Se tua mão
te leva a pecar, corta-a! (Mc 9, 44)
24 de maio de 2018.
Você, com certeza, conhece alguém que diante de uma mesa
farta, priva-se de pratos deliciosos: uma lasanha quentinha, uma suculenta
picanha saída do forno, um saboroso bolo de chocolate. ‘Mas, por quê? você não está de dieta!... um pedacinho só não
faz mal!’ Essa pessoa que você conhece, que está se impondo esse sacrifício, está
salivando, coitada, e precisa de muita força de vontade para não ceder a essa
palatável tentação. Ela pode estar
lutando contra um sobrepeso ou mesmo a obesidade. Pode estar em tratamento do
fígado, sobrecarregado de gorduras de muitos anos de alimentação inadequada. Ou
mesmo precisando conter as taxas de açúcar no sangue, que estão beirando a
diabetes. Essa pessoa está renunciando pratos deliciosos para preservar a sua
saúde.
Jesus podia ter aumentado a sua lista no evangelho e dito:
“Se a tua língua te leva a pecar, corta-a!”. O exemplo dessa pessoa explicaria
o seu ensinamento. Não se trataria de cortar a língua, claro, mas de renunciar
àquela alimentação que seria prejudicial à sua saúde. Para o seu bem, ela se
priva de uma saborosa refeição, de pratos apetitosos. Escolhe alimentos mais
leves naquela mesa, até menos saborosos. Esse alguém está, por assim dizer,
cortando a sua língua, mortificando o seu paladar. Nesse sentido, Jesus disse: “Se tua mão te leva
a pecar, corta-a! Se teu pé te leva a pecar, corta-o! Se teu olho te leva a
pecar, arranca-o”.
O que a mão
representa? A mão representa a ação, os nossos atos. A mão escreve, aponta,
aplaude, esconde, atira, apanha, acaricia, fecha ou abre a porta... A mão
representa as ações que nós fazemos, o trabalho que realizamos, a capacidade de
construir que nós temos. Minhas ações podem ser construtivas, positivas, mas
também podem ser negativas, destruidoras. Se uma ação me afasta do caminho de
Deus, não condiz com minha dignidade, ofende o outro, é melhor eu renunciar a
ela. Deixar de fazê-la. Assim, eu estarei cortando minha mão, renunciando uma
ação que eu posso fazer, mas que pode me prejudicar.
O que o pé
representa? O pé representa o caminho, as nossas escolhas. O pé me permite
andar, correr, deslocar-me para outros lugares, abandonar, viajar, visitar,
peregrinar, imigrar... coisas boas e coisas ruins. Andar por lugares indecentes
não bate com minha condição de filho de Deus.
Evadir-me de uma responsabilidade, dar no pé, não convém a um seguidor
de Cristo. Há coisas do pé que é preciso renunciar. É como se eu cortasse esse
membro. Renuncio a atitudes, comportamentos que serão prejudiciais à minha vida
de fé. É melhor entrar na vida com um pé só – pois renunciei a algum mau
caminho – do que com os dois ficar do lado de fora.
O que o olho
representa? O olho representa a visão, os nossos projetos. O olho tem a ver
com minha capacidade de observar, enxergar, admirar, pesquisar, comparar,
investigar, antever, mas também cobiçar, humilhar, erotizar, intimidar... Nem tudo eu devo ver. Há imagens, vídeos,
filmes que preciso renunciar, para não me expor à tentação. Há modos de ver o
mundo que não condizem com a escolha que fiz do evangelho. Renunciar a isso é
como arrancar-me um olho. Pois é melhor me salvar com um olho só, do com que
com os dois, não ser admitido na casa dos justos.
Vamos guardar a
mensagem
Em nossa fraqueza, muitas vezes cedemos à tentação da lasanha,
da picanha, do bolo de chocolate. Nem medimos as consequências de nossos atos
(a mão), de nossas escolhas (o pé), de nossos projetos (os olhos). A palavra do
apóstolo nos anima a permanecer alertas, em guarda: "Tudo me é permitido,
mas nem tudo convém”. (1 Cor 6, 12).
O ensinamento sobre cortar a mão (renunciar a ações negativas),
cortar o pé (deixar um caminho errado, fazer escolhas difíceis), arrancar o
olho (corrigir minha visão, meus projetos) é quase uma explicação do que Jesus
disse: “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada
dia e me siga”. O caminho do Senhor comporta escolhas e renúncias.
Se tua mão
te leva a pecar, corta-a! (Mc 9, 44)
Vamos rezar a palavra
E neste 24 de maio, Dia de Nossa Senhora Auxiliadora, modelo
de vivência do evangelho, vamos invocar a sua bênção, como fazia Dom Bosco.
A nossa proteção está
no nome do Senhor.
Que fez o céu e a terra.
Ave Maria…
À vossa proteção
recorremos, santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades,
mas livrai-nos sempre de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita.
Maria, Auxiliadora dos Cristãos.
Rogai por nós.
Ouvi, Senhor, a minha oração.
E chegue a vós o meu clamor.
O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Oremos.
(faça o seu pedido
especial)
Senhor eterno e onipotente,
que, pela intervenção do Espírito Santo,
vos dignastes preparar o corpo e a alma da gloriosa Virgem e Mãe Maria
para digna morada do vosso Filho,
fazei que sejamos livres da morte eterna e dos males que nos rodeiam,
pela intercessão daquela cuja comemoração nos alegra.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.
E a bênção de Deus
todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo,
desça sobre ti e permaneça para sempre.
Amém.
Vamos viver a palavra
Para cultivar a comunhão com Deus, ao lado da Virgem Maria, no
dia de hoje, faça um esforço para rezar o Terço de Nossa Senhora. Hoje é dia
dos Mistérios Luminosos: o batismo de Jesus, as Bodas de Caná, o anúncio do
Reino de Deus, a Transfiguração de Jesus e a instituição da Eucaristia.
Pe. João Carlos
Ribeiro – 24.05.2018