por Jesus numa sociedade que discriminava a mulher. Jesus não estava de acordo com aquele jeito da sociedade menosprezar a mulher e só dar valor ao homem. O evangelho mostra ele conversando, no poço de Jacó, com uma mulher estrangeira, de outra religião, de reconhecida má conduta, a samaritana. Ele hospeda-se na casa de Marta e Maria, suas amigas e discípulas. Algumas mulheres inclusive andavam com ele, no seu grupo de discípulos, e o evangelho guarda até o nome de algumas delas. É o que está no evangelho de hoje. Elas andavam com Jesus e seus discípulos e lhes davam suporte em suas atividades. Eram discípulas também.

Na verdade, as mulheres são apresentadas no evangelho como as mais fiéis a Jesus. Foram elas que chegaram até o final do caminho, na cruz. Os discípulos homens, quase todos, desapareceram na hora da paixão. Restaram as mulheres, com toda fidelidade. E mais: numa cultura em que o testemunho da mulher não valia nada, foram elas as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo.

Vamos guardar a mensagem de hoje

Inspirados na prática de Jesus, nós precisamos continuar trabalhando para que a novidade do evangelho que ele viveu e anunciou não se perca e acabemos reforçando os preconceitos que ainda persistem discriminando as mulheres. Precisamos viver a grande novidade que ele nos legou. Jesus nos libertou para vivermos a igualdade e a fraternidade. O papel dos cristãos é fermentar a sociedade com o bom fermento do evangelho. E o evangelho, que foi anunciado por Jesus dentro de uma sociedade patriarcal, liberta a mulher de sua condição de inferioridade e também o homem de sua condição de desumanização ao discriminar a mulher.

Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças (Lucas 8, 1-2)

Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece

Senhor Jesus,
Somos cristãos, abraçamos o teu evangelho, mas ainda andamos longe de viver integralmente a tua palavra. No teu modo humano de viver, em tuas palavras guardadas no livro santo, há uma proclamação da igualdade fundamental entre todos os seres humanos. Mas, infelizmente, continuamos repetindo o modo preconceituoso, excludente que herdamos de nossa cultura machista e autoritária, mal suportando as conquistas que as mulheres fizeram ao longo de séculos para serem  respeitadas em seus direitos fundamentais. Dá-nos, Senhor, compreender e ensinar o que o apóstolo Paulo escreveu na carta aos Gálatas:  “Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo” (Gl 3, 28). Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre Amém.


Pe. João Carlos Ribeiro – 16.09.2016/21.09.2017

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