Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram:
‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’
(Mt 13, 27).
O que é que a gente faz com tanta
maldade nesse mundo? Não dá pra gente criar um mundo separado. Os fariseus
tinham esse complexo. Eles se sentiam os santos e queriam viver apartados dos
pecadores. Jesus ensinou que a gente precisa saber conviver com todo mundo, sem
ser todo mundo. Precisamos aprender com Deus que é tolerante, paciente, lento
em julgar. É o que está escrito no Livro da Sabedoria, um escrito do Antigo
Testamento (1ª. Leitura de hoje): “Dominando tua própria força, Senhor, tu julgas
com clemência e nos governas com grande consideração (Sb 12).
Jesus contou uma parábola para
ensinar a gente a ser paciente, tolerante e deixar o julgamento para Deus. E, certamente,
também pra gente ficar mais atento com o que está fazendo, com a nossa
plantação. Ele contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa
semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio.
Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas,
notou-se que no meio do trigo havia o joio. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o homem não deixou. Isso afetaria gravemente o trigo. Deixassem
chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e o colocariam
no fogo. O trigo não, o trigo iria para o celeiro. E ele, à parte, em casa, com
os discípulos deu uma explicação a essa parábola. O homem que semeou a boa
semente é ele mesmo, Jesus. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são
os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada
um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.
Você conhece um pé de trigo? O
trigo é como um capim crescido com espigas. Quando chega o tempo da colheita,
fica tudo amarelinho. Espigas bonitas, os grãos todos arrumadinhos, tudo bem
certinho. É bonito de se ver. O trigo era a base alimentar do povo do tempo de
Jesus. Com ele, faziam o pão, em casa. Mas, e o joio? O joio, você nunca viu. O
joio é bem parecido com o trigo. Só quando começa a dar espigas é que se nota a
diferença. Umas espigas com uns grãos desengonçados, uns grãozinhos pretos tóxicos.
As feiosas espigas ficam logo pendidas para um lado. O joio é uma erva daninha, também chamada de
cizânia, que dá no meio de cereais como o trigo. E tem outro detalhe que os
diferencia. O trigo tem raízes não muito profundas, é fácil arrancá-lo. Já o
joio sai com suas raízes rasteiras se entrelaçando nas raízes do trigo. Na
história de Jesus, o homem achou melhor não arrancar o joio. O melhor seria
aguardar a colheita. Arrancando o joio iria-se prejudicar o trigo, claro, por
que suas raízes se misturam com a do trigo. Seria prejuízo para o
desenvolvimento da espiga do trigo. O
joio e o trigo se conhecem pelas espigas, pelos frutos. O fruto é que nos diz
se é trigo e vai dar um bom pão ou se é joio e está só sugando a terra e atrapalhando o desenvolvimento do trigo.
Uma grande lição é nos
precavermos, vigiarmos para que a nossa plantação não seja infectada pelo joio.
O inimigo age na calada da noite, "enquanto todos dormem". A semente
boa tinha sido plantada durante o dia. Plantar durante o dia, ótimo, mas vigiar
também para que, de noite, não venha o inimigo e plante o joio no mesmo lugar.
É preciso estar vigilante também durante a noite. O dia pode representar a
clareza e a transparência com que a gente precisa agir. Quando a coisa é
pública, é comunicada, é acompanhada por outros, o mal fica sem chance. Coisas
escondidas, conversas à meia voz, segredinhos... são campo fértil para a ação
do inimigo. Claro, uma coisa é o direito à privacidade. Outra, a ação às
escondidas acobertadas pela mentira, pela falsidade, pela impunidade. É aí que
o mal se infiltra, que o inimigo semeia o joio em nossa plantação.
É. O mal existe. O diabo ainda
não se aposentou. Nem está de férias. E aproveita quando o agricultor dorme,
para plantar sua semente ruim na sua vida, na vida de sua família, em sua
comunidade. É preciso vigilância. É preciso tomar distância de coisas
escondidas, de situações dúbias, de escolhas duvidosas em situações de pouca
clareza. E pedir a Deus, como ensinou Jesus no Pai Nosso: "Livrai-nos do mal".
Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram:
‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’
(Mt 13, 27).
Rezemos com as Palavras do
Salmo 85:
— Ó Senhor, vós sois bom, sois
clemente e fiel!
— Ó Senhor, vós sois bom e clemente,/ sois perdão para quem vos
invoca./ Escutai, ó Senhor, minha prece,/ o lamento da minha oração!
— As nações que criastes virão/ adorar e louvar vosso nome./ Sois tão
grande e fazeis maravilhas;/ vós somente sois Deus e Senhor!
Pe. João Carlos Ribeiro – 22.07.2017
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