Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? (Lc 17, 17)
14 de novembro de 2018.
Eram dez, mas só um voltou para agradecer. Jesus notou isso e queixou-se. Todos eles tinham pedido ajuda aos gritos, implorando: "Jesus, tem compaixão de nós". E até obedeceram a orientação de irem logo a Jerusalém para apresentarem-se aos sacerdotes e pedirem o atestado de que estavam curados da lepra para poderem retornar às suas famílias. Foram, na verdade, em espírito de fé, porque ainda estavam doentes quando tomaram a estrada. Mas, no caminho, na obediência da fé, viram-se curados. Foi aí que um voltou. E os outros prosseguiram.
Poderíamos até tentar entender as razões dos nove que seguiram para o Templo: eles foram tomar providências para poder se reintegrar logo em seus povoados. A lei mandava assim: ‘adoeceu de lepra, está excluído da cidade, vá morar nos matos, não se aproxime de ninguém; ficou bom, vá ao Templo e pegue um atestado pra poder entrar de novo no seu povoado’. Só que ficar bom de lepra era muito difícil. Enquanto caminhavam, viram-se curados. Voltar para avisar a Jesus e agradecer ou seguir pra resolver logo o seu problema? Eles nem titubearam. Prosseguiram para Jerusalém. Com certeza, se não foram capazes de voltar e reconhecer a obra que Jesus tinha feito por eles, em Jerusalém não iriam dizer que foram curados por ele. Com certeza, relataram que estavam curados. E pronto. Pensaram apenas neles mesmos. Quando estavam precisando, imploram. Quando ficaram bons, se esqueceram. Não viram necessidade de reconhecer a intervenção de Deus, por meio de Jesus. Usufruiu da graça, tá bom demais. Gente egoísta só pensa em si. Estou falando dos nove de hoje. Os nove de ontem mostraram-se egoístas, interesseiros, mal-agradecidos. Os nove de hoje continuam na mesma pisada.
Mas, um preferiu voltar para agradecer, para bendizer a Deus pela cura. Sentiu-se na obrigação de voltar. Lucas descreveu assim: "Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E este era um samaritano". O fato de ser samaritano foi notado por Jesus: "Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?". O fato de ser samaritano possivelmente lhe trazia maior dificuldade de reconhecer que a obra de Deus teria acontecido em sua vida pelas mãos de um judeu. Isso era muito mais difícil para ele, que vinha de uma tradição religiosa diferente, em conflito com a religião e o mundo dos judeus. Mas, logo ele, um estrangeiro, de outra religião, manifesta sua gratidão, bendiz a Deus e reconhece a presença divina em Jesus, pois se prostra aos seus pés em sinal de adoração. "A tua fé te salvou", lhe disse Jesus.
Guardando a mensagem
Dez leprosos imploram que Jesus os cure. Jesus os manda ao Templo, para se apresentarem aos sacerdotes. Os sacerdotes é que comprovavam que um leproso tinha ficado curado. Eles ficaram curados no caminho. Nove prosseguem para Jerusalém, para pegar o atestado. Somente um sente-se na obrigação de voltar e agradecer. Esse é um estrangeiro, um samaritano. E o seu agradecimento não é só dizer obrigado. "Volta glorificando a Deus em alta voz", reconhecendo que Deus agiu em seu favor; glorificando a Deus em alta voz, pra todo mundo ouvir e se unir à sua ação de graças. E reconhece Jesus como Senhor, prostrando-se aos seus pés. Um bom exemplo para mim e pra você. Sermos mais agradecidos a Deus. E proclamarmos nosso reconhecimento em alta voz, sem medo e sem vergonha alguma.
Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? (Lc 17, 17)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Temos muito a agradecer. Reconhecemos tantas bênçãos e tantas graças que nos chegam por meio de ti e queremos, como o samaritano, agradecer e testemunhar isso pra todo mundo ouvir. Dá-nos, Senhor, um coração como o de nossa mãe Maria, que cheia de gratidão, bendisse em alta voz: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
É interessante você ter seu caderno para fazer anotações sobre sua experiência com a Palavra de Deus. Podemos chama-lo de caderno espiritual. Muita gente faz isso. É um bom recurso para estimular o compromisso de praticar a Palavra do Senhor. Bom, está dada a sugestão. Se você ainda não tem o seu caderno espiritual, adquira um bonito caderno de anotações e comece hoje, com uma página de agradecimentos ao Senhor. Não imite os nove. Imite o samaritano.
Pe. João Carlos Ribeiro – 14.11.2018
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