Parecia que a gente estava numa Igreja da Europa. A beleza da Catedral. O frio de 14 graus. Bandeiras de várias nacionalidades. E os diversos idiomas na celebração. Cantos em coreano e espanhol, além do português. Primeira leitura em polonês. A segunda, em inglês. Evangelho em italiano. Preces em diversas línguas. O padre Giovani Corso presidindo. No corpo da Igreja, fiéis de origens nacionais distintas. Na catedral católica de Porto Alegre, estava acontecendo a Missa do migrante, no domingo de Pentecostes.
A Missa do migrante acontece, na Catedral, todo último domingo do mês. O Pe. Giovani é padre carlista, da Congregação dos Scalabrinianos. 1º de junho é data comemorativa do seu fundador, beato João Batista Scalabrini. Sua congregação dedica-se ao acompanhamento e evangelização dos migrantes. Notava-se a expressão deste carisma na condução da celebração e nas palavras do padre. Ele referia-se a Pentecostes, como a festa da unidade dos povos em Cristo.
Escutando o trecho dos Atos dos Apóstolos neste contexto, percebi mais coisas do que eu já tinha percebido ou pregado sobre esta passagem. O Espírito Santo veio sobre a comunidade. Nascia a Igreja. Ela é obra de Cristo e do Divino Espírito. A comunidade não é só o grupo do cenáculo, em torno de 120 pessoas (um número pra lá de simbólico: um múltiplo de12, o número dos apóstolos). A igreja alarga-se pela pregação dos apóstolos e pela ação do Espírito. Ao redor do cenáculo, reuniram-se peregrinos de várias partes do mundo, de todo o mundo conhecido. Tinham ido a Jerusalém para a festa anual de Pentecostes, da recepção da lei, cinqüenta dias após a páscoa. A ação do Espírito é derrubar todas as fronteiras de nacionalidade, raça e religião e criar um povo só, em Cristo. Todos ouviam os apóstolos anunciarem as maravilhas de Deus, em suas próprias línguas.
A derrubada das barreiras é a obra do Espírito, ontem e hoje. Assim, pregou o Pe. Giovani. Gregos e romanos, judeus e pagãos, oriente e ocidente, todos, em Cristo, pela ação do Divino Espírito, são agora um só povo, o povo de Deus. Motivação forte a nos conclamar para uma atitude nova de acolhimento dos migrantes, dos que estão fora de sua terra natal por motivo de estudo, trabalho, guerras, calamidades em busca de oportunidades. O padre lamentou as novas legislações dos países que têm criado mais obstáculos à inserção dos migrantes. Falou do caso brasileiro, em que milhares de migrantes esperam uma anistia para tirar sua carteira de identidade. Pregou pela globalização da justiça, da solidariedade, da comunhão.
Neste 31 de maio de 2009, eu e o Pe. Fábio José*, concelebramos na Catedral de Porto Alegre, no domingo de Pentecostes e saímos encantados com o dinamismo do Espírito que, em cada contexto, recria a igreja que nasce do abraço de gente de muitas origens nacionais, raciais e culturais. Igreja, nascida em unidade pela força do Espírito, que se torna semente de unidade no mundo que navega em águas turbulentas.
* Pe. Fábio José e eu chegamos a Porto Alegre para uma Conferência as Instituições Univervisitárias Salesianas de Europa e América Latina (01 a 06 de junho de 2009).
Neste mês de junho, o Papa pede que rezemos para que cada um de nós encontre consolo na relação pessoal com Jesus e aprenda do seu Coração a compaixão pelo mundo.
As barrreiras já foram derrubadas
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