O Reino dos Céus
é como a historia do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para
a sua vinha (Mt 20, 1).
Quase todo mundo diz que crê em Deus. Ficamos até
satisfeitos com isso. Mas, em que Deus realmente crêem? Claro, só há um Deus, é
nesse que cremos. Certo. Mas, o que conhecemos desse Deus? Será que o pensamos
que ele seja bate realmente com o que ele é? Não será que muita gente tem uma
imagem confusa de Deus? E, na verdade, crê é nessa imagem confusa que ele faz
de Deus? Pode ser, não é verdade?
Quem sabe direitinho quem é Deus? Bom, o povo de
Israel compreendeu muita coisa de Deus, ao longo de sua história. Deus fez
aliança com eles, se revelou a esse seu povo. Então, seu testemunho de fé, nas
Escrituras, nos mostra muito desse Deus que se manifestou a Moisés e aos
profetas, libertando o povo da escravidão, dando-lhes uma lei e uma terra. Esse
Deus libertador prometeu-lhes também o Messias. E o Messias veio, foi Jesus.
Mas, eles tiveram dificuldade de reconhecê-lo.
Os que acolheram o Messias enviado na pessoa de
Jesus, reconheceram que ele era o filho unigênito de Deus. Perceberam que sua
vida, suas atitudes, sua morte e ressurreição manifestavam com maior clareza
quem era esse Deus que havia se revelado a Israel. O filho é quem sabe quem é o Pai. E o filho
revelou que o Deus único que Israel conheceu é Pai, um pai onipotente, não simplesmente
um senhor poderoso e distante. Um pai de família, preocupado com os seus
filhos, não um fiscal marcando o que a gente faz de bom e de ruim. Pai, não só
dos filhos de Israel, mas Pai amoroso de cada homem ou mulher vindo a esse
mundo à sua imagem e semelhança. Pai, que é Deus junto com o Filho. E os dois nos
comunicam uma terceira pessoa, o Santo Espírito, os três compondo a Trindade
Santa, o único Deus. Pela obra de Jesus, o Pai dá a cada filho o seu Espírito.
Assim, quem se une a Jesus, pelo batismo, recebe a adoção filial, fica filho de
Deus.
A maior parte dos religiosos do tempo de Jesus
irritou-se com essas coisas que Jesus revelou sobre Deus. Isso abalava o seu
modo de viver a religião e de organizar a vida em sociedade. Jesus mostrava,
com suas palavras e suas atitudes, que Deus estava mais preocupado com as
pessoas do que com as leis, as normas, por mais religiosas que fossem. Os
fariseus viam nisso uma falta de respeito ao sábado, uma coisa tão sagrada para
louvar a Deus. Jesus mostrou que o mais
agradava a Deus era amar o irmão necessitado, com atitudes e obras, como o fez
o samaritano da história que ele contou. Sacerdotes e levitas, a turma do
Templo, ficaram com raiva dessa história. Nela, eles é que não acudiram o
pobre. Quando prenderam Jesus, a principal acusação no Sinédrio foi que Jesus
se dizia filho de Deus. O que Jesus revelou sobre Deus foi o que mais
escandalizou o seu povo. Isso abalava o modo deles crerem e de organizarem a
vida em sociedade.