PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: DISSE QUE IA, MAS NÃO FOI

DISSE QUE IA, MAS NÃO FOI


‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ (Mt 21, 28)

O resumo da história que Jesus contou é o seguinte: Um homem tinha dois filhos. Disse ao primeiro: ‘Filho, vai trabalhar na vinha’. Ele não quis ir. Mas, depois mudou de opinião e foi. O pai também disse ao segundo filho: ‘Filho, vai trabalhar na vinha’. Ele respondeu ‘Sim, Senhor, eu vou’. Mas, não foi. Perguntou Jesus: Quem dos dois filhos fez a vontade de Deus?  Claro, o primeiro.

O primeiro filho representa os cobradores de impostos e as prostitutas. O segundo filho representa os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo. Esse é o retrato do que está acontecendo, é como reagiram à pregação de João Batista e como estão reagindo à pregação do Reino de Deus.

O pai é Deus e é ele, que através do profeta João Batista e, naquele momento, através de Jesus, está dizendo aos seus filhos que se integrem no trabalho da vinha. A vinha é uma representação do próprio povo de Deus, vinha do Senhor. É um modo também de falar do Reino de Deus. Se ele está chamando para trabalhar na vinha é porque esses filhos não estão sendo responsáveis com sua condição de filhos do dono da vinha. É um chamado que mexe com a pessoa, pede mudança de comportamento: largar tudo pra ir trabalhar na vinha, assumir responsabilidade.

Um filho disse “Sim, Senhor, eu vou”, mas não foi. Não fez a vontade de Deus. Mostrava-se muito obediente, muito atencioso, mas não mudou seu comportamento, não se integrou na dinâmica de trabalho da vinha, como o pai pediu. O outro, rebelde, negou-se a ir. Mas, depois, mudou seu comportamento. Foi trabalhar na vinha. Esse fez a vontade de Deus. Essa mudança é chamada também nesse mesmo texto de arrependimento, conversão.

Vamos olhar mais de perto quem é o primeiro filho, o que disse que não ia, mas acabou indo. Esse filho está representando todos os cobradores de impostos e as prostitutas e, com eles, a grande massa de gente desprezada e marginalizada. Cobradores de impostos ou publicanos, bem como as prostitutas, representam as pessoas desprezadas porque não cumpriam a Lei de Moisés, chamadas de pecadoras, tidas como impuras, desqualificadas. Esse foi o grupo que mais acreditou na pregação de João Batista e na de Jesus. Convertendo-se de sua vida errada, integrou-se na vinha, no Reino de Deus. Esse era o tipo de filho que tinha dito ‘não’ com sua vida longe de Deus, mas converteu-se, foi trabalhar na vinha. Fez a vontade de Deus.

E o outro filho, o que disse que ia, mas não foi? Quem ele está representando? Resposta: Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo. Essa turma representa bem aquela gente que vivia dentro da religião judaica, praticando a lei, comandando o Templo. Aliás, trata-se de dois grupos que faziam parte do Sinédrio, aquele seleto grupo de dirigentes de Jerusalém. Os sacerdotes eram, em geral, do grupo dos saduceus, uma turma bem alinhada com os romanos. E os anciãos eram os chefes das grandes famílias, todos grandes proprietários. Claro, estes se mostravam sempre obedientes e amorosos com Deus, “sim, Senhor”. Mas, não atenderam o pedido do pai. Rejeitaram a pregação de João Batista e de Jesus. Não creram, não se converteram, não se integraram ao Reino de Deus, a vinha. Esse tipo de filho não fez a vontade de Deus.

Vamos guardar a mensagem de hoje

A história que Jesus contou é uma foto do que está acontecendo naquele momento. Pela evangelização, o Pai está convidando: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha’. Uns, com sua vida longe de Deus, já disseram que não vão. Mas, podem acabar crendo, convertendo-se, integrando-se no Reino de Deus, como Mateus, Zaqueu, a Samaritana... É o primeiro filho. Outros, já praticantes, santos, líderes vivem dizendo “sim, Senhor’. Mas, na prática, não vão. Ficam só na conversa. É o segundo filho. Claro, Jesus está nos contando hoje essa história por alguma razão. A minha é sei qual é. A sua, você precisa descobrir.

‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ (Mt 21, 28)

Rezemos com as palavras do salmo 24, o salmo de hoje.

— Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão.
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação; em vós espero, ó Senhor, todos os dias!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Uma dica para você

Para melhor entendimento dessa parábola, você poderia, pesquisando na sua Bíblia, responder a duas perguntinhas: Com quem Jesus está falando? Esse pessoal é o primeiro ou segundo filho da história? O texto de hoje está em Mateus 21, 28-32.


Pe. João Carlos Ribeiro – 30.09.2017

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