O resumo da história que Jesus contou é o
seguinte: Um homem tinha dois filhos. Disse ao primeiro: ‘Filho, vai trabalhar
na vinha’. Ele não quis ir. Mas, depois mudou de opinião e foi. O pai também
disse ao segundo filho: ‘Filho, vai trabalhar na vinha’. Ele respondeu ‘Sim,
Senhor, eu vou’. Mas, não foi. Perguntou Jesus: Quem dos dois filhos fez a
vontade de Deus? Claro, o primeiro.
O primeiro filho representa os cobradores de
impostos e as prostitutas. O segundo filho representa os chefes dos sacerdotes
e os anciãos do povo. Esse é o retrato do que está acontecendo, é como reagiram
à pregação de João Batista e como estão reagindo à pregação do Reino de Deus.
O pai é Deus e é ele, que através do profeta
João Batista e, naquele momento, através de Jesus, está dizendo aos seus filhos
que se integrem no trabalho da vinha. A vinha é uma representação do próprio
povo de Deus, vinha do Senhor. É um modo também de falar do Reino de Deus. Se
ele está chamando para trabalhar na vinha é porque esses filhos não estão sendo
responsáveis com sua condição de filhos do dono da vinha. É um chamado que mexe
com a pessoa, pede mudança de comportamento: largar tudo pra ir trabalhar na
vinha, assumir responsabilidade.
Um filho disse “Sim, Senhor, eu vou”, mas não
foi. Não fez a vontade de Deus. Mostrava-se muito obediente, muito atencioso,
mas não mudou seu comportamento, não se integrou na dinâmica de trabalho da
vinha, como o pai pediu. O outro, rebelde, negou-se a ir. Mas, depois, mudou
seu comportamento. Foi trabalhar na vinha. Esse fez a vontade de Deus. Essa
mudança é chamada também nesse mesmo texto de arrependimento, conversão.
Vamos olhar mais de perto quem é o primeiro
filho, o que disse que não ia, mas acabou indo. Esse filho está representando
todos os cobradores de impostos e as prostitutas e, com eles, a grande massa de
gente desprezada e marginalizada. Cobradores de impostos ou publicanos, bem
como as prostitutas, representam as pessoas desprezadas porque não cumpriam a
Lei de Moisés, chamadas de pecadoras, tidas como impuras, desqualificadas. Esse
foi o grupo que mais acreditou na pregação de João Batista e na de Jesus. Convertendo-se
de sua vida errada, integrou-se na vinha, no Reino de Deus. Esse era o tipo de
filho que tinha dito ‘não’ com sua vida longe de Deus, mas converteu-se, foi
trabalhar na vinha. Fez a vontade de Deus.
E o outro filho, o que disse que ia, mas não
foi? Quem ele está representando? Resposta: Os chefes dos sacerdotes e os
anciãos do povo. Essa turma representa bem aquela gente que vivia dentro da
religião judaica, praticando a lei, comandando o Templo. Aliás, trata-se de dois
grupos que faziam parte do Sinédrio, aquele seleto grupo de dirigentes de
Jerusalém. Os sacerdotes eram, em geral, do grupo dos saduceus, uma turma bem
alinhada com os romanos. E os anciãos eram os chefes das grandes famílias, todos
grandes proprietários. Claro, estes se mostravam sempre obedientes e amorosos
com Deus, “sim, Senhor”. Mas, não atenderam o pedido do pai. Rejeitaram a pregação
de João Batista e de Jesus. Não creram, não se converteram, não se integraram
ao Reino de Deus, a vinha. Esse tipo de filho não fez a vontade de Deus.
Vamos guardar a mensagem
de hoje
A história que Jesus contou é uma foto do que
está acontecendo naquele momento. Pela evangelização, o Pai está convidando: ‘Filho,
vai trabalhar hoje na vinha’. Uns, com sua vida longe de Deus, já disseram que
não vão. Mas, podem acabar crendo, convertendo-se, integrando-se no Reino de
Deus, como Mateus, Zaqueu, a Samaritana... É o primeiro filho. Outros, já
praticantes, santos, líderes vivem dizendo “sim, Senhor’. Mas, na prática, não
vão. Ficam só na conversa. É o segundo filho. Claro, Jesus está nos contando
hoje essa história por alguma razão. A minha é sei qual é. A sua, você precisa
descobrir.
Rezemos com as
palavras do salmo 24, o salmo de hoje.
— Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e
compaixão.
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e
fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação; em vós espero, ó Senhor, todos os dias!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Uma dica para você
Para melhor entendimento dessa parábola, você
poderia, pesquisando na sua Bíblia, responder a duas perguntinhas: Com quem
Jesus está falando? Esse pessoal é o primeiro ou segundo filho da história? O
texto de hoje está em Mateus 21, 28-32.
Pe. João Carlos
Ribeiro – 30.09.2017
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