O
amor é o cumprimento perfeito da Lei. É que diz a carta aos romanos. ‘Não
fiquem devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo
está cumprindo a Lei de Deus”.
A
comunidade cristã é o lugar da experiência do amor mútuo. Ela é constituída por
pessoas amadas pelo Pai, renascidas em Cristo, santificadas pelo Espírito
Santo. A comunidade é o lugar do amor, da unidade. É já um reflexo do amor e da
comunhão da Santíssima Trindade. Comunidade cristã é a família, a comunidade
eclesial da qual participo, a comunidade paroquial, a Igreja.
Na
comunidade, buscamos viver o ideal do amor em Deus, amor que nos gerou como
filhos pela evangelização e pelo batismo. Deus nos ama, nós o amamos e
procuramos viver em fraternidade, em comunhão. Vivendo em unidade, Jesus está
presente conosco. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou
aí, no meio deles”, nos disse o Senhor. Assim,
em unidade, como também nos ensinou, onde dois estiverem concordes sobre o que
pedir, o Pai lhes concederá. Dois é
também a menor comunidade, o casal cristão. Os dois estando de acordo, Deus aprova.
Acontece
que esse ideal de amor em família, em comunidade, na paróquia, na Igreja muitas
vezes é ferido por atitudes egoístas, deslealdades, ofensas. São pecados contra a fraternidade, a comunhão,
contrários ao amor que devemos uns aos outros. Gente que, por espírito de orgulho e soberba,
humilha o irmão ou a irmã, desconsidera, trapaceia, difama o seu próximo. Gente
movida pela inveja, por interesses escusos, por sede de poder.... tem de tudo.
Estamos mergulhados na grande experiência do amor de Deus na comunidade, mas
somos ainda fracos e pecadores.
Diante
disso, vem o ensinamento de Jesus no sermão da comunidade, no capítulo 18 de
São Mateus. Jesus oferece um passo a passo sobre como reagir no caso de um
irmão, na comunidade, pecar contra você. O Profeta Ezequiel, no Antigo
Testamento, tinha recebido de Deus a incumbência de comunicar a sua mensagem às
pessoas erradas, reprovando sua má conduta. É uma grande chance que Deus dá pra
gente se consertar. Somos responsáveis uns pelos outros. Devo corrigir o meu
irmão. Não posso deixa-lo no erro e fazer de conta que não tenho nada a ver com
isso. É o que chamamos de correção fraterna.
A
correção fraterna é a resposta amorosa e responsável de quem se sente ofendido
pelo outro ou na obrigação de ajudar o outro a se conduzir melhor. A maioria
das pessoas quando se sente ofendida, na comunidade, parte para a murmuração
contra aquele irmão ou irmã e procura isolar aquela pessoa dos seus amigos, dos
seus grupos de influência. Errado. O caminho para o restabelecimento da
fraternidade é o da correção fraterna. Começa quando eu, ofendido, procuro o
meu agressor para resolver a situação. “Se teu irmão pecar contra ti, vai
corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo”, ensinou Jesus. Não dando certo, voltar
a conversar na presença de uma ou duas testemunhas. Se essas pessoas forem amigos
em comum, tanto melhor. Assim, a pessoa se sentirá num ambiente seguro, não de
ameaça. Se ainda não se resolver, levar o assunto à própria comunidade, ou às
suas lideranças. A Igreja deve chamar a atenção daquela pessoa, recordando-lhe
o caminho dos discípulos de Jesus, os apelos do Reino de Deus. Não tendo jeito
mesmo, então, reconhecer que essa pessoa se excluiu da comunidade, que está fora
do caminho do evangelho. Pode, então, trata-lo como um pagão, não mais como um
irmão de comunidade.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Não
é fácil corrigir o outro. Mas, isso é necessário para o seu crescimento no
caminho de Jesus. É um sinal de responsabilidade que tenho para com ele e para com
a minha comunidade. A correção fraterna
deve ser feita com caridade e com respeito, e passando pelos passos que Jesus
indicou (a conversa a sós, a conversa com testemunhas, a comunicação à
comunidade). Também não é fácil receber a correção fraterna. É preciso
humildade para reconhecer os próprios erros e espírito de conversão para acolher
a graça de Deus e o apoio fraterno na superação das próprias dificuldades. O
amor é a forma perfeita de viver a Lei de Deus.
Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular (Mt 18, 15)
Rezemos com as palavras do salmo de
hoje, o salmo 94:
— Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a
voz de Deus!
— Vinde, adoremos e prostremo-nos por
terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso
Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua
mão.
— Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
— Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Pe.
João Carlos Ribeiro – 09.09.2017
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