MEDITAÇÃO
PARA O SÁBADO,
30 DE DEZEMBRO
O menino
crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria (Lc 2,40).
Nestes dias da oitava do Natal, estamos acompanhando os
passos da família sagrada em Jerusalém, onde foi cumprir a Lei do Senhor que
mandava consagrar a Deus, o primogênito, o primeiro filho. Simeão, idoso,
movido pelo Espírito, reconheceu nele a luz da salvação que chegara para toda a
humanidade. Simeão disse, na sua oração, que agora, sim, podia partir em paz...
Também uma senhora idosa, Ana, octogenária, participou desse momento de júbilo.
Veja como diz o texto: “Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a
falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”.
O texto de Lucas dá mais detalhes sobre essa senhora,
oferecendo sobre ela sete informações: era uma profetisa; se chamava Ana, filha
de Fanuel da tribo de Aser; quando jovem tinha vivido casada por sete anos;
estava viúva; tinha 84 anos; não saía do Templo, dia e noite; servindo a Deus
com jejuns e orações. Então, era uma pessoa de Deus, idosa, viúva, de alguma
forma ligada ao Templo.
Vamos examinar a informação sobre a sua idade. Tinha 84
anos. Divida essa idade por 2 e teremos 42+ 42. ‘Quarenta’ é o número de anos
da peregrinação do povo no deserto até a entrada na terra prometida. Ana também
está contemplando agora a terra prometida, como Moisés que a viu de longe e
encheu-se de alegria. Com a chegada de Jesus, chegou a salvação para o seu
povo, a hora da entrada na terra prometida. Simeão disse a Deus, em sua prece,
que finalmente seus olhos estavam vendo a salvação. Vivera para isso. Ana não disse
com as palavras. Disse com sua idade. Depois da longa peregrinação no deserto
(quarenta anos), está avistando a terra prometida.
Bom, esse foi o clima de fé que cercou a consagração do
Menino Jesus no Templo. E esse clima de fé, de exultação com a Obra de Deus,
José e Maria levaram para casa. E é nesse ambiente de fé que Jesus cresce. Diz
o texto: “O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria. E a graça de
Deus estava com ele”.
Nós tivemos a graça de termos sido levados pequenininhos à
Casa do Senhor, para o batismo. A nossa ida ao Templo, nos braços da mamãe, protegidos
pelo carinho do pai, dos padrinhos e de parentes foi também cercada de fé e
gratidão a Deus. É na fé que reconhecemos a obra de Deus que nos restaura como
novas criaturas, em nossa adesão a Cristo. E é nesse ambiente de fé que deve
crescer o filho ou a filha de um casal cristão, para que possa crescer como
Jesus. É só questão de ter pai e mãe obedientes a Deus como José e Maria. Eles precisam
contar com o apoio da comunidade cristã e de padrinhos, gente que guarde no coração
o testemunho dos antigos e a fé das pessoas de Deus como Simeão e Ana. E há
sempre um Simeão e uma Ana no início de nossa história com Deus.
Vamos guardar a mensagem de hoje
José e Maria levam o menino Jesus para ser apresentado no
Templo. É a consagração do primogênito, o resgate do primeiro filho que devia
ser de Deus. Os pais de Jesus são judeus piedosos e, com esse rito, estão inserindo
seu filho na história da salvação do seu povo. O clima dessa consagração é de fé
e oração. Dois idosos reconhecem naquela criança o Messias prometido. Foi esse
clima de fé que Jesus respirou na casa dos seus pais em Nazaré. Nesse ambiente,
ele se criou. No batismo, de certa forma, o casal cristão imita Maria e José,
inserindo seu filho, sua filha na salvação em Cristo. Os avós, os idosos da
família ou da comunidade são testemunhas de Cristo que reforçam o ambiente
cristão no qual cresce uma criança que foi batizada.
O menino
crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria (Lc 2,40).
Vamos acolher a mensagem com uma prece
Senhor Jesus,
A tua consagração no Templo foi cercada pelo testemunho de
pessoas de fé, como Simeão e Ana; pessoas idosas, sofridas, mas cheias da
esperança de Deus. E nesse clima de fé e obediência a Deus, teus pais te viram
crescer física e espiritualmente. É isso que nós queremos para as crianças de
hoje: que, como tu, cresçam sadias e santas, cheias da graça de Deus. Senhor,
abençoa os Simeões e Anas de hoje que são os avós e idosos de fé de nossas
comunidades. Que eles, com a grande experiência que acumularam, saibam
reconhecer os sinais de Deus nas novas gerações e passar para elas sua fé e a sua
confiança em Deus. Abençoa, também,
Senhor, nossas crianças, para que batizadas, renascidas na tua graça, possam
crescer sadiamente ao lado de pais tementes a Deus, apoiados pelo testemunho de
fé dos seus avós e dos antigos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
que meditamos
Em sintonia com o evangelho que apresenta Ana com seus 84
anos, hoje, de maneira especial, mostre interesse pela vida de algum idoso, de sua
família ou de sua vizinhança.
Pe. João Carlos Ribeiro – 30.12.2017
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