Jesus perguntou: “O que vocês estão procurando?” (Jo 1, 28)
04 de janeiro de 2018.
Foi a pergunta de Jesus aos dois que o estavam seguindo. Os dois eram discípulos do Batista. Ao escutarem que Jesus era o “Cordeiro de Deus”, eles foram atrás dele. “O que vocês estão procurando?”. Esta é a primeira palavra de Jesus, no evangelho de São João. Com certeza, essa palavra não vale só para os dois que queriam saber mais sobre ele.
Jesus fez o convite: “venham e vejam” aos dois que o estavam acompanhando e queriam saber onde ele morava. Eles o seguiram, viram onde ele morava e ficaram por lá naquele dia. Daí pra frente, eles se tornaram discípulos de Jesus. E uma das primeiras coisas que fizeram foi informar a outras pessoas que tinham encontrado o Messias.
Muita gente está na condição daqueles dois, atrás de Jesus. Mas, o que de fato estão procurando? Grosso modo, apenas para organizar o pensamento, podemos identificar três grupos de pessoas que atualmente estão buscando o Senhor.
O primeiro grupo é o dos admiradores. Quando se trata de uma pessoa famosa, badalada pela mídia, global como se diz, não faltam fãs, admiradores, curiosos loucos para verem pessoalmente esse personagem, conseguirem um autógrafo, e quem sabe a glória, tirarem uma selfie com a celebridade. Certamente, há quem se aproxime assim de Jesus. Gente fascinada por sua fama, seu poder, sua glória, gente movida pela curiosidade, pelo deleite de se aproximar de alguém importante, famoso, poderoso. “O que vocês estão procurando?”. Uma celebridade para aplaudir, para louvar, mas sem compromisso com ela, claro.
O segundo grupo é o dos interessados. Este grupo igualmente eufórico está buscando Jesus. São os que estão atrás de curas, graças, milagres. Estão desesperados e buscam uma tábua de salvação. E vale qualquer porta onde se prometa a solução para seus dramas e sofrimentos: a doença, o desemprego, a desunião dentro de casa. “O que vocês estão procurando?“. Uma força que possa oferecer alívio e solução para as dores e os dramas humanos.
O terceiro grupo é o dos seguidores. Buscam um caminho para seguir. Querem conhecer, amar e seguir uma pessoa concreta, humana e divina, que foi, em sua vida humana, companheiro de jornada e, agora em sua glória, é modelo e guia de vida nova. Não querem uma selfie para o seu instagram. Querem caminhar ao seu lado, na vivência de sua palavra, de seus ensinamentos. Não querem simplesmente alcançar um milagre para antecipar já na terra o paraíso. Querem marchar ao seu lado, santificando seus passos na direção de uma eternidade feliz.
Guardando a mensagem
A pergunta que Jesus fez aos dois discípulos de João Batista que começaram a segui-lo serve para nós hoje. “O que vocês estão procurando?”. Uns se aproximam de Jesus como curiosos, como fás, admiradores. Aplaudem, louvam, mas não se comprometem com ele. Outros o buscam como pronto socorro para seus dramas ou para garantir-lhes vitórias e conquistas. Não estão interessados no seu ensinamento, mas em tirar proveito do seu poder em seu favor. Um terceiro grupo o busca como caminho, modelo e guia. Acolhe o seu ensinamento, pauta-se por ele. Ele é o salvador, ele dá sentido à marcha de suas vidas. Com ele, esforçam-se para ser melhores e para melhorar o mundo. “O que você está procurando?”
Jesus perguntou: “O que vocês estão procurando?” (Jo 1, 28)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tu disseste aos dois que começaram a te seguir: “Venham e vejam”. Eles foram, viram e permaneceram contigo. Tornaram-se teus discípulos, teus seguidores. Também nós, Senhor, queremos te conhecer, te amar, te seguir. Não queremos ter contigo um relacionamento de fã, somos teus discípulos, aprendemos a viver contigo. Não podemos continuar, como pagãos, colocando-nos no centro deste relacionamento, buscando apenas o nosso interesse. Tu és o nosso Mestre, o nosso Deus e Salvador. Somos o povo que redimiste pela tua cruz e ressurreição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Tire um tempinho para pensar: Em qual dos três grupos, você está se encaixando mais? Se houver oportunidade, troque ideias com alguém sobre a meditação de hoje.
Pe. João Carlos Ribeiro - 04.01.2018