Jesus subiu o
monte e sentou-se. Esse ‘subiu o monte’
evoca Moisés no Monte Sinai. Moisés subiu o monte e conversou longamente com
Deus. E Deus escreveu e lhe entregou a Lei da Aliança. O povo de Israel se
organizou como povo de Deus, a partir da Lei da Aliança, a Lei de Deus,
ensinada por Moisés. Jesus é o novo Moisés que nos ensina a Lei do Reino de
Deus.
Jesus subiu o
monte e sentou-se. Todo Mestre ensinava sentado. Os discípulos se sentavam ao
seu redor, como as crianças na escola, quando a professora está contando uma
história. Jesus sentou-se. Assumiu, portanto, a condição de um professor, de um
rabino, de um mestre. Ele está organizando e instruindo o novo povo de Deus. O
Sermão da Montanha é a nova Lei, completando e aperfeiçoando a Lei do Sinai, a
Lei de Moisés.
E Jesus abriu o
seu ensinamento com as bem-aventuranças. Na nova Lei, Deus dá o primeiro lugar
aos pobres, aos sofredores. Eles são os seus filhos mais amados, os
bem-aventurados. As bem-aventuranças são o grande manifesto do Reino de Deus.
Em Mateus, contamos nove bem-aventuranças. Elas traçam o perfil do cidadão do
Reino. São felizes em sua condição de sofrimento, pobreza, perseguição,
aflição, porque é Deus quem lhes assegura todo bem: a terra, a paz, a
justiça. Em sua fraqueza, em sua carência, experimentam o poder de Deus que vem
em seu auxílio, cumulando-os de todo bem. O Reino é, assim, o dom de Deus na
vida de quem se sente pequeno e sofredor.
“Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados” (Mt 5,
4). Quem são os aflitos? São os que estão desesperados, os que estão se
encontrando sem saída, os que chegaram ao seu limite. Não encontram mais
solução, não conseguem mais resolver o problema. Os aflitos lembram o povo de
Deus perseguido pelo exército do Faraó, com o mar à sua frente. Não podia mais
voltar, nem era possível avançar. Está em grande aflição. Não tem mais o que fazer.
Ali, experimentando sua fraqueza, o povo faz experiência do poder libertador do
seu Deus: o vento forte, durante toda a noite, baixa as águas e eles atravessam
aquele braço do Mar Vermelho, alcançando a liberdade. E a maré volta a encher,
para desgraça dos seus perseguidores. Os aflitos foram consolados, libertados.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Os aflitos são
bem-aventurados, não porque a aflição seja uma coisa boa. Eles são
bem-aventurados porque experimentam o poder libertador de Deus, ali mesmo no
seu limite, na sua fraqueza, na condição de quem não pode mais nada. Enquanto a
gente pode fazer alguma coisa, tenta, vai atrás, esperneia.... não sabe, por
experiência própria, que afinal, todos os bens desta vida e da próxima, são
dons de Deus: a vida, a liberdade, o amor, a paz, a felicidade, a prosperidade,
o perdão, a eternidade. Na aflição, a gente descobre isso. Tudo é dom, apesar
de nosso esforço e de nossa luta. Tudo é obra de Deus em nossa vida.
Senhor nosso
Deus,
Nem sempre nos damos conta da tua graça, em nossa vida. Lutamos, trabalhamos, nos esforçamos... parece que tudo é conquista do nosso suor, de nossa inteligência, do planejamento estratégico bem executado. Mas, a vida mesma nos reserva momentos de sofrimento, de impotência diante dos
problemas, de fraqueza, de aflição. Aí nos damos conta que tudo em nossa vida é graça; é quando o Mar Vermelho se abre diante de nós; é quando experimentamos o teu poder libertador protegendo, salvando, restaurando, consolando os teus filhos.
Dá-nos,
Senhor, aquele sentimento de gratidão que tomou conta do teu povo, do outro
lado do mar; aquela reverência ao teu nome santo e poderoso que desata o
coração em hinos e cânticos de louvor.
A ti, Pai
Santo, toda honra e toda glória, agora e para sempre. Amém.
Pe. João Carlos Ribeiro ´- 12.06.2017
Como faço pra receber, suas mensagens de voz ?
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